A comuna de Paris de 1871: organização e ação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Valle, Camila Oliveira do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/30407
Resumo: A Comuna de Paris é feita contra o Estado Moderno, influenciando tanto o movimento dos trabalhadores como os teóricos do socialismo científico. Encerra o período formado pelas organizações clandestinas para iniciar o período das organizações de massa. Põe fim à Primeira Internacional. A Comuna é a antítese do Império, do executivo burocratizado, e exemplificaria o que seria a ditadura do proletariado. As condições pelas quais a França passava e o avanço de consciência dos trabalhadores permitiram que ela acontecesse. O governo de Defesa Nacional é formado após a queda de Napoleão, mas vai mostrando – com as derrotas na guerra - que sua preocupação é restabelecer a ordem interna, que significaria o retorno da monarquia. Por outro lado, os trabalhadores passam a se organizar para defender a república e a pátria, seja através de um comitê central des vingt arrondissements (depois delegação) baseado em comitês de vigilância e clubes, seja através da guarda nacional e seu comitê central. Diante de uma tentativa de desarmamento realizada pelo governo de Thiers, em 18 de março de 1871, os trabalhadores opõem-se às suas ordens e instalam-se no Hôtel-deville, iniciando o período conhecido como Comuna de Paris. O governo revolucionário da Comuna possuía um nível central, formado pela delegação e, depois, pelo comitê central da guarda nacional e, em seguida, pelo Conselho, que terá funções de legislativo e executivo, através da elaboração de decretos, além de realizar julgamentos. Organizava-se no nível dos arrondissements, onde suas atividades eram realizadas pelos comitês de vigilância, por membros do Conselho, da delegação ou indicados por eles, realizando atividades administrativas, civis e militares. E tinha como base os clubes e encontros públicos. A Comuna foi uma nova prática. Ela combateu o burocratismo e o parlamentarismo e deixou como lição que o estado burguês deve ser “quebrado” para que os trabalhadores possam tomar suas decisões no sentido do fim do Estado. Mas ela mostra a possibilidade e necessidade de um governo transitório dos trabalhadores e das classes subalternas após a destruição do Estado burguês, que ocorre diante da redução da complexidade na administração. Em guerra contra o governo de Thiers durante praticamente toda sua existência, a Comuna não foi um governo do terror, mas também exerceu a violência, em decorrência da própria necessidade de usá-la. Seu exército era formado pelo povo em armas, organizado na guarda nacional. Ela continha em si o socialismo, que é percebido não apenas nas medidas da comissão do trabalho, mas na relação entre eleitores e delegados, na utilização do mandato imperativo e no comprometimento que seus membros tinham para com seus princípios e valores
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O governo de Defesa Nacional é formado após a queda de Napoleão, mas vai mostrando – com as derrotas na guerra - que sua preocupação é restabelecer a ordem interna, que significaria o retorno da monarquia. Por outro lado, os trabalhadores passam a se organizar para defender a república e a pátria, seja através de um comitê central des vingt arrondissements (depois delegação) baseado em comitês de vigilância e clubes, seja através da guarda nacional e seu comitê central. Diante de uma tentativa de desarmamento realizada pelo governo de Thiers, em 18 de março de 1871, os trabalhadores opõem-se às suas ordens e instalam-se no Hôtel-deville, iniciando o período conhecido como Comuna de Paris. O governo revolucionário da Comuna possuía um nível central, formado pela delegação e, depois, pelo comitê central da guarda nacional e, em seguida, pelo Conselho, que terá funções de legislativo e executivo, através da elaboração de decretos, além de realizar julgamentos. Organizava-se no nível dos arrondissements, onde suas atividades eram realizadas pelos comitês de vigilância, por membros do Conselho, da delegação ou indicados por eles, realizando atividades administrativas, civis e militares. E tinha como base os clubes e encontros públicos. A Comuna foi uma nova prática. Ela combateu o burocratismo e o parlamentarismo e deixou como lição que o estado burguês deve ser “quebrado” para que os trabalhadores possam tomar suas decisões no sentido do fim do Estado. Mas ela mostra a possibilidade e necessidade de um governo transitório dos trabalhadores e das classes subalternas após a destruição do Estado burguês, que ocorre diante da redução da complexidade na administração. Em guerra contra o governo de Thiers durante praticamente toda sua existência, a Comuna não foi um governo do terror, mas também exerceu a violência, em decorrência da própria necessidade de usá-la. Seu exército era formado pelo povo em armas, organizado na guarda nacional. Ela continha em si o socialismo, que é percebido não apenas nas medidas da comissão do trabalho, mas na relação entre eleitores e delegados, na utilização do mandato imperativo e no comprometimento que seus membros tinham para com seus princípios e valoresThe Paris Commune is made against the Modern State, influencing as the labor movement as the theorists of scientific socialism. It closes the period formed by clandestine organizations and starts the period of the