Nas trilhas da ancestralidade e na força da cor: protagonismo social de mulheres da comunidade quilombola do Grilo-PB na luta pelo direito social à terra
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Ciências Sociais e Aplicadas - CCSA Brasil UEPB Programa de Pós-Graduação em Serviço Social - PPGSS |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/2920 |
Resumo: | A liderança comunitária exercida pelas mulheres, para o acesso e permanência nas terras tradicionalmente ocupadas pelas populações negras dos quilombos, é uma particularidade que se apresenta expressiva na Comunidade Negra Nossa Senhora Aparecida, situada da Paraíba, conhecida por comunidade do Grilo, onde as luta das mulheres apontam para o papel fundante que estas exercem na liderança comunitária, marcada pelas suas experiências e história de ascendência africana, tema ainda não estudado nas pesquisas no campo do Serviço Social. Direcionada a esta questão, nossa pesquisa objetiva analisar o protagonismo de mulheres da comunidade quilombola do Grilo-PB, em espaço de liderança, a partir de suas ancestralidades e da organização social da luta pelo direito social à terra. Temos como propósito, contribuir para os estudos acerca da interseccionalidade de gênero- etnia no espaço rural, sob a perspectiva da afrocentricidade. Como linha teórica, nos aportamos, afrocentricidade, em Thompson (2003), do qual nos aproximamos do conceito de “costume” e a concepção de “resistência teimosa”, para pensar a constituição do campo de lutas pela terra quilombola, nas quais as mulheres construíram uma longeva trajetória de liderança. Os autores Munanga (2008) e Schwarcz (2012), nos legam os debates acerca da perspectiva de “negritude”, pensada como um lugar de resistência a um contexto que impôs fortes cargas ideológicas e sociais excludentes à população negra. Para pensar as relações de gênero, em diálogo com os lugares das mulheres negras na perspectiva da afrocentricidade e no contexto social brasileiro, nos aportamos em Diop (2014), Bakare-Yusuf (2003), Cardoso (2012), Oyěwùmí (2004) e Piscitelli (2002). Para encaminhamento de nossa proposta, metodologicamente realizamos pesquisa qualitativa de caráter analítico, em interface com a História Oral Temática, utilizando a técnica da entrevista semi-estruturada a partir de Meihy e Holanda (2014), como norte para produção das fontes orais, haja vista nosso estudo ter como lócus uma comunidade tradicional, cuja oralidade se constitui na principal forma de transmissão de saberes. Além destas fontes mencionadas, utilizamos os documentos relativos às políticas públicas e legislação que referenciam as comunidades negras e produções sobre o tema que foram relevantes na composição da escrita dissertativa. A partir do entrecruzamento desses lugares teórico-metodológicos, percebemos que o modo como as mulheres da comunidade do Grilo construíram suas experiências de luta comunitárias, assenta-se na tradição e ancestralidade, ganhando contornos com especificidades dos diferentes momentos históricos pelos quais atravessou. Porém, sendo sempre atravessada pela luta centrada na melhoria de qualidade de vida e permanência nas terras tradicionalmente ocupadas. |
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Nas trilhas da ancestralidade e na força da cor: protagonismo social de mulheres da comunidade quilombola do Grilo-PB na luta pelo direito social à terraMulheres quilombolasProtagonismo socialReforma agráriaCIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::SERVICO SOCIALA liderança comunitária exercida pelas mulheres, para o acesso e permanência nas terras tradicionalmente ocupadas pelas populações negras dos quilombos, é uma particularidade que se apresenta expressiva na Comunidade Negra Nossa Senhora Aparecida, situada da Paraíba, conhecida por comunidade do Grilo, onde as luta das mulheres apontam para o papel fundante que estas exercem na liderança comunitária, marcada pelas suas experiências e história de ascendência africana, tema ainda não estudado nas pesquisas no campo do Serviço Social. Direcionada a esta questão, nossa pesquisa objetiva analisar o protagonismo de mulheres da comunidade quilombola do Grilo-PB, em espaço de liderança, a partir de suas ancestralidades e da organização social da luta pelo direito social à terra. Temos como propósito, contribuir para os estudos acerca da interseccionalidade de gênero- etnia no espaço rural, sob a perspectiva da afrocentricidade. Como linha teórica, nos aportamos, afrocentricidade, em Thompson (2003), do qual nos aproximamos do conceito de “costume” e a concepção de “resistência teimosa”, para pensar a constituição do campo de lutas pela terra quilombola, nas quais as mulheres construíram uma longeva trajetória de liderança. Os autores Munanga (2008) e Schwarcz (2012), nos legam os debates acerca da perspectiva