A precarização do trabalho dos profissionais da atenção básica de saúde de um distrito sanitário de Campina Grande – PB

• Ano de defesa: 2017
• Autor(a) principal: Oliveira Sobrinho, Nicodemus de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba; Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP; Brasil; UEPB; Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde - PPGPS
• Palavras-chave em Português: Adoecimento; Precarização do trabalho; Condições de trabalho; profissionais da saúde; CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
• Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3165

A precarização do trabalho avança na contemporaneidade e abarca os mais diversos setores da economia. O setor saúde também tem verificado um crescimento da precarização nos variados elementos do seu processo de trabalho. Neste sentido, este trabalho analisa a relação das condições e a organização do trabalho dos profissionais da saúde das unidades de básicas de saúde de um distrito sanitário de Campina Grande, com a precarização do trabalho em saúde. É uma pesquisa de caráter qualitativo e analítico, realizada em três Unidades Básicas de Saúde da Família. Foram utilizadas na pesquisa as técnicas de observação do trabalho, aplicação de questionários e entrevistas semiestruturadas. Participaram da pesquisa sete profissionais de saúde de nível superior, sendo 2 médicos, 2 enfermeiras, 1 Odontóloga, 1 Farmacêutica, 1 Assistente Social. Os resultados apontam que faltam condições de trabalho adequadas para o desenvolvimento das tarefas exigidas em algumas unidades. Foi detectada a falta de profissionais na equipe mínima, a exemplo de médico, enfermeiro e odontólogo. A realidade de não dispor de condições adequadas de trabalho referentes a equipamentos, instrumentos e até medicamentos causa nos profissionais, uma sensação de impotência diante do quadro sanitário e da grande demanda de usuários que buscam por atendimento de qualidade e por resolutividade dos seus problemas de saúde. No que concerne a contribuição dos profissionais à organização do trabalho foi possível verificar o caráter engenhoso das profissionais que diante dos desafios, variabilidades cotidianas seja dos usuários, dos equipamentos, das condições de trabalho, dos insumos, etc., engendram formas de enfrentamentos e ativam medidas para que o trabalho prescrito ocorra. Portanto, mostra a positividade do trabalho. Os dados mostram que a questão da resolutividade parece ser uma regra de ofício deste segmento profissional e que para atingi-lo as profissionais se desdobram para atender a demanda que se apresenta cotidianamente, mesmo que signifique subverter o que foi planejado. Por outro lado, as situações de trabalho desencadeiam sentimentos de culpa e/ou de impotência nos profissionais de saúde em face dos obstáculos do serviço, que não estão no nível de alçada decisória do seu cotidiano profissional. Os dados da pesquisa mostram que a precarização do trabalho se efetiva através das formas de contratação dos profissionais para trabalhar nas unidades de saúde. Sob o domínio da ameaça e do medo de perder o emprego, de não receber o salário, de não ser saber se terá férias, de não poder reivindicar seus direitos os profissionais contratados de forma temporária são impelidos a aceitar de forma passiva a situação em que vive em seu trabalho. Apesar de tudo, podemos perceber que o trabalho desenvolvido pelas equipes multiprofissionais também provocam situações positivas tanto em relação ao reconhecimento por parte do público alvo da política – os usuários, quanto pela satisfação pessoal de estar trabalhando e desenvolvendo suas capacidades intelectivas em prol da melhoria das condições de saúde da população.