O presente do passado: deslocamentos do feminino (e do masculino) no drama e cinema contemporâneos do lado de cá e do lado de lá do Atlântico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sousa, Diego Kehrle
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3585
Resumo: Nas obras que aqui analisamos, interpretamos e comparamos, procuramos apresentar como, a partir da noção de uma estética do conhecimento e de uma política da estética (RANCIÈRE, 2006, 2009), tanto o filme A vingança de uma mulher (2012), da cineasta portuguesa Rita Azevedo Gomes, quanto o texto- espetáculo Hysteria (2001), do Grupo XIX de teatro, regressam à vida de mulheres em contextos específicos do século XIX deslocando as formas hegemônicas/tradicionais do teatro e do cinema ao passo que tencionam a percepção sobre a relação entre passado e presente, para formular um dissenso sobre a posição do feminino (e do masculino). Nesta direção, num gesto semelhante, retornamos a alguns pontos-chaves da história do teatro e do cinema, para compreender de maneira relacional os modos de associação entre o ficcional e o histórico, o sensível e o inteligível e a ilusão verossimilhante e o veraz, a fim de verificar as maneiras pelas quais as formas teatrais e cinematográficas lidam com tais aspectos à medida que respondem a determinados contextos e questões. Neste sentido, intentamos mostrar como tais relações são articuladas originalmente no contexto da Grécia Antiga, tendo como pano de fundo a passagem da tragédia ateniense à concepção de uma poética, pensada por Aristóteles a partir das prescrições platônicas (EASTERLING, 2013; DUPONT, 2001, 2017); observamos igualmente como a influência das mudanças históricas e sociais desencadeadas na transição entre a sociedade feudal e o capitalismo, naquilo que diz respeito aos modos de produção, circulação e recepção no teatro e nas artes visuais, desencadeou transformações sobre a lógica representativa no período que antecede o nascimento do cinema (DUPONT, 2001; RANCIÈRE, 2018; SAADI, 2018; BENJAMIN, 1987; JACOBS, 1939) e, mais adiante, a respeito da modernidade teatral e cinematográfica, abordamos brevemente obras que fazem desviar as poéticas clássicas (AUMONT, 2008; RANCIÈRE, 2018). Por fim, a partir do pensamento de Kant e Schiller sobre a experiência estética, em diálogo com a concepção de uma política da estética de Jacques Rancière, buscamos estabelecer um terreno comum, que em vez de encerrar o teatro e o cinema em territórios distintos, nos permitisse encontrar, na analogia entre os modos de representação e efeitos estéticos das duas obras, uma “língua comum” capaz de descrever como ambas estruturam e subvertem aquilo que representam.
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spelling O presente do passado: deslocamentos do feminino (e do masculino) no drama e cinema contemporâneos do lado de cá e do lado de lá do Atlântico1. Análise literária. 2. Estética do conhecimento. 3. Teatro contemporâneo. 4. Cinema contemporâneo. 5. Política da estéticaCIENCIAS HUMANAS::EDUCACAONas obras que aqui analisamos, interpretamos e comparamos, procuramos apresentar como, a partir da noção de uma estética do conhecimento e de uma política da estética (RANCIÈRE, 2006, 2009), tanto o filme A vingança de uma mulher (2012), da cineasta portuguesa Rita Azevedo Gomes, quanto o texto- espetáculo Hysteria (2001), do Grupo XIX de teatro, regressam à vida de mulheres em contextos específicos do século XIX deslocando as formas hegemônicas/tradicionais do teatro e do cinema ao passo que tencionam a percepção sobre a relação entre passado e presente, para formular um dissenso sobre a posição do feminino (e do masculino). Nesta direção, num gesto semelhante, retornamos a alguns pontos-chaves da história do teatro e do cinema, para compreender de maneira relacional os modos de associação entre o ficcional e o histórico, o sensível e o inteligível e a ilusão verossimilhante e o veraz, a fim de verificar as maneiras pelas quais as formas teatrais e cinematográficas lidam com tais aspectos à medida que respondem a determinados contextos e questões. Neste sentido, intentamos mostrar como tais relações são articuladas originalmente no contexto da Grécia Antiga, tendo como pano de fundo a passagem da tragédia ateniense à concepção de uma poética, pensada por Aristóteles a partir das prescrições platônicas (EASTERLING, 2013; DUPONT, 2001, 2017); observamos igualmente como a influência das mudanças históricas e sociais desencadeadas na transição entre a sociedade feudal e o capitalismo, naquilo que diz respeito aos modos de produção, circulação e recepção no teatro e nas artes visuais, desencadeou transformações sobre a lógica representativa no período que antecede o nascimento do cinema (DUPONT, 2001; RANCIÈRE, 2018; SAADI, 2018; BENJAMIN, 1987; JACOBS, 1939) e, mais adiante, a respeito da modernidade teatral e cinematográfica, abordamos brevemente obras que fazem desviar as poéticas clássicas (AUMONT, 2008; RANCIÈRE, 2018). Por fim, a partir do pensamento de Kant e Schiller sobre a experiência estética, em diálogo com a concepção de uma política da estética de Jacques Rancière, buscamos estabelecer um terreno comum, que em vez de encerrar o teatro e o cinema em territórios distintos, nos permitisse encontrar, na analogia entre os modos de representação e efeitos estéticos das duas obras, uma “língua comum” capaz de descrever como ambas estruturam e subvertem aquilo que representam.In the works we analyzed, interpreted and compared, we looked for presenting how, from the notion of an aesthetics of knowledge and the politics of aesthetics (RANCIÈRE, 2006,2009), both A vingança de uma mulher (2012), by the Portuguese filmmaker Rita Azevedo Gomes, and the performance text Hysteria (2001), by XIX Group of theater, return to the life of women in specific contexts from the nineteenth century displacing hegemonic/traditional way of the theater and cinema while intend the perception about the relation between past and present to formulate a dissension about the position of the female (and male). That way, in a similar gesture, we returned to some key-points of the theater and cinema history, to comprehend in a relational way the association methods between the fictional and the historic, the sensible and the intelligible and the verisimilitude illusion and the truthful in order to verify the ways in which theatrical and cinematographic forms handle with these aspects according to respond to determined context and questions. That way, we intend to show how such relations are originally articulated in the context of the Ancient Greece, it having as background the passage of the Athenian tragedy to the conception of a poetic, thought by Aristotle from the platonic prescriptions (EASTERLING, 2013; DUPONT, 2001, 2017); we observed equally how the influence of the historic and social changes triggered in the transition between feudal society and capitalism, which pertains to the production methods, circulation and receiving in the theater and in visual arts, triggered transformations about the representative logic in the period that precedes the birth of the cinema (EASTERLING, 2013; DUPONT, 2001, 2017); further, concerning of the theatrical and cinematographic modernity, we briefly approached works that make divert the classics poetics (AUMONT, 2008; RANCIÈRE, 2018). At last, from the thoughts of Kant and Schiller about the aesthetic experience, in dialogue with the conception of a political aesthetic by Jacques Rancière, we searched for establishing a common place, that in place of close the theater and cinema in distinct territory, allowed us to find, in the analogy between the representation methods and aesthetic effects of the two works, a “common language” able to describe how they both structure and subvert that what represents.Universidade Estadual da ParaíbaPró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGPBrasilUEPBPrograma de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLIAndrade, ValériaSousa, Diego Kehrle2019-11-21T20:50:53Z2019-09-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSousa, Diego Kehrle. O presente do passado: deslocamentos do feminino (e do masculino) no drama e cinema contemporâneos do lado de cá e do lado de lá do Atlântico. 2019. 157 p. 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