Paleo-oxigenação do Atlântico Equatorial utilizando análise de poros em foraminíferos bentônicos nos últimos 30 mil anos
Ano de defesa: | 2018 |
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Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
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Niterói
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Resumo: | O Atlantico Equatorial Oeste (AEO) compreende parte da AMOC (Atlantic Meridional Overturning Circulation), que é um dos componentes mais importantes na distribuição de calor dos oceanos e que desempenha importante papel na regulação e manutenção do clima no planeta. Durante os Eventos Heinrich (EH) ocorreu enfraquecimento na formação da APAN (Água Profunda do Atlântico Norte) e, consequentemente, perturbação no sistema de circulação oceânico AMOC. Sabe-se que enfraquecimento na circulação oceânica acarreta em diminuição no teor de O2 nas águas do fundo, ocasionando transtornos aos organismos bentônicos. A distribuição de forminíferos é influenciada por diversos fatores, em especial, pelo teor de O2. Estudos apontam que, em ambientes onde este teor é baixo, as testas dos foraminíferos tendem a ter poros maiores e vice-versa. Diante deste contexto, o presente trabalho tem como finalidade avaliar a oxigenação no AEO ao longo dos últimos 30 mil anos, sobretudo durante o evento H1 quando a AMOC é freada, por meio de análise da assembleia de foraminíferos e análise dos poros da espécie Cibicides pseudoungeriana oriundos do testemunho sedimentar MD09-3243CQ. Este foi coletado durante o projeto RETRO no talude da margem continental do nordeste do Brasil a bordo do Cruzeiro Marion Dufresne I73/ Retro III, em outubro de 2009. Como resultado, obteve-se que durante o período interglacial houve aumento nas taxas fotossintéticas, ocasionando maior concentração de O2 e, consequentemente, menor área média dos poros das testas. Além de uma assembleia mais abundante em epifaunais. Durante o H1 (Heinrich 1) observaram-se duas fases, na primeira, o enfraquecimento da AMOC implicou em menores taxas de O2 e como resposta, a área média dos poros aumentaram. Em relação à assembleia, a mesma exibiu a maior abundância de infaunais em relação aos epifaunais. Já durante a 2ª fase, entendeu-se que, com a retomada da AMOC a oxigenação de fundo tenha aumentado e, com isso, os poros das testas diminuíram. Nesta fase, a assembleia apresentou abundância de infaunais menor do que a primeira. Durante o glacial, encontraram-se taxas fotossintéticas menores, em consequência, a área média dos poros aumentou relativamente e assembleia apresentou predomínio de epifaunais, revelando que as concentrações de O2 não foram tão baixas quanto no H1. Com isso, entendeu-se a variação no tamanho do poro como uma característica ecofenotípica que ocorre primeiro, como forma de defesa ou adaptação dos foraminíferos frente às mudanças na oxigenação do meio e somente em casos mais extremos a configuração da fauna é realmente afetada. Além disso, os dados de porosidade foram correlacionados aos dados de 231Pa / 230Th a fim de se verificar a correspondência entre baixa intesidade da AMOC e aumento na porosidade nas testas dos Cibicides pseudoungeriana, com isso, tal relação foi comprvada e se mostrou evidente em torno de 16.000 anos AP |
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Paleo-oxigenação do Atlântico Equatorial utilizando análise de poros em foraminíferos bentônicos nos últimos 30 mil anosForaminíferosPorosOxigenaçãoAtlântico Equatorial OesteAMOCForaminífero BentônicoPorosidadeÁgua do marOceano AtlânticoProdução intelectualForaminiferaPoresOxygenationAMOCWest Equatorial AtlanticO Atlantico Equatorial Oeste (AEO) compreende parte da AMOC (Atlantic Meridional Overturning Circulation), que é um dos componentes mais importantes na distribuição de calor dos oceanos e que desempenha importante papel na regulação e manutenção do clima no planeta. Durante os Eventos Heinrich (EH) ocorreu enfraquecimento na formação da APAN (Água Profunda do Atlântico Norte) e, consequentemente, perturbação no sistema de circulação oceânico AMOC. Sabe-se que enfraquecimento na circulação oceânica acarreta em diminuição no teor de O2 nas águas do fundo, ocasionando transtornos aos organismos bentônicos. A distribuição de forminíferos é influenciada por diversos fatores, em especial, pelo teor de O2. Estudos