Nas linhas do telemarketing: uma “chamada” à precarização e flexibilização da força de trabalho em Maceió

• Ano de defesa: 2017
• Autor(a) principal: Silva, Bárbara Suellen Santos da
• Orientador(a): Plancherel, Alice Anabuki
• Banca de defesa: Melo, Marina Felix de , Bem, Arim Soares do
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Alagoas
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sociologia
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Sociologia do trabalho; Precarização do trabalho – Maceió; Mercado de trabalho – Aspectos sociais - Maceió; Terceirização; Telemarketing; Work; Productive restructuring; Precariat
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA
• Link de acesso: http://www.repositorio.ufal.br/handle/riufal/1989

No ano de 2013, o poder público estadual e municipal, de Alagoas e Maceió, sob o discurso de diversificação da economia, anunciava a abertura da primeira empresa de telemarketing no estado. No ano seguinte, esta mesma empresa abriu sua primeira unidade de operações na capital, contando com iniciais 600 trabalhadores, sendo a maioria deles de teleoperadores. Ainda no processo de negociação entre a empresa italiana e a prefeitura maceioense, os representantes da multinacional já antecipavam o anúncio da criação de 10 mil empregos até o ano de 2015. Considerando o desenvolvimento da área de telemarketing no Brasil, nos interessou o fato desse setor completar o seu quadro de expansão na região Nordeste ao se instalar nas terras caetés, sobretudo considerando as características sociais e a composição do mercado de trabalho alagoano. Desta forma, esta pesquisa tem o objetivo de analisar as implicações desse tipo de trabalho, tanto para a força de trabalho que ocupa as fileiras daquele emprego quanto para o mercado de trabalho formal na cidade de Maceió. Tomamos os pressupostos marxianos do materialismo histórico-dialético por pensar no nosso objeto como uma síntese de múltiplas determinações. Em se tratando das modificações no mundo do trabalho ao longo de séculos, trazemos um panorama de algumas fases do capitalismo até adentrar, de forma mais aprofundada, no período da reestruturação produtiva do capital e as transformações sociais decorrentes dela, e chegar à particularidade alagoana. No que está relacionado à análise da força de trabalho local, nos valemos da categoria precariado, tal como definida pela sociologia do trabalho brasileira. Nossa pesquisa também apresenta o quadro do universo laboral do telemarketing no Brasil, para daí relacionar as suas características com aquelas verificadas na cidade de Maceió e como sua lógica se imbrica com a do funcionamento político, social e econômico do estado. Por fim, nossa análise permite identificar a formação de uma classe trabalhadora jovem, no seu primeiro emprego, erguida sobre um terreno de precariedades; como os aspectos da organização política e de classe são rarefeitos, ao mesmo tempo que necessários diante dessa conjuntura; como essa diversificação econômica, classificada pelo poder público como necessária para o desenvolvimento social traz, na verdade, a intensificação da precarização do trabalho em Maceió.