Produção Científica Nacional sobre Mulher e HIV
Ano de defesa: | 2020 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/46205 |
Resumo: | Introduzido nas interpretações sobre as perspectivas de expansão da epidemia de HIV/aids na década de 1990, o conceito vulnerabilidade procura articular a dimensão individual de vulnerabilidade ao HIV aos contextos sociais e programáticos, muitas vezes marcados pela desigualdade e injustiça social. Esse estudo objetiva analisar os usos dessa concepção na produção científica nacional sobre mulheres e HIV/aids de 1990 a 2018. Tal opção justifica-se pela contribuição da vulnerabilidade na reconceituação da tendência individualizante da noção de \201Cgrupo de risco\201D ou \201Ccomportamento de risco\201D que marcou a história da epidemia. O estudo se caracteriza por uma revisão de escopo da literatura, tendo por base os artigos científicos publicados no portal Scielo sobre HIV/aids e mulheres, incluindo também as categorias lésbica, jovem, profissional do sexo e gestante. Os resultados foram organizados em três etapas. A primeira refere-se à classificação dos 80 artigos selecionados na revisão quanto: população, metodologia e ano de publicação. A segunda diz respeito à seleção dos 39 estudos voltados para população exclusivamente de mulheres. Tendo por base uma definição de conceito do tipo ideal de vulnerabilidade, os 39 artigos foram classificados em relação à três categorias: uso consistente da concepção de vulnerabilidade, uso parcial e uso inconsistente. A terceira fase envolveu uma análise dos 22 artigos considerados como tendo feito uso consistente no que se refere: ao referencial teórico da vulnerabilidade, ao modo como as dimensões individual, programática e/ou social foram operacionalizadas e como o conceito foi acionado para explicar a vulnerabilidade das mulheres. Foi observado que o uso consistente do conceito ocorreu em anos mais recentes, sendo o componente social amplamente acionado na interpretação dos achados empíricos. Nesta direção, os principais aspectos referidos para explicar a vulnerabilidade das mulheres ao HIV/aids foram: a desigualdade de gênero, a dificuldade de negociação do uso do preservativo por parte das mulheres, a dimensão social e simbólica do amor romântico, do casamento e da maternidade, os significados diferenciados da sexualidade para homens e mulheres e a fragilidade quanto aos direitos sexuais e reprodutivos. Foram observadas ainda lacunas quanto à capacidade dos estudos de articularem os três componentes do conceito e a escassez de dados sobre a avaliação de intervenções sobre os contextos de vulnerabilidade. Compreender como um conceito calcado nos princípios dos direitos humanos pode contribuir para o enfrentamento da epidemia de modo emancipatório, para além do uso como ferramenta analítica, aparece como um desafio lançado por esse estudo. |
id |
CRUZ_6c84f7bfeb8c22884faeb66f430b496d |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.arca.fiocruz.br:icict/46205 |
network_acronym_str |
CRUZ |
network_name_str |
Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
repository_id_str |
|
spelling |
Barroso, Mariana TeixeiraPinho, Adriana de AraujoMonteiro, Simone2021-02-26T01:35:32Z2021-02-26T01:35:32Z2020BARROSO, Mariana Teixeira. Produção Científica Nacional sobre Mulher e HIV. 2020. 137 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2020.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/46205Introduzido nas interpretações sobre as perspectivas de expansão da epidemia de HIV/aids na década de 1990, o conceito vulnerabilidade procura articular a dimensão individual de vulnerabilidade ao HIV aos contextos sociais e programáticos, muitas vezes marcados pela desigualdade e injustiça social. Esse estudo objetiva analisar os usos dessa concepção na produção científica nacional sobre mulheres e HIV/aids de 1990 a 2018. Tal opção justifica-se pela contribuição da vulnerabilidade na reconceituação da tendência individualizante da noção de \201Cgrupo de risco\201D ou \201Ccomportamento de risco\201D que marcou a história da epidemia. O estudo se caracteriza por uma revisão de escopo da literatura, tendo por base os artigos científicos publicados no portal Scielo sobre HIV/aids e mulheres, incluindo também as categorias lésbica, jovem, profissional do sexo e gestante. Os resultados foram organizados em três etapas. A primeira refere-se à classificação dos 80 artigos selecionados na revisão quanto: população, metodologia e ano de publicação. A segunda diz respeito à seleção dos 39 estudos voltados para população exclusivamente de mulheres. Tendo por base uma definição de conceito do tipo ideal de vulnerabilidade, os 39 artigos foram classificados em relação à três categorias: uso consistente da concepção de vulnerabilidade, uso parcial e uso inconsistente. A terceira fase envolveu uma análise dos 22 artigos considerados como tendo feito uso consistente no que se refere: ao referencial teórico da vulnerabilidade, ao modo como as dimensões individual, programática e/ou social foram operacionalizadas e como o conceito foi acionado para explicar a vulnerabilidade das mulheres. Foi observado que o uso consistente do conceito ocorreu em anos mais recentes, sendo o componente social amplamente acionado na interpretação dos achados empíricos. Nesta direção, os principais aspectos referidos para explicar a vulnerabilidade das mulheres ao HIV/aids foram: a desigualdade de gênero, a dificuldade de negociação do uso do preservativo