apontam que, em ambientes onde este teor é baixo, as testas dos foraminíferos tendem a ter poros maiores e vice-versa. Diante deste contexto, o presente trabalho tem como finalidade avaliar a oxigenação no AEO ao longo dos últimos 30 mil anos, sobretudo durante o evento H1 quando a AMOC é freada, por meio de análise da assembleia de foraminíferos e análise dos poros da espécie Cibicides pseudoungeriana oriundos do testemunho sedimentar MD09-3243CQ. Este foi coletado durante o projeto RETRO no talude da margem continental do nordeste do Brasil a bordo do Cruzeiro Marion Dufresne I73/ Retro III, em outubro de 2009. Como resultado, obteve-se que durante o período interglacial houve aumento nas taxas fotossintéticas, ocasionando maior concentração de O2 e, consequentemente, menor área média dos poros das testas. Além de uma assembleia mais abundante em epifaunais. Durante o H1 (Heinrich 1) observaram-se duas fases, na primeira, o enfraquecimento da AMOC implicou em menores taxas de O2 e como resposta, a área média dos poros aumentaram. Em relação à assembleia, a mesma exibiu a maior abundância de infaunais em relação aos epifaunais. Já durante a 2ª fase, entendeu-se que, com a retomada da AMOC a oxigenação de fundo tenha aumentado e, com isso, os poros das testas diminuíram. Nesta fase, a assembleia apresentou abundância de infaunais menor do que a primeira. Durante o glacial, encontraram-se taxas fotossintéticas menores, em consequência, a área média dos poros aumentou relativamente e assembleia apresentou predomínio de epifaunais, revelando que as concentrações de O2 não foram tão baixas quanto no H1. Com isso, entendeu-se a variação no tamanho do poro como uma característica ecofenotípica que ocorre primeiro, como forma de defesa ou adaptação dos foraminíferos frente às mudanças na oxigenação do meio e somente em casos mais extremos a configuração da fauna é realmente afetada. Além disso, os dados de porosidade foram correlacionados aos dados de 231Pa / 230Th a fim de se verificar a correspondência entre baixa intesidade da AMOC e aumento na porosidade nas testas dos Cibicides pseudoungeriana, com isso, tal relação foi comprvada e se mostrou evidente em torno de 16.000 anos APConselho Nacional do Desenvolvimento Científico e TecnológicoThe West Equatorial Atlantic (WEA) comprises part of the AMOC (Atlantic Meridional Overturning Circulation), which is one of the most important components in ocean heat distribution and plays an important role in the regulation and maintenance of the climate on the planet. During the Heinrich Events the formation of NADW (North Atlantic Deep Water) was weakened and, consequently, the AMOC was disturbed. It is known that weakening in the ocean circulation leads to a decrease in the O2 content in the bottom waters, causing a trouble to benthic organisms. The distribution of foraminifera is influenced by a lot of factors, in particular, by the content of O2. Studies show that, in environments where this content is low, the tests of the foraminifera tend to have larger pores and vice versa. In this context, the present work aims to evaluate the oxygenation in the WEA over the last 30 thousand years, especially during the H1 event when the AMOC is weakened, through analysis of the foraminifera assemblage and pore analysis of the species Cibicides pseudoungeriana originating from the sedimentary core MD09-3243CQ. This was collected during the RETRO project on the slope of the continental margin of northeastern Brazil on board the Cruise Marion Dufresne I73 / Retro III, in October 2009. As a result, it was obtained that during the interglacial period there was an increase in the photosynthetic rates, causing a higher concentration of O2 and, consequently, a lower mean area of the pores of the tests. Besides, an assemblage more abundant in epifaunals. During the H1 (Heinrich 1) two phases were observed, in the first one, the weakening of the AMOC implied in lower rates of O2 and in response, the average area of the pores increased. In relation to the assembly, it exhibited the greatest abundance of infaunals in relation to the epifaunals. Already during the second phase, it was understood that with the resumption of the AMOC the oxygenation of deep water increased and, with this, the pores of the tests decreased. At this stage, the assemblage had fewer infaunals than the