Avaliação dos impactos decorrentes do uso das águas do baixo rio Bodocongó (PB), em áreas irrigadas.

• Ano de defesa: 2000
• Autor(a) principal: MAGALHÃES, Nilana Fernandes.
• Orientador(a): CEBALLOS, Beatriz Susana Ovruski de. , GHEYI, Hans Raj.
• Banca de defesa: KONIG, Annemarie., TEIXEIRA, Edmilson Costa.
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
• Programa de Pós-Graduação: PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
• Departamento: Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Tratamento de Esgoto - Campina Grande (PB); Irrigação - Avaliação do Rio Bodocongó; Rio Bodocongó - Avaliação em Áreas Irrigadas; Bacia do Baixo Rio Bodocongó; Águas Residuárias - Agricultura; Tratamento de Águas Residuárias; Sewage Treatment - Campina Grande (PB); Irrigation - Bodocongó River Assessment; Bodocongó River - Evaluation in Irrigated Areas; Lower Bodocongó River Basin; Wastewater - Agriculture; Wastewater Treatment
• Área do conhecimento CNPq: Engenharia Civil e Ambiental
• Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/11710

A Bacia do Rio Bodocongó situa-se na Região Sudoeste do Estado da Paraíba e é contribuinte da Bacia do Médio rio Paraíba. O rio atravessa os municípios de Campina Grande, Queimadas, Caturité e Barra de Santana no sentido norte-sul. Ao atravessar a cidade de Campina Grande o rio recebe diversas contribuições de esgoto e o efluente final da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) da cidade. O trecho situado a jusante da ETE, aqui chamado de Baixo Bodocongó, tem 50 km de extensão e suas águas são usadas para irrigação irrestrita de forrageiras e hortaliças (alface, repolho, tomates, etc), e recreação de contato primário, dentre outros. Devido a importância desse recurso hídrico para a região, fez-se necessário avaliar sua qualidade sanitária, física e química, os impactos causados pelo seu uso na qualidade sanitária de dois produtos irrigados (capim e repolho) e no processo de salinização dos solos. Em 6 (seis) campanhas de coleta de amostras de água, em 7 (sete) pontos do Baixo rio Bodocongó, verificou-se que suas águas são improprias para irrigação irrestrita. Em nenhum dos pontos a qualidade da água atende simultaneamente aos dois critérios da OMS para irrigação irrestrita: coliformes fecais < 1000 UFC/1OOml e ovos de helmintos < 1 ovo/1. Os repolhos irrigados com a água do rio apresentaram uma concentração de 103 NMP/g, 17 vezes superior ao índice máximo permitido pela legislação da Secretaria de Vigilância Sanitária (1997) para alimentos que são ingeridos crus. As águas do trecho do rio sob estudo apresentaram alta salinidade, com condutividade elétrica variando de 2.421 a 3.510 uS/cm, sendo classificadas de acordo com AYERS & WESTCOT (1991), como de restrição moderada a severa para irrigação. A avaliação do nível de salinização dos solos irrigados demonstrou que devido ao alto teor de sais da água e ao manejo inadequado da irrigação (ausência de sistema de drenagem e distribuição não uniforme de água), os solos nas áreas irrigadas já apresentam alto nível de sais em relação aos solos em áreas próximas não irrigadas. De acordo com a legislação CONAMA 20/86, a água do Baixo Rio Bodocongó foi classificada como de Classe 4, que são águas destinadas apenas a navegação, harmonia paisagística e usos menos exigente. Essa situação demonstra a urgência em se tratar adequadamente os esgotos de Campina Grande, para minimizar os impactos no corpo receptor, e orientar os agricultores para a pratica de um manejo adequado dos sistemas de irrigação.