Eros no oîkos: relações de gênero e representações da espacialidade e da sexualidade feminina em Atenas do V século a.C
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/13361 |
Resumo: | A sexualidade feminina, desde a antiguidade grega, nos é apresentada como condição física sujeita a diversos dispositivos de controle que objetivavam organizar a estrutura social. Com o surgimento da Democracia ateniense, vemos no período Clássico, essa ordenação ser definida por parâmetros jurídicos específicos que identificavam e separavam os “usos da sexualidade” feminina cidadã da não cidadã. Constatamos em oradores áticos, como Demóstenes, Ésquines, Iseus, Antifonte, Xenofonte e Lísias, características que seriam definidoras do papel feminino na polis, e as respectivas diferenças entre os grupos sociais. A partir dessa dicotomia, buscamos analisar as maneiras como as mulheres expressavam sua sexualidade no espaço do oîkos, a casa ateniense. Nesse local privilegiado, em que vemos registrados o cotidiano das ações femininas, compreendemos que o comportamento esperado e idealizado era por vezes contestado por elas através de táticas inventivas. Essas ações, fossem de caráter erótico ou sexual, também poderiam ser identificadas em representações iconográficas de figuras negras e vermelhas na passagem do IV e o V séc. a.C.. Através desses documentos, remontamos a um “modos de fazer” feminino, entre táticas e controles, identificando um processo de reavaliação de como a conduta deveria ser apresentada para o público ateniense. Nos discursos forenses vemos a exaltação da ação cidadã e a desqualificação de qualquer associação não cidadã com o oîkos. Já as imagens de conteúdo pornográfico não cidadã são suprimidas para dar espaço as representações cidadãs ligadas ao toalete e ao casamento, com destaque para a presença do Eros. Percebemos que a presença deidade funciona como “sensor” de controle da prática sexual cidadã. Porém, ao mesmo tempo entendemos que ele fornece condições para que mulheres cidadãs sugerissem ou expressassem através do erotismo e da sensualidade possíveis interesses sexuais |
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Eros no oîkos: relações de gênero e representações da espacialidade e da sexualidade feminina em Atenas do V século a.CGrécia clássicaAtenasEspacialidadeEstudos gêneroSexualidade femininaGêneroAtenas (Grécia) - Séc V, a.C.Classical GreeceAthensSpatialityGender studiesFemale sexualityA sexualidade feminina, desde a antiguidade grega, nos é apresentada como condição física sujeita a diversos dispositivos de controle que objetivavam organizar a estrutura social. Com o surgimento da Democracia ateniense, vemos no período Clássico, essa ordenação ser definida por parâmetros jurídicos específicos que identificavam e separavam os “usos da sexualidade” feminina cidadã da não cidadã. Constatamos em oradores áticos, como Demóstenes, Ésquines, Iseus, Antifonte, Xenofonte e Lísias, características que seriam definidoras do papel feminino na polis, e as respectivas diferenças entre os grupos sociais. A partir dessa dicotomia, buscamos analisar as maneiras como as mulheres expressavam sua sexualidade no espaço do oîkos, a casa ateniense. Nesse local privilegiado, em que vemos registrados o cotidiano das ações femininas, compreendemos que o comportamento esperado e idealizado era por vezes contestado por elas através de táticas inventivas. Essas ações, fossem de caráter erótico ou sexual, também poderiam ser identificadas em representações iconográficas de figuras negras e vermelhas na passagem do IV e o V séc. a.C.. Através desses documentos, remontamos a um “modos de fazer” feminino, entre táticas e controles, identificando um processo de reavaliação de como a conduta deveria ser apresentada para o público ateniense. Nos discursos forenses vemos a exaltação da ação cidadã e a desqualificação de qualquer associação não cidadã com o oîkos. Já as imagens de conteúdo pornográfico não cidadã são suprimidas para dar espaço as representações cidadãs ligadas ao toalete e ao casamento, com destaque para a presença do Eros. Percebemos que a presença deidade funciona como “sensor” de controle da prática sexual cidadã. Porém, ao mesmo tempo entendemos que ele fornece condições para que mulheres cidadãs sugerissem ou expressassem através do erotismo e da sensualidade possíveis interesses sexuaisFeminine sexuality, since ancient Greek, is presented to us as a physical condition subject to various control devices that aimed to organize the social structure. With the emergence of Athenian Democracy, we see in the classical period that this ordering was defined by specific legal parameters that identified and separated the female citizen's "uses of sexuality" from the non-citizen. We found in Attic speakers such as Demosthenes, Équsines, Iseus, Antifon, Xenophon and Lysias, characteristics that would define the feminine role in the polis, and the respective differences between the social groups. From this dichotomy, we seek to analyze the ways in which women expressed their sexuality in the space of oîkos, the Athenian house. In this privileged place, where we see the daily occurrence of female actions, we understand that the expected and idealized behavior was sometimes contested by them through inventive tactics. These actions, whether of an erotic or a sexual nature, could also be identified in iconographic representations of black and red figures in the passage of the IV and the 5th century. a.C.. Through these documents, we trace the feminine ways of doing, between tactics and controls, identifying a process of reassessment of how the conduct should be presented to the Athenian public. In forensic discourses we see the exaltation of citizen action and the disqualification of any noncitizen association with oíkos. Already the images of non-citizen pornographic content are suppressed to give space to citizen representations related to toilet and marriage, with emphasis on the presence of Eros. We perceive that the presence of deity functions as a "sensor" of control of the sexual practice of the citizen. However, at the same time we understand that it provides conditions for women citizens to suggest or express sexual interests through sexuality and eroticism353 f.NiteróiLima, Alexandre Carneiro CerqueiraMoraes, Alexandre Santos dePereira, Ana Paula LopesColombani, María CeciliaGonçalves, Talita Nunes SilvaSantos, Juliana Magalhães dos2020-04-22T13:57:35Z2020-04-22T13:57:35Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/13361Aluno de doutoradoopenAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-09-14T21:36:20Zoai:app.uff.br:1/13361Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202022-09-14T21:36:20Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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