O paradoxo da sereia : um estudo longitudinal sobreviver de jovens em Florianópolis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Furini, Dóris Regina Marroni
Orientador(a): Fischer, Nilton Bueno
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/16399
Resumo: Este trabalho busca compreender a história de vida de jovens pobres em Florianópolis/ SC, em uma perspectiva longitudinal, por um período de 10 anos (entre os anos 1998-2008). A pesquisa foi realizada com oito jovens (cinco moças e três rapazes) que tiveram em sua infância e adolescência uma longa vivência de rua. Este estudo tem o intuito de problematizar a seguinte questão: quais mediadores foram fundamentais na sua constituição como sujeito jovem? Qual a importância, nessa constituição, das experiências vividas na rua, na família, na escola, nos programas de atendimento e no trabalho? São pressupostos deste estudo: as diferentes formas de organização familiar e a vivência na rua como espaços significativos, produz, nesses jovens, especificidades no que se refere à mobilidade e à provisoriedade nas relações; há um hiato entre a constituição de sua juventude e as expectativas das instituições - trabalho, escola e os programas e projetos de atendimento - em relação e estes jovens. fazem parte do seu cotidiano movimentos que transcendem o modelo imposto pela sociedade, eles criam e recriam outras formas de viver e sobreviver. Com relação ao aporte teórico, na perspectiva conceitual da juventude, dialoga-se com Melucci, Abad, Sposito, Margulis & Urresti, Pais. Na perspectiva sociológica e antropológica os autores Elias, De Certeau, Fonseca, Lahire, Martins, Sarti., Telles auxiliaram a ampliar o espectro de análise de categorias-chave neste trabalho, como pobreza, exclusão. Na perspectiva dos estudos sobre processos educativos: Charlot, Dayrell, Craidy, Carrano, Camacho, Fischer, D'ávila. Na perspectiva metodológica, Becker, Bosi, Pais contribuem na discussão acerca das histórias de vida e os estudos longitudinais. Ao concluir o estudo, constata-se que, na atualidade, em algumas das histórias temos a experiência com a maternidade como um momento de ruptura com o mundo da rua, procurando com isso oferecer aos seus filhos alternativas que diferem das que tiveram quando crianças; em outras histórias, no entanto, constatamos que os jovens oscilam entre a possibilidade de manter uma sociabilidade fixa e a mobilidade, o movimento pelas ruas da cidade, inclusive como espaço de convivência e moradia. Nesses casos, há a manutenção do trabalho informal/ilegal, já experimentado desde a infância. Constata-se que eles reinventam (se) através de estratégias e técnicas de sobrevivência, criando alternativas nas lacunas do poder instituído; como saltimbancos, na correria da vida, eles constroem alternativas, dentro do seu campo de possibilidades, que é limitado muito mais por nós, fazedores das políticas e construtores do saber acadêmico, por nossa incapacidade, não pela deles. Foi possível identificar, ainda, que as políticas públicas ainda se mantêm com propostas assistencialistas e controladoras, inviabilizando deste modo sua constituição como sujeitos jovens de direitos e partícipes. A exigência dessa juventude é de visibilidade e participação efetiva.
id URGS_9f8dae3608ec087ef564f3acf6196801
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/16399
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str
spelling Furini, Dóris Regina MarroniFischer, Nilton Bueno2009-07-17T04:13:46Z2009http://hdl.handle.net/10183/16399000703876Este trabalho busca compreender a história de vida de jovens pobres em Florianópolis/ SC, em uma perspectiva longitudinal, por um período de 10 anos (entre os anos 1998-2008). A pesquisa foi realizada com oito jovens (cinco moças e três rapazes) que tiveram em sua infância e adolescência uma longa vivência de rua. Este estudo tem o intuito de problematizar a seguinte questão: quais mediadores foram fundamentais na sua constituição como sujeito jovem? Qual a importância, nessa constituição, das experiências vividas na rua, na família, na escola, nos programas de atendimento e no trabalho? São pressupostos deste estudo: as diferentes formas de organização familiar e a vivência na rua como espaços significativos, produz, nesses jovens, especificidades no que se refere à mobilidade e à provisoriedade nas relações; há um hiato entre a constituição de sua juventude e as expectativas das instituições - trabalho, escola e os programas e projetos de atendimento - em relação e estes jovens. fazem parte do seu cotidiano movimentos que transcendem o modelo imposto pela sociedade, eles criam e recriam outras formas de viver e sobreviver. Com relação ao aporte teórico, na perspectiva conceitual da juventude, dialoga-se com Melucci, Abad, Sposito, Margulis & Urresti, Pais. Na perspectiva sociológica e antropológica os autores Elias, De Certeau, Fonseca, Lahire, Martins, Sarti., Telles auxiliaram a ampliar o espectro de análise de categorias-chave neste trabalho, como pobreza, exclusão. Na perspectiva dos estudos sobre processos educativos: Charlot, Dayrell, Craidy, Carrano, Camacho, Fischer, D'ávila. Na perspectiva metodológica, Becker, Bosi, Pais contribuem na discussão acerca das histórias de vida e os estudos longitudinais. Ao concluir o estudo, constata-se que, na atualidade, em algumas das histórias temos a experiência com a maternidade como um momento