de “negritude”, pensada como um lugar de resistência a um contexto que impôs fortes cargas ideológicas e sociais excludentes à população negra. Para pensar as relações de gênero, em diálogo com os lugares das mulheres negras na perspectiva da afrocentricidade e no contexto social brasileiro, nos aportamos em Diop (2014), Bakare-Yusuf (2003), Cardoso (2012), Oyěwùmí (2004) e Piscitelli (2002). Para encaminhamento de nossa proposta, metodologicamente realizamos pesquisa qualitativa de caráter analítico, em interface com a História Oral Temática, utilizando a técnica da entrevista semi-estruturada a partir de Meihy e Holanda (2014), como norte para produção das fontes orais, haja vista nosso estudo ter como lócus uma comunidade tradicional, cuja oralidade se constitui na principal forma de transmissão de saberes. Além destas fontes mencionadas, utilizamos os documentos relativos às políticas públicas e legislação que referenciam as comunidades negras e produções sobre o tema que foram relevantes na composição da escrita dissertativa. A partir do entrecruzamento desses lugares teórico-metodológicos, percebemos que o modo como as mulheres da comunidade do Grilo construíram suas experiências de luta comunitárias, assenta-se na tradição e ancestralidade, ganhando contornos com especificidades dos diferentes momentos históricos pelos quais atravessou. Porém, sendo sempre atravessada pela luta centrada na melhoria de qualidade de vida e permanência nas terras tradicionalmente ocupadas.The community leadership played by women for access and permanence in lands traditionally occupied by black quilombos is an expressive peculiarity in the Nossa Senhora Aparecida Black Community, located in Paraíba, known as the community of Grilo, where the struggle of women point to the foundational role they play in community leadership, branded by their experiences and history of African descent, a subject not yet studied in the field of Social Work. Based on this direction, our research aims to analyze the role of women in the quilombo community of Grilo-PB, in a leadership space, based on their ancestry and the social organization of the struggle for the social right to land tenure. We aim to contribute to the studies about the intersectionality perspective. As a theorical line, we contribute, especially in Asante (2009), from the perspective of the afrocentricity, in Thompson (2003), we approach the concept of "costumes and traditions" and the concept of "stubborn resistance" to think the constitution of the battlefield for the quilombola lands, in which women have built a long-standing leadership trajectory. The authors Munanga (2008) and Schwarcz (2012), bring us the debate about the perspective of "negritude" thought as a place of resistance in a context that imposed strong ideological and social charges excluding the black population. In order to think about gender relations, in dialogue with the black women roles in the perspective of Afrocentricity and brazil´s social context, we contribute in Diop (2014), Bakare-Yusuf (2003), Cardoso (2012), Oyěwùmí (2004) and Piscitelli (2002). To carry out our proposal, methodologically we performed a qualitative analytical research, in interface with Oral Thematic History, using the semi-structured interview technique from Meihy and Holland (2014), as a north for the production of oral sources, our study has as a locus a traditional community whose orality is the main form of transmission of knowledge. In addition to these sources, we used some documents related to the public policies and legislation that refer to the black communities and productions on the subject that were relevant in the methodological points of view, we see the way that women of the community of Grilo built their experiences on community struggle, which is based on tradition and ancestry, gaining contours with specificities of the different historical moments they´ve been trough. However, always being crossed by the struggle centered on the improvement of quality of life and permanence in the traditionally occupied lands.CAPESUniversidade Estadual da ParaíbaCentro de Ciências Sociais e Aplicadas - CCSABrasilUEPBPrograma de Pós-Graduação em Serviço Social - PPGSSAragão, Patrícia Cristina dehttp://lattes.cnpq.br/6734404565435352Aragão, Patrícia Cristina dehttp://lattes.cnpq.br/6734404565435352Lima, Elizabeth Christina de Andradehttp://lattes.cnpq.br/9483143620752293Santiago, Idalina Maria Freitas Limahttp://lattes.cnpq.br/9993459692120000Silva, Alcione Ferreira2018-03-22T16:01:12Z2017-09-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSilva, A. F. Nas trilhas da ancestralidade e na força da cor: protagonismo social de mulheres da comunidade quilombola do Grilo-PB na luta pelo direito social à terra. 2017.133f. 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