Rede de apoio à inclusão escolar de uma estudante com paralisia cerebral: mediações de um processo colaborativo

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Dounis, Alessandra Bonorandi
• Orientador(a): Fumes, Neiza de Lourdes Frederico
• Banca de defesa: Pizzi, Laura Cristina Vieira , Alves, Maria Dolores Fortes , Aguiar, Wanda Maria Junqueira de , Mendes, Enicéia Gonçalves
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Alagoas
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Educação Especial; Subjetividade; Psicologia Sócio-Histórica; Inclusão Escolar; Colaboração; Special Education; School inclusion; Collaboration; . Socio-Historical Psychology; Subjectivity
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
• Link de acesso: http://www.repositorio.ufal.br/handle/riufal/6887

Este estudo teve como objetivo analisar o processo colaborativo para/na composição de uma rede de apoio à inclusão escolar de uma estudante com paralisia cerebral como mediação para a constituição de zonas de desenvolvimento iminentes coletivas, reelaboração de significações acerca da deficiência e modificação revolucionária das práticas escolares relacionadas à educação inclusiva. Foi desenvolvido em uma escola da rede pública municipal de Maceió na qual estudava uma estudante com paralisia cerebral, durante os períodos letivos de 2017 e 2018. As participantes da pesquisa e constituintes da rede de apoio foram as professoras de sala de aula nas quais a estudante com paralisia cerebral foi matriculada, as respectivas profissionais de apoio escolar, as gestoras, a coordenadora pedagógica e a assistente social da escola, além de uma técnica de da Coordenadoria Geral de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação de Maceió e a mãe da estudante. A metodologia utilizada foi da Pesquisa Colaborativa, com acréscimos de procedimentos desenvolvidos especificamente para este estudo. O material empírico foi tratado a partir da leitura flutuante de todo o material transcrito e foram empreendidas análises de acordo com os objetivos específicos. Para o objetivo de analisar a Dimensão Subjetiva na qual se constituem as significações acerca da pessoa com deficiência e do processo de inclusão escolar pelos participantes de uma rede de apoio à inclusão, foi utilizado o procedimento denominado Núcleos de Significação de Aguiar e Ozella (2006; 2013). Foram sistematizados dois Núcleos de Significação. O primeiro, denominado “Entre não acreditar nas possibilidades da pessoa com deficiência e se permitir aprender com a experiência da inclusão: ‘[...] o aluno com essa dificuldade é um desafio para todo mundo’”, evidenciou significações acerca da pessoa com deficiência e da prática pedagógica para a inclusão escolar desta, que expressavam receio diante da presença da estudante na escola, dúvidas sobre sua capacidade de aprendizagem, valorização dos tratamentos de saúde, assim como questionamentos acerca das práticas pedagógicas possíveis para a sua participação nas atividades escolares. Da mesma forma, apontou algumas mudanças nas significações atribuídas à estudante e às possibilidades para a sua participação diante das mediações do processo de colaboração. O segundo Núcleo de Significação, intitulado “Entre o não saber e o não ter a estrutura mínima para lidar com a inclusão de estudantes com deficiência: a ausência de teoria e as parcas condições objetivas para a prática”, trouxe a temática da formação e as significações das participantes acerca da sua capacidade em atender as necessidades pedagógicas da estudante, pelo prisma do modelo Médico da Deficiência, evidenciando as contradições entre a proposta da educação inclusiva e as prescrições e cobranças da Educação Geral pelas diretrizes de avaliação nas esferas Municipal e Federal. Também evidenciaram as tensões geradas pela parca infraestrutura material da escola para atender à diversidade de alunos que lá se encontravam, forçando a dicotomia entre a teoria e as práticas exercidas. Para o objetivo de analisar o processo colaborativo para a composição da rede de apoio à inclusão escolar como mediador da constituição de zonas de desenvolvimento iminentes coletivas e de revoluções nas práticas cotidianas com relação à educação inclusiva, foram utilizadas as ações reflexivas da Pesquisa Colaborativa propostas por Ibiapina (2008; 2016) de descrição, informação, confrontação e reconstrução. A partir das análises foi possível identificar a produção de ressignificações coletivas e modificações nas práticas, confirmando a tese de que, quando guiado pelas perspectivas do Método Materialista Histórico Dialético e da Psicologia Sócio-Histórica, o processo colaborativo pode fazer emergir mediações que são potentes na/para a criação de zonas de desenvolvimento iminentes coletivas e para proporcionar modificações na dimensão subjetiva expressa pelas significações e transformações nas práticas revolucionárias dos participantes de uma rede de apoio à inclusão de uma estudante com paralisia cerebral.