de ruptura com o mundo da rua, procurando com isso oferecer aos seus filhos alternativas que diferem das que tiveram quando crianças; em outras histórias, no entanto, constatamos que os jovens oscilam entre a possibilidade de manter uma sociabilidade fixa e a mobilidade, o movimento pelas ruas da cidade, inclusive como espaço de convivência e moradia. Nesses casos, há a manutenção do trabalho informal/ilegal, já experimentado desde a infância. Constata-se que eles reinventam (se) através de estratégias e técnicas de sobrevivência, criando alternativas nas lacunas do poder instituído; como saltimbancos, na correria da vida, eles constroem alternativas, dentro do seu campo de possibilidades, que é limitado muito mais por nós, fazedores das políticas e construtores do saber acadêmico, por nossa incapacidade, não pela deles. Foi possível identificar, ainda, que as políticas públicas ainda se mantêm com propostas assistencialistas e controladoras, inviabilizando deste modo sua constituição como sujeitos jovens de direitos e partícipes. A exigência dessa juventude é de visibilidade e participação efetiva.Esse trabajo intenta comprender historias de vida de jóvenes de origen humilde de la ciudad de Florianópolis - SC, bajo una perspectiva longitudinal, por un período de 10 años (entre los años 1998 y 2008). La investigación fue realizada con ocho jóvenes (cinco de sexo femenino y tres de sexo masculino) que durante su infancia y adolescencia tuvieron una vasta experiencia como "chicos de la calle". Este estudio tiene la intención de problematizar las siguientes preguntas: ¿Cuáles fueron los principales mediadores de su constitución como sujeto joven? ¿Cuál es la importancia, en esa constitución, de las experiencias vividas en las calles, en la familia, en la escuela, en los programas de atención y en el trabajo? Algunos de los presupuestos de este estudio son: Las diferentes formas de organización familiar y la vida en la calle como espacios significativos produce, en esos jóvenes, especificidades en lo que a la movilidad y la provisoriedad de las relaciones se refiere; hay un hiato entre la constitución de su juventud y las expectativas de las instituciones - el trabajo, la escuela y los programas de atención - en relación a esos jóvenes; movimientos que trascienden el modelo impuesto por la sociedad forman parte de su cotidiano, haciendo que ellos críen y re-críen otras formas de vivir y sobrevivir. Con relación al aporte teórico, desde una perspectiva conceptual de la juventud se dialoga con Melucci, Abad, Spósito, Margulis & Urresti, Pais. Desde una perspectiva sociológica y antropológica los autores Elias, De Certeau, Fonseca, Lahire, Martins, Sarti, Telles, propiciaron auxilio en la ampliación del espectro de análisis de categorías claves como pobreza y exclusión. Desde una perspectiva de los estudios sobre procesos educativos: Charlot, Dayrell, Craidy, Carrano, Camacho, Fischer, D'ávila. Metodológicamente hablando, Becker, Bosi y Pais contribuyen en la discusión sobre las historias de vida y los estudios longitudinales. Al concluir el estudio se constata, en algunas de las historias, la vivencia de la maternidad como un momento de ruptura con el mundo de la calle buscando, con eso, ofrecer a sus hijos alternativas que difieren de las que tuvieron cuando eran niños. Sin embargo, en otras historias constatamos que los jóvenes oscilan entre la posibilidad de mantener una sociabilidad fija y la movilidad, el movimiento por las calles de la ciudad, incluso como espacio de convivencia y residencia. En esos casos se mantiene el trabajo informal/ilegal experimentado en la infancia. Se constata también que ellos reinventan y se reinventan por medio de estrategias y técnicas de supervivencia, creando alternativas en las lagunas del poder instituido. Dentro de sus posibilidades, como saltimbancos en la corrida de la vida, construyen alternativas que son limitadas mucho más por nosotros, hacedores de las políticas y constructores del saber académico (por nuestra incapacidad) que por ellos mismos. Incluso ha sido posible identificar que las políticas públicas destinadas a la atención de esos sujetos todavía se mantienen con propuestas asistencialistas y controladoras, inviabilizando así su constitución como sujetos de derecho participantes de los proyectos o programas. Esa juventud exige visibilidad y participación efectiva.application/pdfporJuventudePobrezaAdolescenteIdentidadeJuventudPobrezaProcesos de identidadHistoria de vidaEstudios longitudinalesO paradoxo da sereia : um estudo longitudinal sobreviver de jovens em Florianópolisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de EducaçãoPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoPorto Alegre, BR-RS2009doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000703876.pdf000703876.pdfTexto completoapplication/pdf684167http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/16399/1/000703876.pdf33383b6292577bc04dcb6636740d0892MD51TEXT000703876.pdf.txt000703876.pdf.txtExtracted Texttext/plain489378http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/16399/2/000703876.pdf.txt549d4882d637f1035b85ab05194e8a43MD52THUMBNAIL000703876.pdf.jpg000703876.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1123http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/16399/3/000703876.pdf.jpgf52da6fb1c248f8f38b61bf1e0e3795eMD5310183/163992018-10-09 09:12:04.603oai:www.lume.ufrgs.br:10183/16399Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-09T12:12:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O paradoxo da sereia : um estudo longitudinal sobreviver de jovens em Florianópolis
