O princípio da justiça, os ensaios clínicos e o registro de anticorpos monoclonais e biomedicamentos oncológicos no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Cecilia Ferreira da
Orientador(a): Castro, Claudia Garcia Serpa Osorio de, Silva, Miriam Ventura da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24308
Resumo: O Brasil vem se destacando no cenário das pesquisas clínicas. Porém, a maior parte dos ensaios clínicos realizados refere-se à participação do país como centro condutor de pesquisas com novos fármacos, promovidas por instituições estrangeiras. Na área de oncologia, que se destaca em função das altas taxas de incidência e morbidade, o surgimento de novos antineoplásicos, como os anticorpos monoclonais e biomedicamentos, é sempre acompanhado de grandes interesses pelas diferentes partes envolvidas. Algumas problemáticas éticas se configuram neste cenário, face às necessidades da população e ao desenvolvimento científico e tecnológico do país. Dentre os requerimentos éticos expressos na Resolução CNS 466/12 está o princípio da justiça e equidade. O presente trabalho se propôs a analisar os aspectos bioéticos relacionados à aplicação do princípio da justiça e equidade no percurso da realização dos ensaios clínicos com anticorpos monoclonais e biomedicamentos oncológicos no Brasil, até seu registro no país, nos últimos 10 (dez) anos. Após aplicação de critérios de eligibilidade nove ensaios foram selecionados nas bases ReBEC e Clínical Trials, e caracterizados. A trajetória do registro desses medicamentos no país (ANVISA) e nos principais órgãos regulatórios internacionais (FDA e EMA) foi mapeada, assim como os gastos com compras federais no período do estudo. Diferentes concepções do princípio da justiça, obtidas por busca sistemática, foram agrupadas em três categorias analíticas (relevância social, Equidade de acesso à saúde; Distribuição equitativa de encargos e benefícios) que subsidiaram a discussão dos resultados empíricos sobre os ensaios clínicos resgatados. No Brasil os ensaios estão concentrados na Região Sudeste. Todos os ensaios têm patrocínio estrangeiro e a maioria é de fase III. Grande parte restringe a inclusão de pacientes, baseado em características genéticas. Os gastos com os medicamentos examinados revelaram grande variação de preço ao longo do tempo, o que implica em questionamentos sobre justiça e equidade no acesso pelo SUS. Os resultados obtidos permitiram visualizar fragilidades no sistema regulatório brasileiro e falhas na transparência de informações sobre os estudos/medicamentos, impactando sobre a justiça na distribuição dos benefícios e relevância social. O Brasil precisa estimular pesquisas autóctones; não obstante, as pesquisas analisadas estavam adequadas quando examina-se indicação clínica e incidência de câncer no país. Recomenda-se que os órgãos reguladores proponham formas de fiscalização dos requerimentos e princípios éticos expressos nas normativas nacionais sobre ética em pesquisa com seres humanos.
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Na área de oncologia, que se destaca em função das altas taxas de incidência e morbidade, o surgimento de novos antineoplásicos, como os anticorpos monoclonais e biomedicamentos, é sempre acompanhado de grandes interesses pelas diferentes partes envolvidas. Algumas problemáticas éticas se configuram neste cenário, face às necessidades da população e ao desenvolvimento científico e tecnológico do país. Dentre os requerimentos éticos expressos na Resolução CNS 466/12 está o princípio da justiça e equidade. O presente trabalho se propôs a analisar os aspectos bioéticos relacionados à aplicação do princípio da justiça e equidade no percurso da realização dos ensaios clínicos com anticorpos monoclonais e biomedicamentos oncológicos no Brasil, até seu registro no país, nos últimos 10 (dez) anos. Após aplicação de critérios de eligibilidade nove ensaios foram selecionados nas bases ReBEC e Clínical Trials, e caracterizados. A trajetória do registro desses medicamentos no país (ANVISA) e nos principais órgãos regulatórios internacionais (FDA e EMA) foi mapeada, assim como os gastos com compras federais no período do estudo. Diferentes concepções do princípio da justiça, obtidas por busca sistemática, foram agrupadas em três categorias analíticas (relevância social, Equidade de acesso à saúde; Distribuição equitativa de encargos e benefícios) que subsidiaram a discussão dos resultados empíricos sobre os ensaios clínicos resgatados. No Brasil os ensaios estão concentrados na Região Sudeste. Todos os ensaios têm patrocínio estrangeiro e a maioria é de fase III. Grande parte restringe a inclusão de pacientes, baseado em características genéticas. Os gastos com os medicamentos examinados revelaram grande variação de preço ao longo do