A situação da classe trabalhadora ribeirinha na Bacia do Rio Doce: crime ambiental, luta de classes, trabalho e educação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Aquino, Mahalia Gomes de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/31557
Resumo: Fundamentada no materialismo histórico e dialético, a pesquisa tem como objetivo analisar a luta de classes na Bacia do Rio Doce após o crime ambiental que culminou com o rompimento da barragem de Fundão e com a liberação de seus rejeitos, em 05 de novembro de 2015, atingindo territórios ocupados, principalmente, por trabalhadores ribeirinhos. Após o rompimento, muitas mudanças ocorreram nesses territórios, sendo a maior delas gerada pelo impacto do fim das relações dos ribeirinhos com o Rio Doce e seus afluentes que foram contaminados pelo crime. Afinal, como é possível a um ribeirinho viver sem rio? A partir da pergunta, a pesquisa busca sustentar a tese de que, no contexto pesquisado, houve uma ruptura do metabolismo entre seres humanos e natureza. Na base dessa ruptura se encontram os crimes e as violências ambientais, que se constituem como mediação do capital para a desestruturação dos modos de vida de ribeirinhos, na medida em que retiram as condições de permanência dos sujeitos no território, que se torna expropriado e devastado. Porém, esse processo de dominação capitalista não se faz sem resistência. A pesquisa indica que o crime (acrescido cotidianamente da violência ambiental) repercutiu no aprofundamento da luta de classes entre trabalhadores ribeirinhos e as empresas criminosas (Samarco e suas mantenedoras Vale e BHP Billiton). Em contraposição aos programas de mitigação promovidos pela Fundação Renova junto às comunidades ribeirinhas, as práticas de educação ambiental crítica (EAC), mediadas pelo Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), constituem-se como forma de resistência, de reafirmação dos modos de vida e de luta pela permanência nos territórios historicamente ocupados pelos trabalhadores ribeirinhos.
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A partir da pergunta, a pesquisa busca sustentar a tese de que, no contexto pesquisado, houve uma ruptura do metabolismo entre seres humanos e natureza. Na base dessa ruptura se encontram os crimes e as violências ambientais, que se constituem como mediação do capital para a desestruturação dos modos de vida de ribeirinhos, na medida em que retiram as condições de permanência dos sujeitos no território, que se torna expropriado e devastado. Porém, esse processo de dominação capitalista não se faz sem resistência. A pesquisa indica que o crime (acrescido cotidianamente da violência ambiental) repercutiu no aprofundamento da luta de classes entre trabalhadores ribeirinhos e as empresas criminosas (Samarco e suas mantenedoras Vale e BHP Billiton). Em contraposição aos programas de mitigação promovidos pela Fundação Renova junto às comunidades ribeirinhas, as práticas de educação ambiental crítica (EAC), mediadas pelo Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), constituem-se como forma de resistência, de reafirmação dos modos de vida e de luta pela permanência nos territórios historicamente ocupados pelos trabalhadores ribeirinhos.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorBased on historical and dialectical materialism, the research aims to analyze the class struggle in the Doce River Basin after the environmental crime which culminated in the collapse of the Fundão dam and in the release of its tailings, on November 5th 2015, reaching territories occupied mainly by riverside workers. After the rupture, many changes occurred in these territories. The biggest of them was generated by the impact of the end of riverside communities' relations with the Doce River and its affluents, which were contaminated by the crime. After all, how is it possible for a riverside person to live without a river? Based on the question, the research seeks to support the thesis that, in the researched context, there was a rupture in the metabolism between human beings and nature. At the baseline of this rupture are crimes and environmental violence, which constitute capital's mediation for the disruption of the riverside people's ways of life as they withdraw the conditions for the subjects' permanence in the territory - a territory that becomes expropriated and devastated. However, this process of capitalist domination does not occur without resistance. The research indicates that the crime (in addition to daily environmental violence) had repercussions on the deepening of the class struggle between the riverside workers and the criminal companies (Samarco and its sponsors Vale and BHP Billiton). In contrast to the mitigation programs promoted by the Renova Foundation with the riverside communities, critical environmental education practices (EAC), mediated by the Movement of People Affected by Dams (MAB), constitute a form of resistance, of reaffirmation of ways of life and of fight for permanence in the territories historically occupied by riverside workers.225p.Tiriba, LiaBomfim, Alexandre Maia doLoureiro, Carlos Frederico BernardoNovaes, Henrique TahanAccioly, Inny BelloCamely, Nazira CorreaAquino, Mahalia Gomes de Carvalho2023-12-19T15:41:40Z2023-12-19T15:41:40Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfAQUINO, Mahalia Gomes de Carvalho. 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