FALA (VOCÊ/TU) ~ FALE (VOCÊ/TU): A EXPRESSÃO VARIÁVEL DO MODO IMPERATIVO NO PORTUGUÊS POPULAR DA BAHIA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santos, Lanuza Lima
Orientador(a): Lucchesi, Dante
Banca de defesa: Mota, Jacyra Andrade, Araújo, Silvana Silva de Farias, Baxter, Alan, Souza, Constância Maria Borges de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Pós Graduação em Língua e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28787
Resumo: A expressão do modo imperativo no português brasileiro caracteriza-se pela alternância entre formas morfologicamente associadas ao modo indicativo (canta/não canta) e ao modo subjuntivo (cante/não cante), empregados indistintamente com os pronomes tu ou você. Fundamentado pelo referencial teórico-metodológico da Sociolinguística Variacionista Laboviana, este trabalho investiga a expressão do fenômeno nas referências à segunda pessoa do discurso em variedades populares do português da Bahia. Nosso objetivo consiste em identificar e discutir os padrões de uso e condicionamentos da variação. Para tanto, são investigadas as amostras de fala que compõem os corpora do português popular da Bahia, coletados e tratados pelo Projeto Vertentes (Universidade Federal da Bahia), a saber: i) corpus do português afro-brasileiro (Helvécia, Sapé, Cinzento e Rio de Contas); ii) corpus do português do interior da Bahia (Santo Antônio de Jesus e Poções); iii) corpus do português popular de Salvador (bairros populares de Salvador – Itapuã, Plataforma, Cajazeiras, Liberdade – e a região metropolitana, Lauro de Freitas). Os dados extraídos de amostras de fala de164 informantes analfabetos e semialfabetizados dos sexos masculino e feminino, distribuídos em três faixas etárias (25 a 35; 45 a 55; mais de 65 anos) foram submetidos ao tratamento estatístico do programa Goldvarb. Considerando os diferentes padrões de variação encontrados, os resultados foram dispostos em dois esquemas analíticos: a) o português popular rural da Bahia; b) o português popular urbano da Bahia. Como etapa complementar, a aplicação de testes de avaliação com trinta falantes de Salvador colaborou na interpretação do quadro de variação e mudança por meio da identificação da reação subjetiva dos falantes frente às variantes do imperativo. Dentre os principais resultados encontrados, destacou-se a clivagem entre os falares rurais, com predomínio das formas associadas ao indicativo (canta/não canta), e urbanos, onde as formas associadas ao subjuntivo (cante/ não cante) prevalecem. A predominância de formas base do indicativo em comunidades rurais, sobretudo as afro-brasileiras, sinaliza uma possível correlação com a carência de morfologia que marcou a gênese das normas populares do português brasileiro. Aspectos da composição sócio-histórica da Bahia e da realização do fenômeno em línguas crioulas reforçam a hipótese de uma possível correlação com o processo de contato entre línguas. Ademais, é relevante a importância do processo de urbanização do estado na difusão dos padrões imperativos. Entre os condicionamentos linguísticos indicados pelo Goldvarb, foram apontados aspectos ligados ao verbo (saliência morfofonológica, verbo empregado), ao discurso (paralelismo discursivo, pronome utilizado com o interlocutor) e à estrutura sentencial (polaridade da estrutura, presença do pronome sujeito, presença do vocativo). No português popular rural, a variante inovadora do subjuntivo (cante) mostrou-se favorecida pelo fator social escolarização. Nas comunidades urbanas, o condicionamento do fenômeno demonstrou a influência das variáveis sexo, exposição à mídia (laica ou religiosa) e bairro do falante. Em última instância, ressaltamos a contribuição deste trabalho no sentido de ampliar o conhecimento acerca das isoglossas do imperativo ao apontar a complexidade da distribuição do fenômeno no estado da Bahia.
