Efeitos da herbivoria e do contato direto na interação entre o coral maciço Siderastrea stellata e algas filamentosas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Ramos, Carla Alecrim Colaço
Orientador(a): Kikuchi, Ruy Kenji Papa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/12465
Resumo: Mudanças de fase nos recifes de corais são caracterizadas pela passagem de um estágio de dominância para estágios alternativos de depauperação de corais e aumento da cobertura de algas. Independente das causas e magnitudes, essas mudanças são mediadas pela competição entre estes organismos que pode ser estabilizada pela herbivoria. Segundo um relatório do MMA publicado em 2008, a maioria das espécies de peixes foco da pesca marinha no Brasil está em sobrepesca ou esgotada, situação comum a vários países que exploram economicamente esse recurso. Além disso, o país está inserido em uma província zoogeográfica bem definida para peixes recifais e corais, caracterizada por apresentar pequena área recifal, baixa riqueza de espécies e nível de endemismo estimado entre 12 e 20% para peixes e 30% para corais. Deste modo, objetivou-se testar, experimentalmente, os efeitos recíprocos da interação do coral maciço Siderastrea stellata Verrill, 1868 com algas filamentosas na presença e ausência da herbivoria tipicamente encontrada em recifes costeiros do Brasil. Para isso, um experimento manipulativo de campo com delineamento Split-Plot foi realizado de outubro de 2009 a março de 2010. Os blocos foram representados por colônias do coral, o fator interblocos pela herbivoria e o fator intrablocos pelo contato direto entre o coral e algas. Ao final do experimento, todas as 15 colônias utilizadas estavam branqueadas, provavelmente em decorrência dos efeitos de um El Niño moderado a forte previsto pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) para a transição de 2009 para 2010. No presente estudo, após os cinco meses de experimento, não houve crescimento do tecido de S. stellata em nenhuma das colônias. É possível que a condição de fragilidade dos corais causada pelo branqueamento tenha proporcionado o sucesso do crescimento das algas filamentosas sobre o tecido do coral e consequentemente sua morte. Contudo, houve a detecção de que a mortalidade dos corais não foi afetada significativamente pelos fatores testados. Uma tendência marcante de aumento da mortalidade do coral foi registrada nos tratamentos de interação entre contato com as algas preservado e ausência de herbivoria. Esse é mais um motivo, além da mortalidade do coral também nos tratamentos de remoção das algas, que aponta para a existência de competição das algas filamentosas com S. stellata, sendo as primeiras o competidor mais apto. O crescimento das algas filamentosas, assim como para a mortalidade dos corais, também não diferiu estatisticamente entre os fatores. A observação de apenas uma tendência de diminuição do crescimento quando na presença da herbivoria deve estar atrelada às características da comunidade de peixes encontrada na área de estudo. É provável que este recife esteja no limiar de manutenção da herbivoria. Siderastrea stellata não apresentou influência sobre o crescimento das algas filamentosas. Algumas pesquisas na literatura apontam para uma não ‘agressividade’ apresentada pelo grupo das algas filamentosas na competição com corais. No presente estudo, possivelmente em razão da fragilidade proporcionada pelo branqueamento, esse padrão não foi corroborado. Os resultados desta pesquisa mostram a importância da manutenção da herbivoria no controle das algas diante da previsão de eventos de branqueamento cada vez mais frequentes e severos, mesmo daquelas que não representariam competidores superiores sobre os corais em condições de normalidade. É importante que os resultados das interações entre corais e algas continuem a ser estudados sob condições de estresse. Este conhecimento pode propiciar previsões mais efetivas das consequências da dinâmica da interação entre corais e algas sob condições variadas no contexto atual de degradação dos recifes de coral.
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