Lidando com a incerteza: significações sobre a hospitalização em UTI construídas por familiares de pacientes ao longo do tempo de internação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Souza, Liliane Viana de
Orientador(a): Ristum, Marilena
Banca de defesa: Marsico, Giuseppina, Tavares, Jeane Saskya Campos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
UTI
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31874
Resumo: A hospitalização em unidade de terapia intensiva está associada a estados afetivos intensos nos atores envolvidos nessa experiência. Na perspectiva dos familiares, a condição de ter um membro da família internado em UTI, em algumas circunstâncias, surge como uma ruptura no cotidiano, lançando as pessoas em uma situação de imprevisibilidade. Frente a este cenário, este estudo teve como objetivo geral compreender o processo de construção de significados sobre a hospitalização na UTI adulto, ao longo do tempo de internação do paciente, considerando a perspectiva dos familiares. Foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: 1) analisar os processos de ruptura-transição, identificando os recursos utilizados para lidar com a experiência de ter um membro da família hospitalizado em UTI e 2) analisar os elementos que participam da construção de significados sobre a experiência de hospitalização na UTI, caracterizando: a) a experiência afetivo-semiótica dos participantes, b) os pontos de tensão/ambivalência em seus discursos, c) a configuração das relações dialógicas neste contexto e d) os processos imaginativos imbricados nessa experiência. Como referencial teórico, foram utilizadas a psicologia histórico-cultural e a psicologia cultural de orientação semiótica, utilizando-se os conceitos de significado, ruptura e transição. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada na UTI de um hospital público especializado em doenças respiratórias, situado em Salvador/BA. Participaram do estudo três familiares de pacientes adultos em estado crítico de saúde, internados na UTI, sendo um familiar por paciente. Com cada participante, foram realizadas três entrevistas semiestruturadas, sendo que a primeira entrevista ocorreu entre o quarto e sexto dia de hospitalização do paciente, a segunda entre o 11º e o 13º dia e a terceira entre 18º e o 21º dia. Os dados foram interpretados à luz do referencial teórico e com base nos objetivos do estudo. No que tange aos significados construídos pelos participantes, emerge a significação da UTI como um espaço de recuperação e que promove o alívio da dor, assim como a associação desta unidade hospitalar aos significados de sofrimento, morte e terminalidade. Essa dinâmica de significação foi atravessada pela ambivalência entre a esperança de recuperação e a perspectiva de morte iminente. No decorrer do processo de hospitalização, um dos polos dessa dualidade se fortaleceu na experiência singular desses familiares, associando-se às mudanças no quadro clínico do paciente. Os participantes experienciaram descontinuidades no fluxo de suas vidas cotidianas, sendo que essa situação repercutiu em outras esferas de experiências, tais como o trabalho e as relações familiares. Nota-se que eles buscam restabelecer algum equilíbrio em suas rotinas, utilizando recursos tais como a religiosidade, as relações interpessoais, o apoio da equipe assistencial, além de recursos ligados a suas características pessoais. No que concerne aos processos imaginativos, destacam-se aqueles direcionados ao futuro, marcados pela ambivalência entre acreditar na recuperação do paciente e considerar a possibilidade de sua morte. Com o decorrer dos dias de hospitalização, a possibilidade de perda do ente querido passa a ser considerada, emergindo a imaginação sobre a vida sem a presença do familiar internado. Por outro lado, o futuro imaginado também contempla a alta hospitalar do paciente e a continuidade do tratamento de saúde, permitindo pensar na vida que segue após essa experiência de ruptura. Finalizando, sugere-se que a assistência da equipe de saúde no âmbito dos cuidados intensivos deve incluir os familiares, considerando o binômio paciente-família na integralidade do cuidado.
