Uberizados, mas organizados? : um estudo sobre o breque dos apps

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Branco, Pedro Mendonca Castelo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
UBERIZAÇÃO
PLATAFORMAS
TRABALHO
SINDICATO
EXPERIÊNCIA
CLASSE
UBERIZATION
PLATFORMS
WORK
UNION
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CLASS
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
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Resumo: Orientador(a): Prof(a). Dr(a). Sidney Jard Da Silva
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Tratamos aqui da uberização do trabalho, fenômeno típico do século XXI, como mais uma etapa no processo de reestruturação produtiva que dissolveu mediações e acordos entre o capital e o trabalho que perduraram durante boa parte do século XX, conhecidas pelo lado da produção como fordismo e no campo dos Estados nacionais como os modelos de Estado de Bem-Estar Social. Nesse sentido, a uberização do trabalho significa um processo de relações trabalhistas à margem do estofo protetivo da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e, mais ainda, à margem também da própria condição de trabalhadores assalariados, isso porque, essa condição é negada pelo léxico veiculado pelas empresas que se baseiam em valores neoliberais como os de parcerias e de empresas de si. Combinam-se, ainda, a esses elementos um aprofundamento brutal do controle desses trabalhadores a partir das tecnologias da informação e da comunicação (TIC’s). Todavia, apesar desse cenário de individualização do trabalho e de controle milimétrico, os uberizados tem conseguido se organizar coletivamente para uma contra-ofensiva do trabalho em diversas partes do mundo e no Brasil. Diante disso, o objetivo primário desse trabalho é compreender a organização coletiva de uma das principais categorias do trabalho uberizado: os entregadores de aplicativo. Aqui focamos nos entregadores que organizam os Breques dos Apps na região metropolitana de São Paulo à luz dos conceitos de experiência e de classe social em Thompson (1981, 1998, 2001). Para isso, a análise se centrou nos chamados nos entregadores chamados de "linha de frente", isto é, aqueles que atuam na organização dos Breques. Do ponto de vista metodológico, uilizou-se uma abordagem qualitativa com quatro entrevistas semiestruturadas e a observação direta das reuniões de preparação da mobilização nacional que ocorreu no dia 11 de setembro de 2021 e de dois locais de paralisação no dia do evento. Dessa maneira, esta dissertação pretendeu dar um passo na compreensão do fenômeno da uberização do trabalho pelo ótica das alternativas criadas pelos próprios trabalhadores. Como resultado, apontamos um processo, ainda que contraditório e inicial, de construção de uma agência coletiva, de uma noção de classe, a partir da experiências dos trabalhadores no próprio trabalho, da relação com outros membros da categoria e com os processos de mobilização. Esse conformação de um novo setor da classe trabalhadora como agente político, isto é, que se movimenta e se percebe como classe, busca responder diretamente a demandas vinculadas a realidade do trabalho uberizado como: aumento na remuneração dos entregadores e regras que limitem o controle das plataformas sobre os trabalhadores.This Master's Dissertation is developed in the area of Sociology of Work, especially in the study of organizations of uberized workers; The research is under the umbrella of the Research Line "Work, Migrations and Social Policies" of the Postgraduate Program in Human and Social Sciences (PCHS) of the Federal University of ABC (UFABC), as well as, linked to the Group of Research "Politics, Public Policies and Collective Action (3PAC/CNPQ)" also from UFABC. We treat here the uberization of work, a typical phenomenon of the 21st century, as one more step in the process of productive restructuring that dissolved mediations and agreements between capital and work that lasted for a good part of the 20th century, known from the production side as Fordism and in the field of national States as models of the Social Welfare State. In this sense, the uberization of work means a process of labor relations outside the protective padding of the Consolidation of Labor Laws (CLT) and, even more, outside the very condition of salaried workers, because this condition is denied by the lexicon conveyed by companies that are based on neoliberal values such as partnerships and self-enterprises. These elements are also combined with a brutal deepening of the control of these workers based on information and communication technologies (ICTs). However, despite this scenario of individualization of work and millimetric control, the uberized have managed to collectively organize themselves for a work counter-offensive in different parts of the world and in Brazil. Therefore, the primary objective of this work is to understand the collective organization of one of the main categories of uberized work: app delivery people. Here we focus on the couriers who organize the Breques dos Apps in the metropolitan region of São Paulo in the light of Thompson's concepts of experience and social class (1981, 1998, 2001). For this, the analysis focused on the calls made by the so-called "front-line" couriers, that is, those who work in the organization of the Breques. From a methodological point of view, a qualitative approach was used with four semistructured interviews and direct observation of the preparation meetings for the national mobilization that took place on September 11, 2021 and two places of stoppage on the day of the event. In this way, this dissertation intended to take a step forward in understanding the phenomenon of the uberization of work from the perspective of alternatives created by the workers themselves. As a result, we point to a process, albeit contradictory and initial, of building a collective agency, a notion of class, based on the workers' experiences at work, the relationship with other members of the category and with the mobilization processes. This conformation of a new sector of the working class as a political agent, that is, one that moves and perceives itself as a class, seeks to respond directly to demands linked to the reality of uberized work, such as: increase in the remuneration of couriers and rules that limit the control of platforms on workers.Silva, Sidney Jard daCardoso, Ana Claudia MoreiraFerraz, Alexandre SampaioUniversidade Federal do ABCBranco, Pedro Mendonca Castelo2023info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf187 f : il.http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=126238http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=126238&midiaext=81141Cover: http://biblioteca.ufabc.edu.br/php/capa.php?obra=126238porreponame:Repositório Institucional da UFABCinstname:Universidade Federal do ABC (UFABC)instacron:UFABCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-03-04T09:16:00Zoai:BDTD:126238Repositório InstitucionalPUBhttp://www.biblioteca.ufabc.edu.br/oai/oai.phpopendoar:2024-03-04T09:16Repositório Institucional da UFABC - Universidade Federal do ABC (UFABC)false
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