A representação das relações entre homens nas cantigas de escárnio e maldizer galego-portuguesas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Souza, Arivaldo Sacramento de
Orientador(a): Souza, Risonete Batista de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/8533
Resumo: A polissemia da palavra Filologia está estritamente relacionada às diferentes vertentes de análise do texto. Aqui, toma-se a perspectiva da relação entre língua e cultura galegoportuguesas, através dos textos satíricos legados pelos trovadores: as cantigas de escárnio e maldizer, corpus desta pesquisa. Nessas cantigas estão textualizados esquemas simbólicos que validaram os significados culturais da sodomia, tema desta investigação. Neles, observa-se a construção da masculinidade pautada na rivalidade, na qual os inferiores (sodomitas e mulheres), através do retraer, são postos em evidência na cenografia cortês dos séculos XII e XIII. Para isso, toma-se como pressupostos teórico-metodológicos, a hipótese da representação como reconhecimento dos significados culturais da sodomia, através do método auerbachiano da “leitura de cena”. A partir disso, pode-se observar que, pelo menos desde o século XII, já estava fixado um repúdio às relações sexuais entre homens, diferentemente da Antigüidade Clássica, que se mostrava tolerante. Atribui-se essa rechaça à responsabilidade não só do Cristianismo, que tem sido criminalizado em diversas explicações maniqueístas, mas também à própria conduta que o homem ocidental tem praticado acerca de si mesmo, com vistas à preservação da masculinidade. Além disso, verifica-se como o sexo dito antinatural tem sido útil para a explicação dos males advindos sobre o corpo do homem, bem como se nota um enrijecimento no quadro das possibilidades sociais de relações sexuais entre homens, de modo que ao papel passivo, vinculado à submissão desde a Antigüidade, foi atribuído repúdio e associação à efeminação.
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Para isso, toma-se como pressupostos teórico-metodológicos, a hipótese da representação como reconhecimento dos significados culturais da sodomia, através do método auerbachiano da “leitura de cena”. A partir disso, pode-se observar que, pelo menos desde o século XII, já estava fixado um repúdio às relações sexuais entre homens, diferentemente da Antigüidade Clássica, que se mostrava tolerante. Atribui-se essa rechaça à responsabilidade não só do Cristianismo, que tem sido criminalizado em diversas explicações maniqueístas, mas também à própria conduta que o homem ocidental tem praticado acerca de si mesmo, com vistas à preservação da masculinidade. 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