A Escola Doméstica de Brazópolis: para além das montanhas mineiras (1927-1932)

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Silva, Palloma Victoria Nunes e
• Orientador(a): Ribeiro, Betânia de Oliveira Laterza
• Banca de defesa: Araujo, José Carlos Souza , Quillici Neto, Armindo , Medeiros Neta, Olívia Morais de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Uberlândia
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Ensino doméstico; Instituição escolar; Primeira República; Educação feminina; Vocational education; schooling institution; Republic; women’s education
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO::FUNDAMENTOS DA EDUCACAO::HISTORIA DA EDUCACAO
• Link de acesso: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/34149; http://doi.org/10.14393/ufu.di.2022.20

Este estudo foi realizado no âmbito do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia, vinculado à linha de História e Historiografia da Educação. A dissertação de mestrado apresenta uma pesquisa histórico-educacional sobre a gênese e desdobramentos da Escola Doméstica de Brazópolis, instituída em 1927, na cidade de Brazópolis, sul de Minas Gerais. O recorte temporal da pesquisa parte de 1927, ano de criação, e vai a 1932, ano da primeira mudança na administração escolar. A pesquisa objetou compreender as relações entre Estado, Igreja e sociedade na constituição do ensino profissional e doméstico feminino. Cumprir tal objetivo supôs construir uma compreensão histórica da intenção política, social e econômica subjacente à fundação e instalação da Escola Doméstica; apresentar um entendimento sistematizado de seu currículo; apontar contribuições à mudança no perfil populacional; extrair dados conclusivos sobre concessão de subsídios a escolas domésticas em Minas Gerais. A problemática estudada deriva desta questão: a Escola Doméstica de Brazópolis proporcionou formação pertinente à sociedade que emergiu com a Proclamação da República num diálogo constante com o projeto de modernidade na primeira metade do século XX? A pesquisa se valeu do materialismo histórico dialético como método para analisar articulações, relações, tensões e contradições no movimento subjacente ao ensino profissional doméstico. As fontes históricas incluíram legislação, discursos, textos de jornais, atas de balancetes e despesas, regimento da instituição, estatutos, cartas episcopais, relatórios dos inspetores, quadros de promoção, anuário de ensino e atas da instituição. O lastro teórico se vale autores-referência da história da educação, educação feminina e instituição escolar, produzidas por pesquisadores como Almeida (2014), Araújo (2013), Carvalho (2017), Cunha (1996), Medeiros Neta (2011), Ribeiro e Araújo (2021), Rodrigues (2006), dentre outros. A pesquisa delineou elementos internacionais, nacionais, estaduais e regionais na criação da primeira escola doméstica de Minas Gerais: a proposta europeia de educação feminina na Primeira República (escolarizar a mulher para o lar e a educação da prole); a relação tensa entre República e Igreja; e a expansão escolar. A pesquisa apontou a relação da Igreja com a elite política e civil na institucionalização da Escola Doméstica com objetivo formar mulheres para o lar e a maternidade (educar o cidadão do amanhã pela lógica da maternidade), diminuir casos de divórcios e modernizar a região, possibilitando seu desenvolvimento econômico e social.