Avaliação de perda econômica por linfadenite caseosa em caprinos abatidos no semiárido brasileiro.

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: BARNABÉ, Nathanael Natércio da Costa.
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande; Brasil; Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR; PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL; UFCG
• Palavras-chave em Português: Linfadenite caseosa; Corynebacterium pseudotuberculosis; Caprinopcultura - perdaceconômica; Prejuízo financeiro – doenças de caprinos; Semiárido – criação de caprinos; Doenças de caprinos; Caseous lymphadenitis; Corynebacterium pseudotuberculosis; Caprinopculture - peraceconomic; Financial loss - goat diseases; Semi-arid goat breeding; Goat diseases
• Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/8858

A Linfadenite Caseosa (LC) causada pelo Corynebacterium pseudotuberculosis provoca perda econômica por condenação de carcaça em abatedouros, comprometendo a caprinocultura. Há alta prevalência no rebanho nacional, resultando em prejuízos por gastos com tratamento, queda de produção, condenação de leite, carcaça, órgãos, vísceras e desvalorização da pele. Buscou-se com este trabalho caracterizar e dimensionar o prejuízo financeiro associado à LC por condenação na linha de abate. Desenvolveu-se a pesquisa no Abatedouro Municipal da cidade de Patos, Estado da Paraíba, Brasil, onde ocorre abate de caprídeos provenientes desta região geográfica intermediária. No ano de 2017 foram abatidos 3.662 animais, uma média de 305/mês. Durante o período de estudo, março a agosto do mesmo ano, avaliou-se 304 caprinos sem padrão racial definido, ambos os sexos e idades. No exame ante mortem foram submetidos à inspeção e palpação de linfonodos superficiais; post mortem, órgãos e vísceras. O material caseoso coletado foi submetido à análise microbiológica para diagnóstico. Para cálculo de prejuízo se adotou o preço médio em Real [R$ 17,39 (IC: 16,45 - 18,33)] do quilograma (Kg) da carne caprina e da “buchada de bode” (obtido por meio de pesquisa em frigoríficos e supermercados da cidade de Patos). Isolou-se C. pseudotuberculosis em 84,42% das amostras (65/77), o que representa 21,38% (65/304) dos indivíduos avaliados. As fêmeas responderam por 13,16% da prevalência, enquanto os machos, 8,22%. Dos acometidos, 11,51% apresentaram a forma clínica, enquanto 9,87% a subclínica; destes, 1,31% tiveram simultaneamente forma clínica e comprometimento interno. Os linfonodos pré-crurais 25,71%, mamários 11,43% e pré-escapulares 11,43% foram mais afetados; internamente, fígado 63,33%, pulmão 13,33% e linfonodo do mediastino médio 10%. Comprovou-se como fatores de risco a presença de lesão/cicatriz cutânea (Odds ratio = 2,394; IC 95% = 1,371 - 4,182; p = 0,003) e o sexo (fêmea) (Odds ratio = 1,845; IC 95% = 1,053 - 3,232; p = 0,044). Considerando o peso médio de carcaça (11,485 Kg), órgãos (1,085 Kg) e vísceras (2,013 Kg), houve produção média de 4.447,815 Kg/mês, resultando em R$ 77.347,50. As condenações subtraíram mensalmente 270,872 Kg, equivalente a R$ 4.710,46. Da produção anual (53.373,780 Kg), houve redução de 3.250,464 Kg por descarte, causando decréscimo de R$ 56.525,57. Atribui-se à afecção um impacto negativo de 6,09% na receita. A LC se encontra presente em caprinos do semiárido encaminhados ao abate, acarretando considerável detrimento financeiro, reforçando a necessidade de implementar medidas de controle para essa doença visando maior retorno financeiro à atividade, bem como maior atenção à inspeção nos abatedouros por parte dos fiscais sanitários.