title O paradoxo da sereia : um estudo longitudinal sobreviver de jovens em Florianópolis
spellingShingle O paradoxo da sereia : um estudo longitudinal sobreviver de jovens em Florianópolis
Furini, Dóris Regina Marroni
Juventude
Pobreza
Adolescente
Identidade
Juventud
Pobreza
Procesos de identidad
Historia de vida
Estudios longitudinales
title_short O paradoxo da sereia : um estudo longitudinal sobreviver de jovens em Florianópolis
title_full O paradoxo da sereia : um estudo longitudinal sobreviver de jovens em Florianópolis
title_fullStr O paradoxo da sereia : um estudo longitudinal sobreviver de jovens em Florianópolis
title_full_unstemmed O paradoxo da sereia : um estudo longitudinal sobreviver de jovens em Florianópolis
title_sort O paradoxo da sereia : um estudo longitudinal sobreviver de jovens em Florianópolis
author Furini, Dóris Regina Marroni
author_facet Furini, Dóris Regina Marroni
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Furini, Dóris Regina Marroni
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Fischer, Nilton Bueno
contributor_str_mv Fischer, Nilton Bueno
dc.subject.por.fl_str_mv Juventude
Pobreza
Adolescente
Identidade
topic Juventude
Pobreza
Adolescente
Identidade
Juventud
Pobreza
Procesos de identidad
Historia de vida
Estudios longitudinales
dc.subject.spa.fl_str_mv Juventud
Pobreza
Procesos de identidad
Historia de vida
Estudios longitudinales
description Este trabalho busca compreender a história de vida de jovens pobres em Florianópolis/ SC, em uma perspectiva longitudinal, por um período de 10 anos (entre os anos 1998-2008). A pesquisa foi realizada com oito jovens (cinco moças e três rapazes) que tiveram em sua infância e adolescência uma longa vivência de rua. Este estudo tem o intuito de problematizar a seguinte questão: quais mediadores foram fundamentais na sua constituição como sujeito jovem? Qual a importância, nessa constituição, das experiências vividas na rua, na família, na escola, nos programas de atendimento e no trabalho? São pressupostos deste estudo: as diferentes formas de organização familiar e a vivência na rua como espaços significativos, produz, nesses jovens, especificidades no que se refere à mobilidade e à provisoriedade nas relações; há um hiato entre a constituição de sua juventude e as expectativas das instituições - trabalho, escola e os programas e projetos de atendimento - em relação e estes jovens. fazem parte do seu cotidiano movimentos que transcendem o modelo imposto pela sociedade, eles criam e recriam outras formas de viver e sobreviver. Com relação ao aporte teórico, na perspectiva conceitual da juventude, dialoga-se com Melucci, Abad, Sposito, Margulis & Urresti, Pais. Na perspectiva sociológica e antropológica os autores Elias, De Certeau, Fonseca, Lahire, Martins, Sarti., Telles auxiliaram a ampliar o espectro de análise de categorias-chave neste trabalho, como pobreza, exclusão. Na perspectiva dos estudos sobre processos educativos: Charlot, Dayrell, Craidy, Carrano, Camacho, Fischer, D'ávila. Na perspectiva metodológica, Becker, Bosi, Pais contribuem na discussão acerca das histórias de vida e os estudos longitudinais. Ao concluir o estudo, constata-se que, na atualidade, em algumas das histórias temos a experiência com a maternidade como um momento de ruptura com o mundo da rua, procurando com isso oferecer aos seus filhos alternativas que diferem das que tiveram quando crianças; em outras histórias, no entanto, constatamos que os jovens oscilam entre a possibilidade de manter uma sociabilidade fixa e a mobilidade, o movimento pelas ruas da cidade, inclusive como espaço de convivência e moradia. Nesses casos, há a manutenção do trabalho informal/ilegal, já experimentado desde a infância. Constata-se que eles reinventam (se) através de estratégias e técnicas de sobrevivência, criando alternativas nas lacunas do poder instituído; como saltimbancos, na correria da vida, eles constroem alternativas, dentro do seu campo de possibilidades, que é limitado muito mais por nós, fazedores das políticas e construtores do saber acadêmico, por nossa incapacidade, não pela deles. Foi possível identificar, ainda, que as políticas públicas ainda se mantêm com propostas assistencialistas e controladoras, inviabilizando deste modo sua constituição como sujeitos jovens de direitos e partícipes. A exigência dessa juventude é de visibilidade e participação efetiva.
publishDate 2009
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2009-07-17T04:13:46Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2009
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/16399
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000703876
url http://hdl.handle.net/10183/16399
identifier_str_mv 000703876
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/16399/1/000703876.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/16399/2/000703876.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/16399/3/000703876.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 33383b6292577bc04dcb6636740d0892
549d4882d637f1035b85ab05194e8a43
f52da6fb1c248f8f38b61bf1e0e3795e
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1797064928137314304