mass organizations. It ends the First International. The Commune is the antithesis of the Empire, the centralized executive, and exemplifies what would be the dictatorship of the proletariat. The conditions under which France passed and the advancement of workers' conscience will allow it to happen. The government of national defense is formed after the fall of Napoleon, but the defeats in the war will prove that his concern is to restore internal order, which would mean the return of the monarchy. On the other hand, workers start to organize themselves to defend the republic and the country, either through a central committee (after delegation) based on vigilance committees and clubs, either through the National Guard and its central committee. Thier’s government tries to disarm workers, on march 18, 1871 and they oppose his orders and settle in the Hôtel-de-ville, starting the period known as the Paris Commune. The revolutionary government of the Commune had a central level. First, it was the delegation, second the central committee of the national guard and then the Council. It has the level of arrondissements, whose organization was conducted by vigilance committees, by members of the Council delegation or indicated by them. And a base organization, formed by clubs and public meetings. The Commune was a new practice. It fought the bureaucracy and the parliamentarism and left as a lesson that the bourgeois state must be broken so that workers can exercise their government in order to end the state itself. It shows the possibility and the necessity of a transitional government of workers and subaltern classes after the destruction of the bourgeois state, which occurs with the reduction of complexity in the administration of things. The Commune was at war against the government of Thiers during almost its entire existence, but it was not a government of terror. They needed to use the violence. Its army continued to exist, now formed by organized armed people in the National Guard. The Commune contained the socialism that is perceived not only in the measurements of the commission's work, but the relationship between voters and delegates in the use of the imperative mandate and commitment that its members had for their principles and valuesLa Commune de Paris est faite contre l’État moderne, influençant le mouvement des travailleurs et les théoriciens du socialisme scientifique. Elle va mettre fin à la période formée par les organisations clandestines et à la Première Internationale. Après la Commune commence la période des organisations de masse. La Commune est l'antithèse de l'Empire, de l’exécutif bureaucratisé et illustre ce que serait la dictature du prolétariat. Les conditions dans lesquelles la France passait et l'avancement de la conscience ouvrière vont permettre l’existence de la Commune. Le Gouvernement de la Défense Nationale est formé après la chute de Napoléon, mais il va montrer - avec des défaites de la guerre - que son souci est de rétablir l'ordre intérieur, ce qui signifierait le retour de la monarchie. D'autre part, les travailleurs commencent à s'organiser pour défendre la république et la patrie. Ils forment un comité central (après appelé délégation) qui était fondée sur des comités de vigilance et des clubs et un comité central de la garde nationale. Quand le gouvernement de Thiers, le 18 mars 1871, essaye de désarmer les travailleurs, ils s'opposent à ses ordres et occupent l'Hôtel-de-ville. L’événement est le début de la période connue comme Commune de Paris. Le gouvernement révolutionnaire de la Commune avait un centre, ce serait la délégation et après le 18 mars le comité central de la garde nationale, puis le Conseil. Elle était organisée au niveau de l’arrondissement, dont l'organisation a été menée par des comités de vigilance, par des membres de la délégation ou du Conseil ou indiqués par eux. Elle avait un niveau de base, formée par des clubs et des réunions publiques. La Commune était une nouvelle pratique. La Commune a combattu la bureaucratie et la gauche parlementaire. Son expérience montre que l'État bourgeois doit être « cassé » afin que les travailleurs peuvent exercer leur gouvernement pour mettre fin à l'état luimême. Elle montre la possibilité et la nécessité d'un gouvernement de transition des travailleurs et des classes subalternes après la destruction de l’État bourgeois, qui se produit avec la réduction de la complexité de l'administration des choses. Dans la guerre contre le gouvernement de Thiers pendant presque toute son existence, la Commune n'était pas un gouvernement de terreur, mais elle a exercé la violence en raison de la nécessité. Son armée était formée par des travailleurs organisés dans la garde nationale. Elle contenait en elle-même le socialisme qui est perçu dans les mesures de la commission du travail et dans la relation entre les électeurs et les délégués, à l'utilisation du mandat impératif et dans l'engagement que ses membres avaient pour les principes et valeurs de la Commune335 p.Augusto, Claudio de Fariashttp://lattes.cnpq.br/9143019697734171Pasquino, Pasqualehttp://lattes.cnpq.br/2381256817336269Valle, Camila Oliveira do2023-09-18T16:49:23Z2023-09-18T16:49:23Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfVALLE, Camila Oliveira do. A comuna de Paris de 1871: organização e ação. 2013. 335 f. 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