por parte das mulheres, a dimensão social e simbólica do amor romântico, do casamento e da maternidade, os significados diferenciados da sexualidade para homens e mulheres e a fragilidade quanto aos direitos sexuais e reprodutivos. Foram observadas ainda lacunas quanto à capacidade dos estudos de articularem os três componentes do conceito e a escassez de dados sobre a avaliação de intervenções sobre os contextos de vulnerabilidade. Compreender como um conceito calcado nos princípios dos direitos humanos pode contribuir para o enfrentamento da epidemia de modo emancipatório, para além do uso como ferramenta analítica, aparece como um desafio lançado por esse estudo.Introduced in the interpretations of the prospects for the expansion of the HIV / AIDS epidemic in the 1990s, the term vulnerability seeks to articulate the individual dimension of vulnerability to HIV with social and programmatic contexts, often marked by inequality and social injustice. This study aims to analyze the uses of this concept in the national scientific production on women and HIV / AIDS from 1990 to 2018. This option is justified by the contribution of vulnerability in the reconceptualization of the individualizing tendency of the notion of \201Crisk group\201D or \201Crisk behavior\201D. That marked the history of the epidemic. The study is characterized by a review of the scope of the literature, based on scientific articles published on the Scielo portal on HIV / AIDS and women, including also the categories lesbian, young, sex worker and pregnant woman. The results were organized in three stages. The first refers to the classification of the 80 articles selected in the review regarding: population, methodology and year of publication. The second concerns the selection of the 39 studies aimed at the exclusively female population. Based on a definition of the ideal concept of vulnerability, the 39 articles were classified in relation to three categories: consistent use of the concept of vulnerability, partial use and inconsistent use. The third phase involved an analysis of the 22 articles considered to have made consistent use with regard to: the theoretical framework of vulnerability, the way in which the individual, programmatic and / or social dimensions were operationalized and how the concept was used to explain the vulnerability of the women. It was observed that the consistent use of the term occurred in more recent years, with the social component being widely used in the interpretation of empirical findings. In this sense, the main aspects mentioned to explain the vulnerability of women to HIV / AIDS were: gender inequality, the difficulty in negotiating the use of condoms by women, the social and symbolic dimension of romantic love, marriage and motherhood, the different meanings of sexuality for men and women and the fragility regarding sexual and reproductive rights. Gaps were also observed in terms of the ability of studies to articulate the three components of the concept and the scarcity of data on the assessment of interventions in contexts of vulnerability. Understanding how a concept based on human rights principles can contribute to tackling the epidemic in an emancipatory way, in addition to its use as an analytical tool, appears as a challenge launched by this study.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porHIVSíndrome de Imunodeficiência AdquiridaVulnerabilidade em SaúdeMulheresHIVAcquired Immunodeficiency SyndromeHealth VulnerabilityWomenHIV1990 - 2018Síndrome de Imunodeficiência AdquiridaVulnerabilidade em SaúdeMulheresPolítica PúblicaPerfil de SaúdeEstudo ObservacionalRevisãoProdução Científica Nacional sobre Mulher e HIVNational Scientific Production on Women and HIVinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2020-03-26Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Mestrado AcadêmicoRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/46205/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALmariana_teixeira_barroso_ensp_mest_2020.pdfapplication/pdf1585466https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/46205/2/mariana_teixeira_barroso_ensp_mest_2020.pdf9001445c72d2f7eeb333cd7088fc5c34MD52TEXTmariana_teixeira_barroso_ensp_mest_2020.pdf.txtmariana_teixeira_barroso_ensp_mest_2020.pdf.txtExtracted texttext/plain375206https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/46205/3/mariana_teixeira_barroso_ensp_mest_2020.pdf.txt96731301f64af1fb8c83f5b0e6ffc489MD53icict/462052023-08-03 09:58:26.261oai:www.arca.fiocruz.br:icict/46205Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-08-03T12:58:26Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Produção Científica Nacional sobre Mulher e HIV |
dc.title.alternative.none.fl_str_mv |
National Scientific Production on Women and HIV |
title |
Produção Científica Nacional sobre Mulher e HIV |
spellingShingle |
Produção Científica Nacional sobre Mulher e HIV Barroso, Mariana Teixeira HIV Síndrome de Imunodeficiência Adquirida Vulnerabilidade em Saúde Mulheres HIV Acquired Immunodeficiency Syndrome Health Vulnerability Women HIV1990 - 2018 Síndrome de Imunodeficiência Adquirida Vulnerabilidade em Saúde Mulheres Política Pública Perfil de Saúde Estudo Observacional Revisão |
title_short |
Produção Científica Nacional sobre Mulher e HIV |
title_full |
Produção Científica Nacional sobre Mulher e HIV |
title_fullStr |
Produção Científica Nacional sobre Mulher e HIV |
title_full_unstemmed |
