A violência de gênero na intersecção das categorias mulher e refugiada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lotfi, Tatiana Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/25367
Resumo: O conceito universal de refugiado previsto na Convenção de 1951 e no Protocolo de1967 não alcança a perseguição fundamentada no gênero. Apesar de o Brasil adotar um conceito ampliado, o reconhecimento do refúgio por grave e generalizada violação a direitos humanos previsto na Lei 9.474/97 não contempla a perspectiva de gênero. Para suprir esta lacuna, quando a perseguição contra mulheres se exteriorizar através da violência de gênero, organismos internacionais orientam que se reconheça o refúgio com base no pertencimento a grupo social. Por muitas décadas, também as pesquisas sobre migração se mostraram insensíveis ao gênero. Com o objetivo de incorporar o gênero às pesquisas, Grieco e Boyd (2003) desenvolveram um método para o estudo da migração feminina para países industrializados, no qual propõem segmentar a atividade migratória em três etapas – pré-migração, cruzamento de fronteira e pós-migração – e orientam a identificar nestas etapas os fatores micro e macro que influenciam a migração feminina. Nossa pesquisa tem abordagem jurídico-sociológica e se desenvolve em torno da seguinte pergunta: tal método permite identificar a violência de gênero como motivação do refúgio de mulheres? Nossa hipótese é que, não apenas se aplica, como se revela útil à construção de parâmetros de elegibilidade. A hipótese será testada através da análise dos depoimentos das participantes do Projeto Vidas Refugiadas, disponíveis em seu canal do YouTube. Os depoimentos online foram transcritos e submetidos à técnica da Análise de Conteúdo (AC), com enfoque sintático (BAUER,2008). Selecionamos trechos dos depoimentos referentes à etapa pré-migratória e os categorizamos nos fatores micro (violência de gênero) e macro (características estruturais do país de origem) propostos por Grieco e Boyd. Ato contínuo, analisamos se tais fatores permitiriam que as depoentes tivessem o status de refugiadas reconhecido com base na legislação brasileira.
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Com o objetivo de incorporar o gênero às pesquisas, Grieco e Boyd (2003) desenvolveram um método para o estudo da migração feminina para países industrializados, no qual propõem segmentar a atividade migratória em três etapas – pré-migração, cruzamento de fronteira e pós-migração – e orientam a identificar nestas etapas os fatores micro e macro que influenciam a migração feminina. Nossa pesquisa tem abordagem jurídico-sociológica e se desenvolve em torno da seguinte pergunta: tal método permite identificar a violência de gênero como motivação do refúgio de mulheres? Nossa hipótese é que, não apenas se aplica, como se revela útil à construção de parâmetros de elegibilidade. A hipótese será testada através da análise dos depoimentos das participantes do Projeto Vidas Refugiadas, disponíveis em seu canal do YouTube. Os depoimentos online foram transcritos e submetidos à técnica da Análise de Conteúdo (AC), com enfoque sintático (BAUER,2008). Selecionamos trechos dos depoimentos referentes à etapa pré-migratória e os categorizamos nos fatores micro (violência de gênero) e macro (características estruturais do país de origem) propostos por Grieco e Boyd. Ato contínuo, analisamos se tais fatores permitiriam que as depoentes tivessem o status de refugiadas reconhecido com base na legislação brasileira.The universal definition of refugee adopted by the 1951’s Convention and the 1967’s Protocol does not approach gender-based persecution. Despite Brazil adopted an expanded concept, the recognition of refugee for severe and widespread violation of human rights by Law 9.474/97 does not include the gender perspective. To fill in this gap, whenever persecution against woman is gender-based, international organizations advise their recognition as refugees by belonging to a specific social group. For decades, research on migration has also been gender insensitive. In order to incorporate gender into research, Grieco and Boyd (2003) developed a method for the study of female migration to industrialized countries in which they propose to divide migration activity in three stages – pre-migration, the act of migration and post-migration – and guide to identify micro and macro factors that influence female migration on each stage. Our research has a legal- sociological approach and it is developed around the following question: is this method appropriated to identify gender-based violence as a women’s refuge motivation? Our hypothesis is that, more than appropriated, it also provides useful parameters for refuge eligibility. The hypothesis will be tested by analyzing the participants of the project Vidas Refugiadas testimonies, available on it’s YouTube channel. Their online statements were transcribed and submitted to content analysis (AC) technique, with focus on the syntactic aspects (BAUER, 2008). Excerpts from the testimonies referring to pre-migration stage were selected and categorized into micro (gender violence) and macro (structural characteristics of the origin’s country) factors proposed by Grieco and Boyd. In continuity, we assay whether such factors would allow deponents to have refugee status recognized based on Brazilian law.148 p.Kowarski, Clarissa Maria Beatriz Brandão de Carvalhohttp://lattes.cnpq.br/2967738693234470Val, Eduardo Manuelhttp://lattes.cnpq.br/0529549946800850Salles, Denise Mercedes Nuñez Nascimento Lopeshttp://lattes.cnpq.br/1594102305404307http://lattes.cnpq.br/4128253534882144Lotfi, Tatiana Ferreira2022-06-24T16:55:01Z2022-06-24T16:55:01Z2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfLOFTI, Tatiana Ferreira. A violência de gênero na intersecção das categorias mulher e refugiada. 2020. 148 f. 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