Relação trabalho e saúde de maqueiros atuantes em um hospital de emergência

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Oliveira, Patrícia Aurília Breckenfeld Alexandre de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso embargado
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba; Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP; Brasil; UEPB; Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde - PPGPS
• Palavras-chave em Português: Sofrimento; Prazer; Organização do trabalho; Condições de trabalho; PSICOLOGIA DO TRABALHO E ORGANIZACIONAL::FATORES HUMANOS NO TRABALHO
• Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4340

O trabalho de maqueiros em hospitais de emergências consiste na condução, transporte e movimentação de pacientes. Estes trabalhadores estão expostos a diversos riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos no desempenho do seu trabalho. Esta dissertação versa sobre pesquisa realizada em um hospital público de emergência de uma cidade do estado da Paraíba, com o objetivo de analisar as vivências de sofrimento e prazer no ambiente de trabalho desses profissionais, com base nos pressupostos teóricos da Psicodinâmica do Trabalho (PDT) e nas contribuições da Ergonomia da Atividade. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada com 10 maqueiros, em que foi utilizado um questionário sociodemográfico e laboral, entrevista com roteiro semiestruturado e quatro observações gerais das atividades de trabalho. Os achados de campo foram tratados à luz da análise de conteúdo temática. Verificou-se que as queixas dos maqueiros remetem à longa jornada de trabalho, à falta de pausa necessária para o descanso e, principalmente, ao número insuficiente de maqueiros para a execução do serviço. Constatou-se uma inadequação do uso de EPIs pelos maqueiros, além de variabilidades ergonômicas e precariedade nos materiais e instrumentos de trabalho. Além disso, verificou-se que os maqueiros não se sentem reconhecidos pelos seus superiores hierárquicos; apresentam queixas de insatisfação com os salários recebidos e com a instabilidade no vínculo de trabalho com a instituição, o que culmina em vivências de sofrimento pelos trabalhadores. Por outro lado, observou-se que as vivências de prazer, mobilizadas no trabalho, foram associadas às relações de cooperação entre o coletivo de maqueiros e à gratidão recebida por parte dos pacientes e acompanhantes no decorrer do trabalho. Destarte, evidenciou-se que as condições de trabalho e a injunção da organização de trabalho favorecem mais ao adoecimento do que à saúde dos profissionais investigados. Ainda que os maqueiros encontrem situações prazerosas no trabalho e busquem modos de enfrentamento às situações de sofrimento vivenciadas, estas lhes provocam grande exaustão física e mental. Compreende-se, por fim, a necessidade de incentivo à realização de outras pesquisas sobre o trabalho desses profissionais de saúde, considerando, sobretudo, a escassez de estudos específicos sobre as condições de trabalho dos maqueiros na literatura científica.