Produção Científica Nacional sobre Mulher e HIV |
title_sort |
Produção Científica Nacional sobre Mulher e HIV |
author |
Barroso, Mariana Teixeira |
author_facet |
Barroso, Mariana Teixeira |
author_role |
author |
dc.contributor.advisorco.none.fl_str_mv |
Pinho, Adriana de Araujo |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Barroso, Mariana Teixeira |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Monteiro, Simone |
contributor_str_mv |
Monteiro, Simone |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
HIV Síndrome de Imunodeficiência Adquirida Vulnerabilidade em Saúde Mulheres |
topic |
HIV Síndrome de Imunodeficiência Adquirida Vulnerabilidade em Saúde Mulheres HIV Acquired Immunodeficiency Syndrome Health Vulnerability Women HIV1990 - 2018 Síndrome de Imunodeficiência Adquirida Vulnerabilidade em Saúde Mulheres Política Pública Perfil de Saúde Estudo Observacional Revisão |
dc.subject.en.pt_BR.fl_str_mv |
HIV Acquired Immunodeficiency Syndrome Health Vulnerability Women |
dc.subject.decs.pt_BR.fl_str_mv |
HIV1990 - 2018 Síndrome de Imunodeficiência Adquirida Vulnerabilidade em Saúde Mulheres Política Pública Perfil de Saúde Estudo Observacional Revisão |
description |
Introduzido nas interpretações sobre as perspectivas de expansão da epidemia de HIV/aids na década de 1990, o conceito vulnerabilidade procura articular a dimensão individual de vulnerabilidade ao HIV aos contextos sociais e programáticos, muitas vezes marcados pela desigualdade e injustiça social. Esse estudo objetiva analisar os usos dessa concepção na produção científica nacional sobre mulheres e HIV/aids de 1990 a 2018. Tal opção justifica-se pela contribuição da vulnerabilidade na reconceituação da tendência individualizante da noção de \201Cgrupo de risco\201D ou \201Ccomportamento de risco\201D que marcou a história da epidemia. O estudo se caracteriza por uma revisão de escopo da literatura, tendo por base os artigos científicos publicados no portal Scielo sobre HIV/aids e mulheres, incluindo também as categorias lésbica, jovem, profissional do sexo e gestante. Os resultados foram organizados em três etapas. A primeira refere-se à classificação dos 80 artigos selecionados na revisão quanto: população, metodologia e ano de publicação. A segunda diz respeito à seleção dos 39 estudos voltados para população exclusivamente de mulheres. Tendo por base uma definição de conceito do tipo ideal de vulnerabilidade, os 39 artigos foram classificados em relação à três categorias: uso consistente da concepção de vulnerabilidade, uso parcial e uso inconsistente. A terceira fase envolveu uma análise dos 22 artigos considerados como tendo feito uso consistente no que se refere: ao referencial teórico da vulnerabilidade, ao modo como as dimensões individual, programática e/ou social foram operacionalizadas e como o conceito foi acionado para explicar a vulnerabilidade das mulheres. Foi observado que o uso consistente do conceito ocorreu em anos mais recentes, sendo o componente social amplamente acionado na interpretação dos achados empíricos. Nesta direção, os principais aspectos referidos para explicar a vulnerabilidade das mulheres ao HIV/aids foram: a desigualdade de gênero, a dificuldade de negociação do uso do preservativo por parte das mulheres, a dimensão social e simbólica do amor romântico, do casamento e da maternidade, os significados diferenciados da sexualidade para homens e mulheres e a fragilidade quanto aos direitos sexuais e reprodutivos. Foram observadas ainda lacunas quanto à capacidade dos estudos de articularem os três componentes do conceito e a escassez de dados sobre a avaliação de intervenções sobre os contextos de vulnerabilidade. Compreender como um conceito calcado nos princípios dos direitos humanos pode contribuir para o enfrentamento da epidemia de modo emancipatório, para além do uso como ferramenta analítica, aparece como um desafio lançado por esse estudo. |
publishDate |
2020 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2020 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2021-02-26T01:35:32Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2021-02-26T01:35:32Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.citation.fl_str_mv |
BARROSO, Mariana Teixeira. Produção Científica Nacional sobre Mulher e HIV. 2020. 137 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2020. |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/46205 |
identifier_str_mv |
BARROSO, Mariana Teixeira. Produção Científica Nacional sobre Mulher e HIV. 2020. 137 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2020. |
url |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/46205 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) instacron:FIOCRUZ |
instname_str |
Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) |
instacron_str |
FIOCRUZ |
institution |
FIOCRUZ |
reponame_str |
Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
collection |
Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/46205/1/license.txt https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/46205/2/mariana_teixeira_barroso_ensp_mest_2020.pdf https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/46205/3/mariana_teixeira_barroso_ensp_mest_2020.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 9001445c72d2f7eeb333cd7088fc5c34 96731301f64af1fb8c83f5b0e6ffc489 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) |
repository.mail.fl_str_mv |
repositorio.arca@fiocruz.br |
_version_ |
1798325905510105088 |