first. During the glacial, smaller photosynthetic rates were found, as a consequence, the average area of the pores increased relatively. And the assemblage showed predominance of epifaunals, showing that O2 concentrations were not as low as in H1. Thus, the variation in pore size was understood as an ecofenotypic characteristic that occurs first, as a form of defense or adaptation of the foraminifera in the face of changes in the oxygenation of the environment, and only in more extreme cases does the configuration of the fauna really affected. In addition, the porosity data were correlated to the 231Pa / 230Th data in order to verify the correspondence between the low AMOC intensity and the increase in the porosity in the Cibicides pseudoungerian tests, with that, this relationship was established and it was evident around of 16.000 years BPNiteróiBarbosa, Cátia FernandesCruz, Anna Paula SoaresCarvalho, Carla Regina AlvesStríkis, Nicolás MissailidisVilela, Cláudia GuterresCosta, Fernanda Pessanha Alvarenga2018-10-25T16:21:06Z2018-10-25T16:21:06Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/7837Aluno de MestradoopenAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2023-08-01T19:32:07Zoai:app.uff.br:1/7837Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:03:04.979909Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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O Atlantico Equatorial Oeste (AEO) compreende parte da AMOC (Atlantic Meridional Overturning Circulation), que é um dos componentes mais importantes na distribuição de calor dos oceanos e que desempenha importante papel na regulação e manutenção do clima no planeta. Durante os Eventos Heinrich (EH) ocorreu enfraquecimento na formação da APAN (Água Profunda do Atlântico Norte) e, consequentemente, perturbação no sistema de circulação oceânico AMOC. Sabe-se que enfraquecimento na circulação oceânica acarreta em diminuição no teor de O2 nas águas do fundo, ocasionando transtornos aos organismos bentônicos. A distribuição de forminíferos é influenciada por diversos fatores, em especial, pelo teor de O2. Estudos apontam que, em ambientes onde este teor é baixo, as testas dos foraminíferos tendem a ter poros maiores e vice-versa. Diante deste contexto, o presente trabalho tem como finalidade avaliar a oxigenação no AEO ao longo dos últimos 30 mil anos, sobretudo durante o evento H1 quando a AMOC é freada, por meio de análise da assembleia de foraminíferos e análise dos poros da espécie Cibicides pseudoungeriana oriundos do testemunho sedimentar MD09-3243CQ. Este foi coletado durante o projeto RETRO no talude da margem continental do nordeste do Brasil a bordo do Cruzeiro Marion Dufresne I73/ Retro III, em outubro de 2009. Como resultado, obteve-se que durante o período interglacial houve aumento nas taxas fotossintéticas, ocasionando maior concentração de O2 e, consequentemente, menor área média dos poros das testas. Além de uma assembleia mais abundante em epifaunais. Durante o H1 (Heinrich 1) observaram-se duas fases, na primeira, o enfraquecimento da AMOC implicou em menores taxas de O2 e como resposta, a área média dos poros aumentaram. Em relação à assembleia, a mesma exibiu a maior abundância de infaunais em relação aos epifaunais. Já durante a 2ª fase, entendeu-se que, com a retomada da AMOC a oxigenação de fundo tenha aumentado e, com isso, os poros das testas diminuíram. Nesta fase, a assembleia apresentou abundância de infaunais menor do que a primeira. Durante o glacial, encontraram-se taxas fotossintéticas menores, em consequência, a área média dos poros aumentou relativamente e assembleia apresentou predomínio de epifaunais, revelando que as concentrações de O2 não foram tão baixas quanto no H1. Com isso, entendeu-se a variação no tamanho do poro como uma característica ecofenotípica que ocorre primeiro, como forma de defesa ou adaptação dos foraminíferos frente às mudanças na oxigenação do meio e somente em casos mais extremos a configuração da fauna é realmente afetada. Além disso, os dados de porosidade foram correlacionados aos dados de 231Pa / 230Th a fim de se verificar a correspondência entre baixa intesidade da AMOC e aumento na porosidade nas testas dos Cibicides pseudoungeriana, com isso, tal relação foi comprvada e se mostrou evidente em torno de 16.000 anos AP |
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