A BESTA DE SETE CABEÇAS: MONSTRUOSIDADE E CONSTRUÇÃO DE FRONTEIRAS DA CULTURA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Dorneles, Vanderlei
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Metodista de Sao Paulo
Ciencias da Religiao:Programa de Pos Graduacao em Ciencias da Religiao
Brasil
IMS
Ciencias da Religiao
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.metodista.br/jspui/handle/tede/2015
Resumo: Esta tese empreende uma análise da metáfora apocalíptica da besta de sete cabeças em sua intertextualidade e em seu sistema semântico em textos da cultura do antigo Mediterrâneo. O estudo parte do Apocalipse de João e dos textos do mundo bíblico e avança para descobrir a rede textual ampla desta metáfora na cultura antiga. A metáfora da besta de sete cabeças é considerada como um texto da cultura e um sistema de representação da alteridade. O estudo se fundamenta nos conceitos de semiosfera, texto da cultura e intertextualidade, conforme entendidos pelos teóricos da chamada Semiótica da Cultura, de origem russa, dentre os quais se destaca Lotman como seu principal articulador. Também se apoia no conceito de metáfora, na linha de Lakoff e Johnson; e na noção do monstruoso como sistema de representação de alteridade grotesca, segundo Kristeva e Cohen, entre outros teóricos da noção do abjeto e monstruoso. Parte da pressuposição de que elementos semióticos e conceituais comuns, ativos na memória e no imaginário das culturas, evidenciam o entrecruzamento dos textos de diferentes épocas e lugares. A metáfora da besta é analisada em suas conexões semióticas com textos antigos nos quais também se verifica a construção de figuras monstruosas de múltiplas cabeças, como na Paleta de Narmer de cerca de 3100 a.C. e no Cilindro de Tell Asmar de 2200 a.C., entre outros. Essas conexões indicam que o texto profético do Apocalipse de João não é dado de forma isolada das linguagens e da cultura de seu tempo. Elas permitem também enxergar as narrativas proféticas do Apocalipse como um texto da cultura, capaz de diálogo e produção de sentidos com uma rede de outras narrativas e tradições. À luz da Semiótica da Cultura, a metáfora da besta é analisada como um sistema de representação da alteridade opositora, a partir de elementos monstruosos e abjetos. Nessa linha, a metáfora se apresenta como uma ferramenta capaz de construir fronteiras definidoras do próprio e do alheio, caracterizando o cristianismo primitivo como uma cultura emergente distinta das demais à sua volta, embora em constante diálogo e entrecruzamento com as mesmas.
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Também se apoia no conceito de metáfora, na linha de Lakoff e Johnson; e na noção do monstruoso como sistema de representação de alteridade grotesca, segundo Kristeva e Cohen, entre outros teóricos da noção do abjeto e monstruoso. Parte da pressuposição de que elementos semióticos e conceituais comuns, ativos na memória e no imaginário das culturas, evidenciam o entrecruzamento dos textos de diferentes épocas e lugares. A metáfora da besta é analisada em suas conexões semióticas com textos antigos nos quais também se verifica a construção de figuras monstruosas de múltiplas cabeças, como na Paleta de Narmer de cerca de 3100 a.C. e no Cilindro de Tell Asmar de 2200 a.C., entre outros. Essas conexões indicam que o texto profético do Apocalipse de João não é dado de forma isolada das linguagens e da cultura de seu tempo. Elas permitem também enxergar as narrativas proféticas do Apocalipse como um texto da cultura, capaz de diálogo e produção de sentidos com uma rede de outras narrativas e tradições. À luz da Semiótica da Cultura, a metáfora da besta é analisada como um sistema de representação da alteridade opositora, a partir de elementos monstruosos e abjetos. Nessa linha, a metáfora se apresenta como uma ferramenta capaz de construir fronteiras definidoras do próprio e do alheio, caracterizando o cristianismo primitivo como uma cultura emergente distinta das demais à sua volta, embora em constante diálogo e entrecruzamento com as mesmas.This thesis undertakes an analysis of the apocalyptic metaphor of the seven-headed beast in its intertextuality and in its semantic system in ancient Mediterranean cultural texts. The study starts from the Apocalypse of John and the texts of the biblical world and moves forward to discover the broad textual network of this metaphor in ancient culture. The seven-headed beast metaphor is considered to be a text of culture and a system of representation of otherness. The study is based on the concepts of semiosphere, text of culture and intertextuality, as understood by theorists of the so-called Semiotics of Culture, of Russian origin, among which Lotman stands out as its main articulator. It is also based on the concept of metaphor, in line with Lakoff and Johnson; and in the notion of the monstrous as a system of representation of grotesque otherness, according to Kristeva and Cohen, among other theorists of the notion of the abject and monstrous. It starts from the assumption that common semiotic and conceptual elements, active in the memory and imagery of cultures, show the intersection of texts from different times and places. The metaphor of the beast is analyzed in its semiotic connections with ancient texts in which there is also the construction of monstrous figures with multiple heads, as in the Narmer Palette of about 3100 BC and the Tell Asmar Cylinder of 2200 BC, among others. These connections indicate that the prophetic text of the Apocalypse of John is not given in isolation from the languages ​​and culture of his time. They also allow us to see the prophetic narratives of the Apocalypse as a text of culture, capable of dialogue and production of meanings with a network of other narratives and traditions. In the light of the Semiotics of Culture, the metaphor of the beast is analyzed as a system of representation of opposing otherness, from monstrous and abject elements. Along these lines, metaphor presents itself as a tool capable of constructing defining boundaries for oneself and for others, characterizing primitive Christianity as an emerging culture distinct from the others around it, although in constant dialogue and intertwining with themUniversidade Metodista de Sao PauloCiencias da Religiao:Programa de Pos Graduacao em Ciencias da ReligiaoBrasilIMSCiencias da ReligiaoGarcia, Paulo RobertoTorres , Milton LuizSouza , Vitor Chaves deKaefer , José AdemarDorneles, Vanderlei2021-01-19T18:02:39Z2020-04-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfDorneles, Vanderlei. A BESTA DE SETE CABEÇAS: MONSTRUOSIDADE E CONSTRUÇÃO DE FRONTEIRAS DA CULTURA. 2020. 2020. 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