COMPORTAMENTO HIDROGEOQUÍMICO DOS ISÓTOPOS DE RÁDIO E RADÔNIO E A QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA REGIÃO DA PROVÍNCIA URANÍFERA DE LAGOA REAL, BAHIA.

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Nogueira, Aline da Costa
• Orientador(a): Leal, Luiz Rogério Bastos
• Banca de defesa: Leal, Luiz Rogério Bastos, Zucchi, Maria do Rosário, Costa, Alexandre Barreto, Nascimento, Sérgio Augusto de Morais
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Instituto de Geociências
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia
• País: brasil
• Palavras-chave em Português: Hidrogeoquímica; Urânio; Isótopos de Rádio; Radônio; Toxicidades
• Área do conhecimento CNPq: Geologia Ambiental, Hidrogeologia e Recursos Hídricos
• Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28656

RESUMO Com a crescente utilização de água subterrânea, são necessárias pesquisas que informem tanto a quantidade como a qualidade das águas para consumo humano. Os elementos radioativos de ocorrência natural são menos passíveis de controle, e podem oferecer maiores riscos à população pelo referido desconhecimento. Sendo assim, é proposto um estudo hidrogeoquímico dos isótopos de rádio 226Ra e 228Ra e do gás radônio (222Rn), na área inserida na Província Uranífera de Lagoa Real, que abrange os municípios de Lagoa Real e Caetité, no centro-sul do estado da Bahia. A exploração de águas subterrâneas na região está associada a sistemas de fraturamentos formados a partir de múltiplas fases de deformação superimpostas. O urânio é um elemento instável que possui principalmente dois isótopos naturais 235U e 238U, que formam séries de decaimento radioativo, até atingir a sua forma mais estável. A partir da série do 238U são gerados, dentre outros elementos, o 226Ra e o 222Rn. O outro isótopo de rádio, o 228Ra é proveniente da série do 232Th. Durante a etapa de campo foram amostrados 22 poços de água subterrânea, respeitando as normas de coleta e armazenamento para análises químicas, incluindo os radionuclídeos rádio e radônio que são foco deste estudo. Parâmetros físico-químicos, que são determinantes para a qualidade da água foram medidos no local. Também foi coletada para análise isotópica de δ18O e δD, e posteriormente acrescentaram-se dados históricos de precipitação como uma ferramenta comparativa entre esses dados. A classificação das águas pode ser compartimentada com relação ao substrato. Nas unidades que representam o embasamento arqueano, na sua maioria, como água bicarbonatada podendo ser sódica ou mista. Já nas rochas pertencentes ao Complexo Lagoa Real são, em sua maior parte, águas cloretadas podendo variar de sódica, cálcica ou mista. Para os resultados de urânio, os poços representados pelas siglas AC-14 e o AC-21 apresentam concentração de 0,10 mg/L e 0,03 mg/L, respectivamente e ultrapassam os valores máximos permitidos pelo CONAMA 396/2008 que é de 0,03mg/L. Para rádio-226, com uma concentração média de 0,52 Bq/l, sendo o poço AC-10 com 1,03 Bq/L, ultrapassa o limite estabelecido pelo CONAMA para potabilidade de água. Para rádio-228, concentrações em média de 0,91 Bq/L, e o valor máximo detectado na amostra AC-08 com 2,92Bq/L, sendo acima do limite em todos os poços amostrados. E por fim, para radônio, como uma concentração média de 184,5 kBq/m3, sendo o poço AC-08 com valores superiores ao medidor RAD-07 que é de 1187,2 kBq/m3. Isótopos de rádio são continuamente liberados para água subterrânea através do recuo alfa (alfa recoil) e sua mobilidade aumenta com a presença de elementos pertencentes à família dos alcalinos terrosos. O 222Rn não forma compostos químicos e ao ser formado no retículo cristalino é facilmente removido e mobilizado por difusão. Estes elementos são potencialmente prejudiciais à saúde humana e, ao entrar em contato com o organismo através da ingestão de água contaminada podem desenvolver alguns tipos de câncer devido às formas absorção e toxicidades relacionadas.