Quedas, função física, saúde e treinamento físico on-line na pandemia de covid-19 : um estudo transversal com idosas

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Borges, Lúcia Faria
• Orientador(a): Gonçalves, Andréa Krüger
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Envelhecimento; Acidentes por quedas; Exercício físico; Intervenção baseada em internet
• Palavras-chave em Inglês: Aging; Exercise; Accidental falls; Internet-based intervention
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/253302

Alterações na função física como redução da força muscular, equilíbrio, velocidade de marcha e capacidade funcional ocorrem com o processo de envelhecimento, as quais podem resultar em instabilidade postural e maiores riscos de queda entre os idosos. A queda é um problema de saúde pública que acomete aproximadamente 25% da população idosa, gerando prejuízos que variam de complicações com saúde até a morte. Durante a pandemia de COVID-19, observou-se a importância do exercício físico on-line a fim de reduzir o impacto do declínio funcional. Assim, o objetivo principal deste estudo foi investigar queda e função física de idosas caidoras e não caidoras que realizaram ou não treinamento físico on-line no ano de 2021 durante a pandemia de COVID-19. O estudo foi do tipo observacional transversal, com abordagem quantitativa e metodologia descritiva. A amostra do estudo foi composta por 58 idosas de um programa de extensão universitária formada por quatro grupos: G1 (caidoras que realizaram treinamento físico on-line) composto por 15 idosas, G2 (caidoras que não realizaram treinamento físico on-line) composto por 14 idosas, G3 (não caidoras que realizaram treinamento físico on-line) composto por 16 idosas e G4 (não caidoras que não realizaram treinamento físico on-line) composto por 13 idosas. Os instrumentos utilizados para avaliar a amostra foram: IPAQ, Escala de Katz, Escala de Lawton & Brody, POMA I - Brasil, FES I - Brasil, SPPB, GDS-15, TUG, Teste de levantar e sentar da cadeira por 5x, Teste de apoio unipodal, Teste de velocidade de marcha por 4m e Senior Fitness Test. Na análise estatística, foi utilizada a Análise de Variância (ANOVA) com correção de Bonferroni para comparação entre os grupos da amostra e a Regressão Logística binária para analisar associação entre as variáveis relacionadas à queda, função e aptidão física. Os resultados foram organizados por conjunto de variáveis. As variáveis relacionadas à queda foram avaliadas através dos testes FES I – Brasil e POMA – I Brasil. Foram observadas diferenças estatisticamente significativas de maior preocupação em cair no G2 comparado ao G4 (p=0,03) e maior deficit de mobilidade e propensão a quedas no G2 comparado ao G3 (p=0,01). As variáveis relacionadas à função física foram avaliadas por meio dos testes de levantar e sentar da cadeira (5x), velocidade de marcha, teste de apoio unipodal, Timed Up and Go, Escala de Katz e Escala de Lawton & Brody. Foram observadas diferenças estatisticamente significativas de menor velocidade de marcha no G2 em comparação ao G1 (p=0,01) assim como no G2 comparado ao G3 (p<0,01); redução do equilíbrio dinâmico no G2 comparado ao G4 (p=0,05) e no G2 comparado ao G3 (p=0,03); diminuição do equilíbrio estático no G2 comparado ao G4 (p=0,02) e no G2 comparado ao G3 (p<0,01). As variáveis relacionadas à aptidão física foram avaliadas através da bateria Senior Fitness Test. Foram observadas diferenças estatisticamente significativas de maior força muscular de membros superiores no G3 comparado ao G2 (p=0,03) e menor equilíbrio/agilidade no G2 comparado ao G4 (p=0,04) e no G2 comparado ao G3 (p=0,01). Sobre a variável relacionada aos sintomas depressivos, foram observadas diferenças estatisticamente significativas de mais sintomas depressivos no G1 comparado ao G3 (p=0,04), no G2 comparado ao G3 (p=0,03) e no G2 comparado ao G4 (p<0,01). Neste caso, conclui-se que o treinamento físico on-line parece influenciar positivamente em variáveis relacionadas à queda, função e aptidão física de idosas. Entre estas variáveis, destacam-se a velocidade de marcha em idosas caidoras e não caidoras, assim como o equilíbrio corporal, agilidade e força muscular de membros superiores em idosas não caidoras.