Michel Foucault : das cartografias do poder aos espaços outros

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Guilherme Henrique da Silva Basco Garcia
• Orientador(a): Marcos Alexandre Gomes Nalli .
• Banca de defesa: Giovana Carmo Temple, Fábio Parra Furlanete
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Filosofia.
• País: BR
• Link de acesso: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000232944

Esta pesquisa consiste em construir uma chave interpretativa que resulta na conexão e junção das heterotopias com as relações dos poderes disciplinar e biopolítico em Michel Foucault, seguindo as análises do conceito de heterotopia apresentadas nas entrevistas radiofônicas de Foucault para a série Cultura Francesa de 1966, que tinha por tema Utopia e Literatura. Nessas entrevistas, entre os dias 7 e 21 de dezembro de 1966, ele exibe dois textos: O Corpo Utópico e As Heterotopias. Aqui, porém, nos atentamos apenas ao segundo, pelo seu vínculo com o texto Outros espaços, apresentado numa conferência do Círculo de Estudos Arquitetônicos de Paris em 14 de março de 1967. A proposta primeira é utilizar-se das definições conceituais de heterotopia e lançá-las nas perspectivas de Vigiar e Punir (1975), possibilitando uma leitura outra sobre as heterotopias, estabelecendo um diálogo e conexão com o poder disciplinar, formulando hipoteticamente um novo princípio heterotópico – ou seja, desenvolver um princípio que tem como função as “heterotopias disciplinares”, cujo modo se estabelece pelo “constrangimento”. Portanto, o propósito é analisar a constituição e a relação do espaço com o corpo, fazendo uma construção e relação dos espaços heterotópicos com os espaços disciplinares. A segunda proposta visa relacionar as heterotopias nas perspectivas do curso Segurança, Território e População, ministrado no Collége de France no ano de 1978. A pretensão é analisar uma possível conexão, fazer uma leitura outra da heterotopia e seus aspectos espaciais diversos com a questão da cidade, ou o espaço da cidade, fundamentalmente abordados por Foucault em seu curso, onde se implica, segundo o autor, a relação da biopolítica.