Enfrentar é Complexo: iniciativas locais f rente à política de morte no Complexo da Maré

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Andrade, Fernanda Vieira Alves de
Orientador(a): Cunha, Marize Bastos da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50440
Resumo: Nas últimas décadas, ocorreu uma intensificação da violência armada do Estado em territórios de favelas na cidade do Rio de Janeiro, havendo um crescimento expressivo de diversos tipos de violações de direitos humanos e sociais no cotidiano dos moradores. Nos últimos anos, essa violência de Estado ganhou novas frentes e formas de atuação, visto que o Estado passou a utilizar, influenciado por questões políticas, econômicas e sociais, aparatos de guerra como veículos e aeronaves blindados em incursões policiais. Esse cenário é compreendido como uma parte da política de morte do Estado sobre os territórios de favelas. Tal política, também nomeada necropolítica, abrange não só as operações policiais, mas toda uma estrutura de políticas públicas que acaba por levar os moradores a uma vida limítrofe entre a vida e a morte. Esse contexto é sustentado pelo racismo estrutural da sociedade brasileira, o qual legitima a violação de direitos, as prisões e mortes indiscriminadas, sem que haja grandes questionamentos pelos que não vivem essa realidade. Nesse contexto, esta pesquisa buscou compreender como um território, neste caso o Complexo da Maré, lida com a violência que vem se agravando nas últimas décadas, através das respostas construídas por iniciativas locais. Para isso, de agosto de 2020 a março de 2021, foram realizadas análise documental, observação participante, e entrevistas semiestruturadas com iniciativas locais, entendidas como agentes sociais, que, por meio de seus projetos, respondiam de alguma maneira às negligências e violências praticadas pelo Estado. Foram escolhidos e convidados a participar da pesquisa um coletivo, uma igreja e uma Organização Não Governamental. Na pesquisa, identificou-se que esses agentes, a despeito de suas diferenças, têm diversas atuações e formas de responder às necessidades da população diante da falta ou precariedade das políticas públicas, em especial no que se refere à saúde e à educação. Durante o trabalho de campo ao longo da pandemia, observou-se que eles foram os primeiros a responder às dificuldades e demandas dos moradores. No entanto, apesar do importante protagonismos destes, alguns limites se impõem em sua atuação, visto que o trabalho dessas iniciativas deveria ser uma resposta complementar e não central como tem se apresentado em alguns aspectos, sobretudo na saúde e na educação. Além disso, foi expressivo que, nessa luta contra a política de morte, as mulheres são as protagonistas, pois não só estiveram em maior número nas entrevistas, mas também nas iniciativas participantes e no próprio território.
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Esse cenário é compreendido como uma parte da política de morte do Estado sobre os territórios de favelas. Tal política, também nomeada necropolítica, abrange não só as operações policiais, mas toda uma estrutura de políticas públicas que acaba por levar os moradores a uma vida limítrofe entre a vida e a morte. Esse contexto é sustentado pelo racismo estrutural da sociedade brasileira, o qual legitima a violação de direitos, as prisões e mortes indiscriminadas, sem que haja grandes questionamentos pelos que não vivem essa realidade. Nesse contexto, esta pesquisa buscou compreender como um território, neste caso o Complexo da Maré, lida com a violência que vem se agravando nas últimas décadas, através das respostas construídas por iniciativas locais. Para isso, de agosto de 2020 a março de 2021, foram realizadas análise documental, observação participante, e entrevistas semiestruturadas com iniciativas locais, entendidas como agentes sociais, que, por meio de seus projetos, respondiam de alguma maneira às negligências e violências praticadas pelo Estado. Foram escolhidos e convidados a participar da pesquisa um coletivo, uma igreja e uma Organização Não Governamental. Na pesquisa, identificou-se que esses agentes, a despeito de suas diferenças, têm diversas atuações e formas de responder às necessidades da população diante da falta ou precariedade das políticas públicas, em especial no que se refere à saúde e à educação. Durante o trabalho de campo ao longo da pandemia, observou-se que eles foram os primeiros a responder às dificuldades e demandas dos moradores. No entanto, apesar do importante protagonismos destes, alguns limites se impõem em sua atuação, visto que o trabalho dessas iniciativas deveria ser uma resposta complementar e não central como tem se apresentado em alguns aspectos, sobretudo na saúde e na educação. Além disso, foi expressivo que, nessa luta contra a política de morte, as mulheres são as protagonistas, pois não só estiveram em maior número nas entrevistas, mas também nas iniciativas participantes e no próprio território.In recent decades, there has been an intensification of armed violence by the State in favela territories in Rio de Janeiro city, with significant increase in various types of human and social rights violations in the daily lives of residents. In the last years, this State violence has gained new fronts and forms of action, considering that the State started to use, influenced by political, economic, and social issues, war equipment such as armored vehicles and aircraft in police raids. This scenario is understood as part of the State's death policy on favela territories. This policy, also called necropolitics, encompasses not only police operations, but a whole structure of public policies that ends up leading residents to a life bordering on life and death. This context is sustained by the structural racism of Brazilian society, which legitimizes the violation of rights, indiscriminate imprisonment and death, without questioning by those who do not live this reality. Under these circumstances, this research sought to understand how a territory, the Complexo da Maré, deals with the violence that has been worsening in recent decades through responses built from local initiatives. To this end, from August 2020 to March 2021, documentary analysis, participant observation, and semistructured interviews were carried out with local initiatives, understood as social agents, who, through their projects, responded in some way to the neglect and violence practiced by the State. A collective, a church, and a Non-Governmental Organization were chosen and invited to participate in the research. In the study, it was found that these agents, despite their differences, have diverse actions and ways of responding to the needs of population facing the lack or precariousness of public policies, especially with regard to health and education rights. During field work throughout the pandemic, it was observed that they were the first to react to the difficulties and demands of the residents. However, despite their significant role, some limits are imposed on their acting, since the work of these initiatives should be a complementary response and not a central one, as it has occurred, especially in health and education spheres. Moreover, it was expressive that, in this fight against the politics of death, women are the protagonists, since not only a larger number of them took part in the interviews, but also in the participating initiatives and in the territory itself.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porAgentes SociaisComplexo da MaréPolítica de MorteIniciativasSocial AgentsComplexo da MaréPolitics of DeathInitiativesÁreas de PobrezaPolítica de SaúdeViolênciaRacismoDireitos HumanosEntrevistaColeta de DadosPesquisa QualitativaObservaçãoEnfrentar é Complexo: iniciativas locais f rente à política de morte no Complexo da MaréConfronting is Complex: local initiatives against the death policy in Complexo da Maréinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2021-10-28Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Mestrado AcadêmicoRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/50440/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALfernanda_vieira_alves_andrade_ensp_mest_2021.pdfapplication/pdf821346https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/50440/2/fernanda_vieira_alves_andrade_ensp_mest_2021.pdfb3015aaadb4172a61e2e1f38f4ebc585MD52icict/504402021-12-15 11:04:22.441oai:www.arca.fiocruz.br:icict/50440Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-12-15T14:04:22Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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