Orçamento participativo em Fortaleza: práticas e percepções
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=74415 |
Resumo: | A segunda metade da década de 1980 é um marco para as mudanças ocorridas na conjuntura brasileira no que diz respeito à relação Estado e Sociedade Civil. Mudanças estas que abriram caminhos para as novas experiências de gestão pública e de introdução de novas modalidades de administração e organização das políticas sociais por meio da garantia da participação da sociedade civil na sua formulação e fiscalização. Nesse contexto, têm-se a criação dos Conselhos de Política Social e a possibilidade da realização de experiências como os Orçamentos Participativos, temática de nossa análise, neste trabalho. Assim, tomamos como objeto de nossa investigação a experiência do Orçamento Participativo (OP) em Fortaleza-Ce, em curso neste município desde 2005. Na presente pesquisa propomo-nos a compreender e interpretar os significados de participação inscritos nos discursos e práticas dos moradores da Comunidade Marrocos, localizada no Grande Bom Jardim. E ainda, suscitar uma reflexão crítica sobre o OP a partir das percepções que estes sujeitos sociais constroem acerca deste espaço. Para realização deste trabalho desenvolvemos um estudo de cunho eminentemente qualitativo. Delimitamos como campo empírico de nossa investigação os distintos espaços nos quais aconteceram as atividades do OP durante os anos de 2010 e 2011, bem como a própria Comunidade do Marrocos. Elegemos como nossos interlocutores, 10 (dez) moradores daquela localidade. Para a coleta de dados, utilizamos a técnica de observação direta com uso sistemático do diário de campo, que nos possiblitou obter e registrar informações da realidade dos sujeitos sociais em seus próprios contextos; e ainda, fizemos uso das entrevistas semiestruturadas, que nos permitiu apreender melhor as percepções de nossos interlocutores. Todo o processo investigativo foi acompanhado pelas pesquisas bibliográfica e documental. O exame das declarações de nossos interlocutores acerca do OP evidencia o reconhecimento e a importância que eles conferem a esse mecanismo de democracia participativa. Deste modo, o OP é visto como um espaço de interlocução entre cidadão e poder público que proporciona à população o direito de propor diretamente aquilo que querem que aconteça em suas comunidades; o OP também é considerado como espaço de socialização no qual quem dele participa tem a possibilidade de ampliar a sua percepção acerca dos problemas da cidade. Nesta perspectiva, o OP também é considerado um processo educativo, por meio do qual as habilidades e qualidades de seus participantes são desenvolvidas. Assim, à medida que participam, os indivíduos têm a oportunidade de desenvolverem o conhecimento acerca do funcionamento institucional da gestão municipal. Constatamos, ainda nos discursos de nossos entrevistados uma diversidade de significações sobre a participação. Contudo, apesar dessa multiplicidade, foi possível encontrar entre elas um ponto em comum, qual seja: a indicação do caráter instrumental da participação em detrimento de seu caráter político.Percebemos então, que o OP, em Fortaleza, no lugar de ultrapassar os limites da democracia gerencial, acaba reforçando-os. Avançar para além desses marcos faz-se extremamente necessário e este, a nosso ver, é um dos principais desafios para aqueles que ocupam esse espaço. PALAVRASCHAVE: Orçamento Participativo, Participação, gestão democrática. <br/> |
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Orçamento participativo em Fortaleza: práticas e percepçõesGestão democrática Orçamento participativo Participação Políticas públicasA segunda metade da década de 1980 é um marco para as mudanças ocorridas na conjuntura brasileira no que diz respeito à relação Estado e Sociedade Civil. Mudanças estas que abriram caminhos para as novas experiências de gestão pública e de introdução de novas modalidades de administração e organização das políticas sociais por meio da garantia da participação da sociedade civil na sua formulação e fiscalização. Nesse contexto, têm-se a criação dos Conselhos de Política Social e a possibilidade da realização de experiências como os Orçamentos Participativos, temática de nossa análise, neste trabalho. Assim, tomamos como objeto de nossa investigação a experiência do Orçamento Participativo (OP) em Fortaleza-Ce, em curso neste município desde 2005. Na presente pesquisa propomo-nos a compreender e interpretar os significados de participação inscritos nos discursos e práticas dos moradores da Comunidade Marrocos, localizada no Grande Bom Jardim. E ainda, suscitar uma reflexão crítica sobre o OP a partir das percepções que estes sujeitos sociais constroem acerca deste espaço. Para realização deste trabalho desenvolvemos um estudo de cunho eminentemente qualitativo. Delimitamos como campo empírico de nossa investigação os distintos espaços nos quais aconteceram as atividades do OP durante os anos de 2010 e 2011, bem como a própria Comunidade do Marrocos. Elegemos como nossos interlocutores, 10 (dez) moradores daquela localidade. Para a coleta de dados, utilizamos a técnica de observação direta com uso sistemático do diário de campo, que nos possiblitou obter e registrar informações da realidade dos sujeitos sociais em seus próprios contextos; e ainda, fizemos uso das entrevistas semiestruturadas, que nos permitiu apreender melhor as percepções de nossos interlocutores. Todo o processo investigativo foi acompanhado pelas pesquisas