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spelling Souza, Liliane Viana deRistum, MarilenaMarsico, GiuseppinaTavares, Jeane Saskya Campos2020-04-28T16:20:47Z2020-04-28T16:20:47Z2020-04-282020-01-09Dissertaçãohttp://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31874A hospitalização em unidade de terapia intensiva está associada a estados afetivos intensos nos atores envolvidos nessa experiência. Na perspectiva dos familiares, a condição de ter um membro da família internado em UTI, em algumas circunstâncias, surge como uma ruptura no cotidiano, lançando as pessoas em uma situação de imprevisibilidade. Frente a este cenário, este estudo teve como objetivo geral compreender o processo de construção de significados sobre a hospitalização na UTI adulto, ao longo do tempo de internação do paciente, considerando a perspectiva dos familiares. Foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: 1) analisar os processos de ruptura-transição, identificando os recursos utilizados para lidar com a experiência de ter um membro da família hospitalizado em UTI e 2) analisar os elementos que participam da construção de significados sobre a experiência de hospitalização na UTI, caracterizando: a) a experiência afetivo-semiótica dos participantes, b) os pontos de tensão/ambivalência em seus discursos, c) a configuração das relações dialógicas neste contexto e d) os processos imaginativos imbricados nessa experiência. Como referencial teórico, foram utilizadas a psicologia histórico-cultural e a psicologia cultural de orientação semiótica, utilizando-se os conceitos de significado, ruptura e transição. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada na UTI de um hospital público especializado em doenças respiratórias, situado em Salvador/BA. Participaram do estudo três familiares de pacientes adultos em estado crítico de saúde, internados na UTI, sendo um familiar por paciente. Com cada participante, foram realizadas três entrevistas semiestruturadas, sendo que a primeira entrevista ocorreu entre o quarto e sexto dia de hospitalização do paciente, a segunda entre o 11º e o 13º dia e a terceira entre 18º e o 21º dia. Os dados foram interpretados à luz do referencial teórico e com base nos objetivos do estudo. No que tange aos significados construídos pelos participantes, emerge a significação da UTI como um espaço de recuperação e que promove o alívio da dor, assim como a associação desta unidade hospitalar aos significados de sofrimento, morte e terminalidade. Essa dinâmica de significação foi atravessada pela ambivalência entre a esperança de recuperação e a perspectiva de morte iminente. No decorrer do processo de hospitalização, um dos polos dessa dualidade se fortaleceu na experiência singular desses familiares, associando-se às mudanças no quadro clínico do paciente. Os participantes experienciaram descontinuidades no fluxo de suas vidas cotidianas, sendo que essa situação repercutiu em outras esferas de experiências, tais como o trabalho e as relações familiares. Nota-se que eles buscam restabelecer algum equilíbrio em suas rotinas, utilizando recursos tais como a religiosidade, as relações interpessoais, o apoio da equipe assistencial, além de recursos ligados a suas características pessoais. No que concerne aos processos imaginativos, destacam-se aqueles direcionados ao futuro, marcados pela ambivalência entre acreditar na recuperação do paciente e considerar a possibilidade de sua morte. Com o decorrer dos dias de hospitalização, a possibilidade de perda do ente querido passa a ser considerada, emergindo a imaginação sobre a vida sem a presença do familiar internado. Por outro lado, o futuro imaginado também contempla a alta hospitalar do paciente e a continuidade do tratamento de saúde, permitindo pensar na vida que segue após essa experiência de ruptura. Finalizando, sugere-se que a assistência da equipe de saúde no âmbito dos cuidados intensivos deve incluir os familiares, considerando o binômio paciente-família na integralidade do cuidado.Intensive care unit admission is associated with intense affective states of the actors involved in this experience. In the perspective of family members, having a family member admitted to the ICU, in some circumstances, seems to be a rupture in their daily life, handling unpredictable situations. Given this scenario, this study aimed to understand the process of constructing meanings about intensive care unit admission during the patient hospitalization period, in the perspective of family members. This study had the following specific objectives: 1) analyze the rupture-transition processes, identifying resources the participants used to handle the experience of having a family member in the ICU, and 2) analyze the elements constituting the construction of meanings regarding the ICU admission experience, characterizing: a) the affective-semiotic experience of participants, b) moments of tension/ambivalence in the speeches of participants, c) the configuration of dialogical relations in this context, and d) the imaginative processes involved in this experience. Historical-cultural psychology and cultural psychology were used as the theoretical basis of this study, considering the concepts of meaning, rupture and transition. This is a qualitative study conducted in the ICU of a specialized public hospital located in Salvador, Bahia, with three family members of critically ill adult patients admitted to the ICU, one family member per patient. Three semi-structured interviews were conducted with each participant; the first interview was conducted between day 4 and day 6 of ICU period, the second interview between day 11-13, and the third interview between day 18-21. Data analysis was according to the theoretical basis considering the study objectives. Regarding the meanings constructed by the participants, ICU emerged as a place for patient recovery and a place that promotes pain relief, associated with the meanings of suffering, death and terminal illness. This dynamics of meanings involved an ambivalence of hope for patient recovery and the perspective of imminent death. During the hospitalization process, one aspect of this duality was strengthened in the unique experience of these family members, associated with changes in the patient’s clinical condition. Participants experience ruptures in their daily lives, and this situation affects other spheres of experiences, such as work and family relationships. However, they seek to restore balance in their routines, using resources such as religiosity, interpersonal relationships, support from the care team, and resources linked with their personal characteristics. Concerning imaginative processes, those related to the future are highlighted, also with an ambivalence of believing in the patient recovery and considering the possibility of patient death. During the hospitalization period, the possibility of patient death is considered, with thoughts about life without the presence of the patient and, in contrast, about the patient’s hospital discharge and the next steps of health treatment, allowing them to imagine life after this rupture experience. Finally, this study suggests care provided by the health team in the ICU context should include family members, considering the patient-family binomial in the integrality of care.Submitted by Liliane Viana (lilianeviana@hotmail.com) on 2020-02-10T14:12:00Z No. of bitstreams: 1 Dissertação VERSÃO FINAL.pdf: 1756845 bytes, checksum: dd86c5cc69b3d73973816d4a623e92d7 (MD5)Approved for entry into archive by Ana Portela (anapoli@ufba.br) on 2020-04-28T16:20:47Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação VERSÃO FINAL.pdf: 1756845 bytes, checksum: dd86c5cc69b3d73973816d4a623e92d7 (MD5)Made available in DSpace on 2020-04-28T16:20:47Z (GMT). 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