Sobre a tragédia, o trágico e a experiência do negativo em Schopenhauer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Marcelo Ribeiro Rosa
Orientador(a): Aguinaldo Pavão .
Banca de defesa: José Fernandes Weber, Leandro Pinheiro Chevitarese
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Filosofia.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Link de acesso: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000201803
Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar a teoria da tragédia desenvolvida pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer procurando entender qual espaço este concedeu à tragédia no contexto de sua metafísica do belo e também em seu pensamento como um todo. Procuraremos mostrar que o filósofo concede à tragédia um espaço central em sua metafísica do belo, pois atribui à mesma a capacidade de reproduzir de modo exemplar o drama da Vontade enquanto manifesta no mundo em seus aspectos mais intensos e contraditórios naquele que seria o seu fenômeno mais elevado: o gênero humano. No entanto, para além desta concepção, explicitamente assumida pelo filósofo no texto de O mundo como Vontade e como representação, defenderemos que conquanto a tragédia seja inicialmente definida como arte representativa e enquanto tal teria como objetivo reproduzir a idéia da humanidade, a mais perfeita objetidade da Vontade, é possível pensá-la como tendo um papel que transcenderia tal finalidade. Esta suspeita já encontra seus primeiros apoios no texto de O mundo que já apresenta a tragédia como uma representação que seria “uma indicação significativa da índole do mundo e da existência”, contudo passa a ter mais plausibilidade à luz de outros dois textos: Metafísica do belo e os Complementos acrescidos à guisa de comentários ao texto de O mundo quando da publicação da segunda edição desta obra. Nestes textos a tragédia passa a ser associada com o sublime o que confirma o seu caráter sui generis em relação às outras artes, pois seu acesso à experiência estética se daria a partir do conflito entre o sujeito e o objeto contemplado ao contrário do que ocorreria com as outras artes que se elevariam à contemplação estética apoiadas em uma relação de harmonia entre os dois elementos que constituiriam tal experiência. Um novo elemento que vem ao encontro da tese que assumimos pode ser recolhido nos Complementos, onde é sugerido que a experiência trágica nos conduziria a um conhecimento indireto da Vontade enquanto reverso do fenômeno como àquilo “que não podemos conhecer positivamente, senão somente negativamente, como aquilo que não quer a vida”. Com isso se abre a possibilidade de entender a tragédia como sendo o espaço em que para além de uma representação da Vontade, também seria possível uma apresentação da mesma, como, no entanto, esta apresentação é definida como negativa, será necessário analisar o estatuto que a noção de negativo possui na filosofia de Schopenhauer para então depreender daí o sentido desse conhecimento que obteríamos da Vontade através da representação trágica.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisSobre a tragédia, o trágico e a experiência do negativo em SchopenhauerAbout the tragedy, the tragic and negative experience in Schopenhauer2015-07-31Aguinaldo Pavão . José Fernandes Weber Leandro Pinheiro ChevitareseMarcelo Ribeiro RosaUniversidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Filosofia.URLBREste trabalho tem como objetivo analisar a teoria da tragédia desenvolvida pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer procurando entender qual espaço este concedeu à tragédia no contexto de sua metafísica do belo e também em seu pensamento como um todo. Procuraremos mostrar que o filósofo concede à tragédia um espaço central em sua metafísica do belo, pois atribui à mesma a capacidade de reproduzir de modo exemplar o drama da Vontade enquanto manifesta no mundo em seus aspectos mais intensos e contraditórios naquele que seria o seu fenômeno mais elevado: o gênero humano. No entanto, para além desta concepção, explicitamente assumida pelo filósofo no texto de O mundo como Vontade e como representação, defenderemos que conquanto a tragédia seja inicialmente definida como arte representativa e enquanto tal teria como objetivo reproduzir a idéia da humanidade, a mais perfeita objetidade da Vontade, é possível pensá-la como tendo um papel que transcenderia tal finalidade. Esta suspeita já encontra seus primeiros apoios no texto de O mundo que já apresenta a tragédia como uma representação que seria “uma indicação significativa da índole do mundo e da existência”, contudo passa a ter mais plausibilidade à luz de outros dois textos: Metafísica do belo e os Complementos acrescidos à guisa de comentários ao texto de O mundo quando da publicação da segunda edição desta obra. Nestes textos a tragédia passa a ser associada com o sublime o que confirma o seu caráter sui generis em relação às outras artes, pois seu acesso à experiência estética se daria a partir do conflito entre o sujeito e o objeto contemplado ao contrário do que ocorreria com as outras artes que se elevariam à contemplação estética apoiadas em uma relação de harmonia entre os dois elementos que constituiriam tal experiência. Um novo elemento que vem ao encontro da tese que assumimos pode ser recolhido nos Complementos, onde é sugerido que a experiência trágica nos conduziria a um conhecimento indireto da Vontade enquanto reverso do fenômeno como àquilo “que não podemos conhecer positivamente, senão somente negativamente, como aquilo que não quer a vida”. Com isso se abre a possibilidade de entender a tragédia como sendo o espaço em que para além de uma representação da Vontade, também seria possível uma apresentação da mesma, como, no entanto, esta apresentação é definida como negativa, será necessário analisar o estatuto que a noção de negativo possui na filosofia de Schopenhauer para então depreender daí o sentido desse conhecimento que obteríamos da Vontade através da representação trágica.This work aims to analyze the theory of tragedy developed by the German philosopher Arthur Schopenhauer trying to understand which space he granted to the tragedy in the context of his metaphysics of the beautiful and in his thinking as a whole. We intend to show that the philosopher grants the tragedy a central space in his metaphysics of beauty, because he gives it the ability to reproduce in an exemplar way the drama of the Will as manifested in the world in its most intense and contradictory aspects in what would be his highest phenomenon: the human race. However, beyond this conception, explicitly assumed by the philosopher in the text of The World as Will and Representation, we defend that although the tragedy is initially defined as representational art and as such would aim to reproduce the idea of humanity, the most perfect object hood of the Will, it is possible to think of it as having a role to transcend this purpose. This suspicion has found its first support in the text The world which has the tragedy as a representation that would be "a significant indication of the nature of the world and of existence", but now it has more plausibility under the light of other two texts: The Metaphysics of Beauty and Complements increased in the guise of comments added to the text The World when it was published the second edition of this work. In these texts the tragedy becomes associated with the sublime, which confirms its sui generis character in relation to the other arts, for its access to aesthetic experience would take place from the conflict between the subject and the object contemplated contrary to what would occur with the other arts that would rise to the aesthetic contemplation supported in a harmonious relationship between the two elements that would constitute such experience. A new element that meets the thesis that we assume can be taken in Complements, in which it is suggested that the tragic experience would lead us to an indirect knowledge of the Will as reverse to the phenomenon as to what "we cannot know positively, but only negatively, as what you do not want life."This opens the possibility to understand the tragedy as the space in which besides a representation of the Will, it could also be a presentation of itself, however, as this presentation is defined as negative, it will be necessary to analyze the statute that the notion of negative owns in the philosophy of Schopenhauer and thenceforth infer the sense of that knowledge that we would get from the Will through the tragic representation.http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000201803porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-10-26T10:06:56Zoai:uel.br:vtls000201803Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2016-03-29T13:58:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
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