A arte da memória: uma análise da escrita íntima de Anaïs Nin.

• Ano de defesa: 2010
• Autor(a) principal: ANDRADE, Raquel Thomaz de.
• Orientador(a): FORTUNATO, Maria Lucinete.
• Banca de defesa: SALES , Ana Maria Coutinho de., AGRA DO Ó , Alarcon., CASTELLO BRANCO , Uyguaciara Veloso., VASCONCELOS, Íris Helena Guedes de.
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
• Programa de Pós-Graduação: PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
• Departamento: Centro de Humanidades - CH
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Escrita Íntima; Memória; Arte; Feminino; Intimate Writing; Memory; Art; Feminine
• Área do conhecimento CNPq: História
• Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2154

No tocante à escrita íntima, Anaïs Nin emerge como uma das autoras com a obra mais vasta, tendo escrito – e posteriormente publicado – diários entre os anos de 1914 e 1974. Esse extenso relato confessional lhe deu certo destaque dentro do movimento feminista, ao mesmo tempo em que despertou críticas relacionadas ao seu narcisismo. Dessa forma, seu material íntimo surge como uma obra emblemática no que se refere às tensões do movimento de luta pelos direitos das mulheres. Pois, mesmo com sua postura narcisista e pretensamente passiva politicamente, as atitudes Nin iam de encontro aos valores de sua época. Esse fato remete a uma questão: até que ponto o comportamento da autora não pode ser considerado com uma atitude política, já que resistia a padrões de comportamento de sua época? Assim, esse trabalho tem como objetivo analisar a escrita íntima de Anais Nin, considerando as suas representações acerca do feminino, da vida pública, da política e da arte e a sua inserção num período de sua escrita; problematizando a relação entre os diários íntimos e as teorias acerca dos gêneros confessionais e discutindo a relação entre o ―ficcional‖ e o ―real‖ nas memórias da autora, bem como a utilização da vida privada de Nin para a construção de uma obra de arte e, conseqüentemente, da sua figura pública. As principais fontes da pesquisa foram os diários não expurgados, que tiveram uma publicação póstuma durante os anos de 1980 e 1990. A escolha não se deve somente por esses diários serem versões menos censuradas da escrita íntima da autora, como também por envolverem um período (1931 – 1939) em que Nin começa a demonstrar interesse na publicação da obra, bem como a tecer comentários mais aprofundados acerca de questões como arte e política. Dessa forma, o universo construído pela escrita íntima dessa escritora será analisado, levando em consideração o tempo histórico no qual ela estava inserida, com o intuito de observar as suas representações acerca da relação entre a mulher, os espaços público e privado, a arte e a política.