As religiões afro-ameríndias nas espacialidades da cidade: delineações de fronteiras em Campina Grande-PB.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: LEAL, Cibelle Jovem.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/3735
Resumo: Campina Grande-PB se apresenta hoje como uma cidade de enorme efervescência religiosa que resulta das práticas e (re)elaborações da sua população. Assim, a cidade se encontra preenchida por templos religiosos variados, sendo os terreiros o foco do nosso trabalho. Pois, na minúcia desses espaços litúrgicos encontramos um universo plural marcado por várias religiosidades afro-ameríndias, que se apresentam praticantes de duas linhas de cultos que coexistem em um mesmo espaço litúrgico, sendo uma a linha da jurema e a outra a linha do orixá. As mesmas foram instituídas nesses a partir da criação da Federação de Cultos Afro-Brasileiros na Paraíba que legalizou a prática da Umbanda no nosso Estado em meados da década de 1960. Consequentemente, entidades (eguns) e divindades (orixás) tiveram que dividir um mesmo espaço religioso, o qual passou a necessitar da disponibilidade de quartos específicos para ambas, resultando em uma configuração mais ampla destes. Assim, o que antes se constituía enquanto “mesas de catimbó” apenas, hoje se apresenta enquanto um universo cheio de cores e ritos variados. Por conseguinte, constatamos uma presença maciça desses espaços religiosos em áreas que até a década de 1960 eram consideradas rurais e ainda hoje apresentam aspectos rupestres, o que nos levou a elencar alguns fatores para isso, entre eles sua aproximação com o meio natural, haja vista que as religiões afro-ameríndias possuem suas reminiscências pagãs herdadas tanto das formas de religiosidades indígenas como africanas e da magia europeia; a necessidade de grandes extensões de terra para a construção dos terreiros e a aquisição destes por baixo custos, entre outros. Assim, inferimos que o terreiro se constitui enquanto um espaço religioso caracteristicamente rural em meio ao urbano, pois apresenta práticas e elementos que contrariam a lógica urbanizadora, rompendo de certo modo as fronteiras existentes entre essas duas áreas relacionadas à cidade. O que nos levou a considerar o terreiro enquanto um “espaço praticado” onde a pluralidade e a mutabilidade se fazem presentes por meio das “artes de fazer” dos/as seus/suas freqüentadores/as, que transformam esse espaço litúrgico não só em um lugar onde encontramos meios de cura e de soluções de problemas cotidianos, mas também o ar idílico que não se encontra nos centros urbanos. Ao mesmo tempo, que constroem um “outro espaço” onde convivem religiosos/as e entidades-divindades.
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As mesmas foram instituídas nesses a partir da criação da Federação de Cultos Afro-Brasileiros na Paraíba que legalizou a prática da Umbanda no nosso Estado em meados da década de 1960. Consequentemente, entidades (eguns) e divindades (orixás) tiveram que dividir um mesmo espaço religioso, o qual passou a necessitar da disponibilidade de quartos específicos para ambas, resultando em uma configuração mais ampla destes. Assim, o que antes se constituía enquanto “mesas de catimbó” apenas, hoje se apresenta enquanto um universo cheio de cores e ritos variados. Por conseguinte, constatamos uma presença maciça desses espaços religiosos em áreas que até a década de 1960 eram consideradas rurais e ainda hoje apresentam aspectos rupestres, o que nos levou a elencar alguns fatores para isso, entre eles sua aproximação com o meio natural, haja vista que as religiões afro-ameríndias possuem suas reminiscências pagãs herdadas tanto das formas de religiosidades indígenas como africanas e da magia europeia; a necessidade de grandes extensões de terra para a construção dos terreiros e a aquisição destes por baixo custos, entre outros. Assim, inferimos que o terreiro se constitui enquanto um espaço religioso caracteristicamente rural em meio ao urbano, pois apresenta práticas e elementos que contrariam a lógica urbanizadora, rompendo de certo modo as fronteiras existentes entre essas duas áreas relacionadas à cidade. O que nos levou a considerar o terreiro enquanto um “espaço praticado” onde a pluralidade e a mutabilidade se fazem presentes por meio das “artes de fazer” dos/as seus/suas freqüentadores/as, que transformam esse espaço litúrgico não só em um lugar onde encontramos meios de cura e de soluções de problemas cotidianos, mas também o ar idílico que não se encontra nos centros urbanos. Ao mesmo tempo, que constroem um “outro espaço” onde convivem religiosos/as e entidades-divindades.Campina Grande-P stands today as a city of great religious ferment resulting from pratices and (re)elaborations of its population. Thus, the city is filled eith various religious temples, and the yards the focus or our work, as in the minutia of these places of worship we find a plural universe marked by several african-amerindian religiousness, which practitioners have two lines of services that coexist in the same liturgical space, and a line of Mimosa and other line of the orisha. They were imposed on those from the cration of the Federation of Afro-Brazilian cults in Paraíba which legalized the practice of Umbanda in our state in the mid-1960s.Consequently, entities (eguns) and deities (orishas) had to share the same religious space, which now require the availability of specific rooms for both, resulting in a broader configuracion of these. Thus, what once constituted as “tables catimbo” just today presents itself as a universe full of colors and various rites. Therefore, we see a massive presence of these religious spaces in areas that until the 1960s were considered rural and still have rock features, which led us to list the factor for this, including his approach to the natural environment, considering the African-ameridian religions have inherited both his reminiscences of pagan forms of religiosity as indigenous African and European magical, the need for large tracts of land for the construction of terraces and the acquisition of a low cost, among others. Thus, we infer that the religious community as a religious space is typically rural to the urban environmente, because of its practices and elements that contradict the logic urbanizing, somehow breaking the boundaries between these two areas related to the city. What led us to consider the yard as a “practicedplace” ehere the plurality and mutability are present through the “art of doing” of/ as his/ her visitors/ those that transform the liturgical space not only in one place where we find ways of healing and solutions for evereday problems, but the air is not idyllic in urban centers. At the same time, they build an “other space” where live/ religious entities and the deities.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Humanidades - CHPÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIAUFCGAPOLINÁRIO, Juciene Ricarte.APOLINÁRIO, Juciene Ricartehttp://lattes.cnpq.br/6938937338148950SANTOS, João Marcos Leitão.BARROS, Ofélia Maria.LIMA, Elizabeth Christina de Andrade.ARAGÃO, Patrícia.LEAL, Cibelle Jovem.20122019-05-09T11:53:58Z2019-05-092019-05-09T11:53:58Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/3735LEAL, C. J. As religiões afro-ameríndias nas espacialidades da cidade : delineações de fronteiras em Campina Grande-PB. 2012. 152 f. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Centro de Humanidades, Universidade Federal de Campina Grande, Paraíba, Brasil, 2012. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/3735porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2022-09-21T17:26:58Zoai:localhost:riufcg/3735Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512022-09-21T17:26:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false
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