bibliográfica e documental. O exame das declarações de nossos interlocutores acerca do OP evidencia o reconhecimento e a importância que eles conferem a esse mecanismo de democracia participativa. Deste modo, o OP é visto como um espaço de interlocução entre cidadão e poder público que proporciona à população o direito de propor diretamente aquilo que querem que aconteça em suas comunidades; o OP também é considerado como espaço de socialização no qual quem dele participa tem a possibilidade de ampliar a sua percepção acerca dos problemas da cidade. Nesta perspectiva, o OP também é considerado um processo educativo, por meio do qual as habilidades e qualidades de seus participantes são desenvolvidas. Assim, à medida que participam, os indivíduos têm a oportunidade de desenvolverem o conhecimento acerca do funcionamento institucional da gestão municipal. Constatamos, ainda nos discursos de nossos entrevistados uma diversidade de significações sobre a participação. Contudo, apesar dessa multiplicidade, foi possível encontrar entre elas um ponto em comum, qual seja: a indicação do caráter instrumental da participação em detrimento de seu caráter político.Percebemos então, que o OP, em Fortaleza, no lugar de ultrapassar os limites da democracia gerencial, acaba reforçando-os. Avançar para além desses marcos faz-se extremamente necessário e este, a nosso ver, é um dos principais desafios para aqueles que ocupam esse espaço. PALAVRASCHAVE: Orçamento Participativo, Participação, gestão democrática. <br/> La segunda mitad de la década de 1980 es un hito para los cambios en la situación de Brasil con respecto a la relación entre Estado y Sociedad Civil. Los cambios que se han abierto nuevas vías para las experiencias de gestión pública y la introducción de nuevas formas de administración y organización de las políticas sociales, garantizando la participación de la sociedad civil en su formulación y el seguimiento. En este contexto, ha sido la creación de los Consejos de Política Social y la posibilidad de llevar a cabo experimentos como el Presupuesto Participativo, objeto de nuestro análisis en este trabajo. Por lo tanto, tomamos como objeto de nuestra investigación de la experiencia del Presupuesto Participativo (PP) en Fortaleza-CE, llevando a cabo en esta ciudad desde 2005. En este estudio se propone para comprender e interpretar los significados de la participación ha entrado en los discursos y las prácticas de los residentes de la Comunidad de Marruecos, situada en el Grande Buen Jardín. Y, sin embargo, plantear una reflexión crítica sobre el PP, de la percepción que los individuos sociales construyen en este espacio. Para este estudio, hemos desarrollado un estudio eminentemente cualitativo. Hemos definido como nuestra investigación empírica de campo de los distintos espacios en los que las actividades de la PP sucedido durante los años 2010 y 2011, así como la propia de la Comunidad en Marruecos. Nosotros elegimos como nuestros socios, diez (10) residentes de esa localidad. Para recopilar los datos, se utilizó la técnica de observación directa con el uso sistemático del diario, que permitió obtener y registrar la información de la realidad social de los sujetos en sus propios contextos, y también hizo uso de entrevistas semiestructuradas, que proporcionar una mejor comprensión de las percepciones de nuestros grupos de interés. El proceso de investigación estuvo acompañado por bibliográfico y documental. El examen de las declaraciones de nuestros interlocutores acerca de la PP muestra el reconocimiento y la importancia que conceden a este mecanismo de democracia participativa. Por lo tanto, el PP es visto como un espacio de diálogo entre los ciudadanos y del gobierno que da a la gente el derecho de proponer directamente lo que quieren que suceda en sus comunidades, el PP también se considera como un espacio de socialización en el cual participa que tienen la posibilidad de ampliar su percepción de los problemas de la ciudad. En consecuencia, el PP también se considera un proceso educativo, a través del cual las habilidades y cualidades de sus participantes se han desarrollado. Por lo tanto, a medida que participan, los individuos tienen la oportunidad de desarrollar el conocimiento sobre el funcionamiento institucional de la administración municipal. También tomamos nota de los discursos de los encuestados una variedad de significados de la participación. Sin embargo, a pesar de esta multiplicidad se puede encontrar entre ellos un punto común, a saber, una indicación del carácter instrumental de la participación a expensas de su carácter político. Vimos continuación, el PP, en Fortaleza, en lugar de superar los límites de democracia de gestión, termina por reforzar ellos. A continuación más allá de estos puntos de referencia es sumamente necesario y esto, en nuestra opinión, es un gran desafío para los que ocupan ese espacio. Palabras-Clave: Presupuesto Participativo; Participación; Administración Democratica.Universidade Estadual do CearáAlexandre Almeida BarbalhoArão, Márcia Regina Mariano de Sousa2013-02-27T00:00:00Z2012info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=74415info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UECEinstname:Universidade Estadual do Cearáinstacron:UECE2013-02-27T00:00:00Zoai:uece.br:74415Repositório InstitucionalPUBhttps://siduece.uece.br/siduece/api/oai/requestopendoar:2013-02-27T00:00Repositório Institucional da UECE - Universidade Estadual do Cearáfalse |
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