tempo, o que implica em questionamentos sobre justiça e equidade no acesso pelo SUS. Os resultados obtidos permitiram visualizar fragilidades no sistema regulatório brasileiro e falhas na transparência de informações sobre os estudos/medicamentos, impactando sobre a justiça na distribuição dos benefícios e relevância social. O Brasil precisa estimular pesquisas autóctones; não obstante, as pesquisas analisadas estavam adequadas quando examina-se indicação clínica e incidência de câncer no país. Recomenda-se que os órgãos reguladores proponham formas de fiscalização dos requerimentos e princípios éticos expressos nas normativas nacionais sobre ética em pesquisa com seres humanos.In Brazil, the scenario of clínical trials has expanded. However, most of them are sponsored by foreign institutions, leaving to Brazilian institutions the role of mere trial conductor. Because of high cancer incidence and morbidity, new antineoplastic agents, such as monoclonal antibodies and biologics are very much in demand and accompanied by a variety of conflicting interests. Certain ethical issues arise, given the needs of the population and technological and scientific development in the country. Among the ethical requirements expressed in Resolution CNS 466/12, is the principle of justice and equity. This study aims to analyze bioethical aspects related to the application of the principle of justice and equity in the pathway from trials to market approval,followed by monoclonal antibodies and biologics, during the last ten years. After applying eligibility criteria, nine trials were selected from ReBEC and Clínical Trials, and characterized. Market approval history in the country regulatory agency (Anvisa) and in foreign regulatory bodies (FDA and EMA) was described, as were federal expenditures with these medicines during the study period. Different conceptions of the principle of justice and equity were obtained from a systematic search of the literature and were grouped in three categories (social relevance, equity of access to health care; Equitable distribution of burdens and benefits) which, in turn, sustained discussion of empiric data on trials. In Brazil, trials are concentrated in the Southeast. All trials have foreign sponsors and the majority are Phase III. Most restrict subject eligibility, based on their genetic characteristics. Medicines expenditures throughout the period revealed great price variation, bringing to light problems regarding justice and equity of access in the Brazilian Health System. Our findings showed frailties in the Brazilian regulatory system and lack of transparency in disclosure of information on trials and medicines, causing an unfavorable impact on the justice of distribution of benefits and on social relevance. Brazil needs to stimulate local research. In spite of this, results showed that the nine clínical trials were adequate in regard to clínical indication and cancer incidence. We propose that the regulatory agencies may implement inspection as to the adoption ethical principles expressed in national norms on ethics in research with human subjects.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porPesquisa ClínicaMedicamentosOncologiaJustiçaÉtica em pesquisaClínical ResearchMedicinesOncologyJusticeEthics researchPesquisa BiomédicaPreparações FarmacêuticasOncologiaJustiça SocialÉtica em PesquisaO princípio da justiça, os ensaios clínicos e o registro de anticorpos monoclonais e biomedicamentos oncológicos no BrasilThe principle of justice, clinical trials and registration of biopharmaceutical monoclonal antibodies and cancer in Brazilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisFundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio AroucaMestrado AcadêmicoRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletivainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZORIGINALve_Cecilia_Ferreira_ENSP_2014application/pdf1764678https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/24308/1/ve_Cecilia_Ferreira_ENSP_20144ffb01580aa9e7f2aab48dc74ee3f3c6MD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/24308/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXT238.pdf.txt238.pdf.txtExtracted texttext/plain299658https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/24308/3/238.pdf.txtffa5cb07bc9aa966065363187822f657MD53ve_Cecilia_Ferreira_ENSP_2014.txtve_Cecilia_Ferreira_ENSP_2014.txtExtracted texttext/plain299658https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/24308/4/ve_Cecilia_Ferreira_ENSP_2014.txtffa5cb07bc9aa966065363187822f657MD54icict/243082023-01-17 11:05:22.875oai:www.arca.fiocruz.br:icict/24308Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-17T14:05:22Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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