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Para tanto, são investigadas as amostras de fala que compõem os corpora do português popular da Bahia, coletados e tratados pelo Projeto Vertentes (Universidade Federal da Bahia), a saber: i) corpus do português afro-brasileiro (Helvécia, Sapé, Cinzento e Rio de Contas); ii) corpus do português do interior da Bahia (Santo Antônio de Jesus e Poções); iii) corpus do português popular de Salvador (bairros populares de Salvador – Itapuã, Plataforma, Cajazeiras, Liberdade – e a região metropolitana, Lauro de Freitas). Os dados extraídos de amostras de fala de164 informantes analfabetos e semialfabetizados dos sexos masculino e feminino, distribuídos em três faixas etárias (25 a 35; 45 a 55; mais de 65 anos) foram submetidos ao tratamento estatístico do programa Goldvarb. Considerando os diferentes padrões de variação encontrados, os resultados foram dispostos em dois esquemas analíticos: a) o português popular rural da Bahia; b) o português popular urbano da Bahia. 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Ademais, é relevante a importância do processo de urbanização do estado na difusão dos padrões imperativos. Entre os condicionamentos linguísticos indicados pelo Goldvarb, foram apontados aspectos ligados ao verbo (saliência morfofonológica, verbo empregado), ao discurso (paralelismo discursivo, pronome utilizado com o interlocutor) e à estrutura sentencial (polaridade da estrutura, presença do pronome sujeito, presença do vocativo). No português popular rural, a variante inovadora do subjuntivo (cante) mostrou-se favorecida pelo fator social escolarização. Nas comunidades urbanas, o condicionamento do fenômeno demonstrou a influência das variáveis sexo, exposição à mídia (laica ou religiosa) e bairro do falante. Em última instância, ressaltamos a contribuição deste trabalho no sentido de ampliar o conhecimento acerca das isoglossas do imperativo ao apontar a complexidade da distribuição do fenômeno no estado da Bahia.The expression of the imperative mode in Brazilian Portuguese is characterized by alternating between morphologically related forms to the indicative mode (canta/não canta) and to the subjunctive mode (cante/não cante), used interchangeably with the pronouns tu or você. Justified by the theoretical-methodological framework of Labovian Variationist Sociolinguistics, this work investigates the expression of the phenomenon in reference to the second person of the speech in popular varieties of Portuguese of Bahia. Our goal is to identify and discuss the usage patterns and variation constraints. To this end, we investigated the speech samples that make up the corpus of the popular Portuguese of Bahia, collected and processed by the Vertentes Project (Federal University of Bahia), namely: i) corpus of African-Brazilian Portuguese (Helvécia, Sapé, Cinzento and Rio de Contas); ii) corpus of the countryside Portuguese of Bahia (Santo Antônio de Jesus and Poções); iii) corpus of the popular Portuguese of Salvador (popular neighborhoods in Salvador - Itapuã, Plataforma, Cajazeiras, Liberdade - and the metropolitan region, Lauro de Freitas). The data extracted from speech samples of 164 illiterate and semi-literate informants of male and female genders were divided into three age groups (25 to 35; 45 to 55; more than 65 years old) were submitted to the statistical treatment of Goldvarb program. Considering the different patterns of variation found, the results were arranged in two analytical frameworks: a) the rural popular Portuguese of Bahia; b) the urban popular Portuguese of Bahia. As an additional step, the application of evaluation tests with thirty speakers of Salvador has collaborated in the interpretation of the variation and change picture by identifying the subjective reaction of the speakers to the variants of the imperative. Among the main results found, we highlight the division among rural dialects, with a predominance of forms associated with the indicative (canta/ não canta), and urban, where the forms associated with the subjunctive (cante/ não cante) prevail. The predominance of the indicative base forms in rural communities, especially the African-Brazilian ones, points to a possible correlation with the lack of morphology that marked the genesis of the popular standards of the Brazilian Portuguese. Aspects of the socio-historical composition of Bahia and of the phenomenon realization in Creole languages reinforce the hypothesis of a possible correlation with the process of contact among languages. Moreover, the importance of the urbanization process of the state is relevant in the dissemination of mandatory standards. Among the linguistic constraints indicated by Goldvarb, aspects related to the verb (phonic boss, applied verb), to the speech (formal parallelism, pronoun used with the speaker) and to sentence structure (polarity of the structure, the subject pronoun presence, presence of vocative) were highlighted. In rural popular Portuguese, the innovative variant of the subjunctive (cante) showed to be favored by the schooling social factor. In urban communities, the conditioning of the phenomenon demonstrated the influence of gender, media exposure (secular or religious) and the neighborhood of the speaker. Ultimately, we highlight the contribution of this work to enhance our understanding of isoglosses of the imperative to pointing out the complexity of the phenomenon distribution in the state of Bahia.Submitted by Lanuza Santos (lanuzalima@gmail.com) on 2019-03-08T12:43:35Z No. of bitstreams: 1 tese para imprimir versão final.pdf: 4018909 bytes, checksum: 9e004e67266e5d418e65e4d1d3724fe2 (MD5)Approved for entry into archive by Setor de Periódicos (per_macedocosta@ufba.br) on 2019-03-11T14:14:15Z (GMT) No. of bitstreams: 1 tese para imprimir versão final.pdf: 4018909 bytes, checksum: 9e004e67266e5d418e65e4d1d3724fe2 (MD5)Made available in DSpace on 2019-03-11T14:14:15Z (GMT). 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