Modificações no conceito de histeria: de Freud aos manuais de psiquiatria

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Paula, Marília Barroso de lattes
Orientador(a): Caropreso, Fátima Siqueira lattes
Banca de defesa: Simanke, Richard Theisen lattes, Martinez, José Roberto Barcos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1364
Resumo: As concepções de doença e saúde modificam-se com o passar do tempo, conforme padrões estabelecidos em cada época, considerando a perspectiva de cada período histórico. Estruturas que tinham seu significado estabelecido e revelado, hoje possuem outras denominações e fazem parte de outro entendimento de sujeito, como é o caso da histeria. Na Antiguidade, era relacionada às causas uterinas; após, na Idade Média, foi associada à bruxaria e punida pelos tribunais da Inquisição. No decorrer da história, foi considerada uma doença de simulação, caindo em descrédito. Enquanto categoria descritiva foi usada de diferentes formas através de períodos históricos e de contextos culturais diferentes. Charcot foi o primeiro a realizar estudos sistemáticos sobre tal patologia, tendo em vista descrever minuciosamente seus sintomas e delimitá-la enquanto entidade autônoma. Influenciado por Charcot, Freud se volta para a investigação da histeria e, a partir dela, formula as hipóteses centrais que irão compor a teoria psicanalítica. Ao longo de seus primeiros textos, Freud vai progressivamente demonstrando a origem psicogênica dos sintomas histéricos – distanciando-se de Charcot para quem a hereditariedade seria o fator etiológico central – e elucidando a complexidade dos fatores envolvidos em sua etiologia. Freud estudou profundamente a histeria e seus processos psicodinâmicos, desenvolvendo um vasto material sobre o assunto. Durante décadas, as ideias de Charcot e Freud predominaram na tentativa de explicar e compreender o sintoma na estrutura histérica, bem como os métodos de tratamentos possíveis. A partir de 1980, com a publicação do DSM-III, a concepção da doença histérica mudou radicalmente com o desenvolvimento de uma nosologia ligada à visão psiquiátrica, na qual a histeria perdeu seu sentido original, ramificando-se em diversos transtornos. Enquanto o termo histeria permanece de uso corriqueiro, o diagnóstico formal com o seu agrupamento específico de sinais e sintomas desapareceu no curso do século XX. A doença pode ter-se desvanecido, contudo, os seus sintomas não desapareceram. Passaram a ser descritos e enquadrados nos distúrbios dissociativos e somatoformes até a quarta edição do DSM e décima edição da CID. Atualmente, existem autores que defendem que a histeria também pode estar associada a outros diagnósticos, apresentada outras formas. Os sintomas histéricos são incluídos em quadros clínicos como as crises não epilépticas psicogênicas, fibromialgia, anorexia, bulimia e tantos outros.
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No decorrer da história, foi considerada uma doença de simulação, caindo em descrédito. Enquanto categoria descritiva foi usada de diferentes formas através de períodos históricos e de contextos culturais diferentes. Charcot foi o primeiro a realizar estudos sistemáticos sobre tal patologia, tendo em vista descrever minuciosamente seus sintomas e delimitá-la enquanto entidade autônoma. Influenciado por Charcot, Freud se volta para a investigação da histeria e, a partir dela, formula as hipóteses centrais que irão compor a teoria psicanalítica. Ao longo de seus primeiros textos, Freud vai progressivamente demonstrando a origem psicogênica dos sintomas histéricos – distanciando-se de Charcot para quem a hereditariedade seria o fator etiológico central – e elucidando a complexidade dos fatores envolvidos em sua etiologia. Freud estudou profundamente a histeria e seus processos psicodinâmicos, desenvolvendo um vasto material sobre o assunto. Durante décadas, as ideias de Charcot e Freud predominaram na tentativa de explicar e compreender o sintoma na estrutura histérica, bem como os métodos de tratamentos possíveis. A partir de 1980, com a publicação do DSM-III, a concepção da doença histérica mudou radicalmente com o desenvolvimento de uma nosologia ligada à visão psiquiátrica, na qual a histeria perdeu seu sentido original, ramificando-se em diversos transtornos. Enquanto o termo histeria permanece de uso corriqueiro, o diagnóstico formal com o seu agrupamento específico de sinais e sintomas desapareceu no curso do século XX. A doença pode ter-se desvanecido, contudo, os seus sintomas não desapareceram. Passaram a ser descritos e enquadrados nos distúrbios dissociativos e somatoformes até a quarta edição do DSM e décima edição da CID. Atualmente, existem autores que defendem que a histeria também pode estar associada a outros diagnósticos, apresentada outras formas. Os sintomas histéricos são incluídos em quadros clínicos como as crises não epilépticas psicogênicas, fibromialgia, anorexia, bulimia e tantos outros.The concepts of disease and health change over time according to standards set for each period of time, taking into account the perspective of the historical moment. Structures that once had their meaning revealed and settled now have different designations, and are part of a different understanding of subject, such as Hysteria. In ancient times it was related to the uterus. Following, in the middle age, it was related to witchcraft and punished by the Inquisition. Further it was considered a simulated sickness, making it to be discredited. As a descriptive category it was used in various ways through different cultural contexts and historical periods. Charcot was the first researcher to perform systematic studies about Hysteria with the purpose of carefully describing its symptoms and limiting it as an autonomous entity. Inspired by Charcot, Freud directed his attention to Hysteria and stated the first main points that would later constitute the Psychoanalytical Theory. In his early writings, Freud gradually proves the psychogenic origin of the symptoms - apart from Charcot's beliefs that the main reason for the development of Hysteria was heredity - clarifying the factors that constitute the disease's etiology. Freud studied deeply Hysteria and its psychodynamic processes, providing extensive material on the subject. The ideas from Charcot and Freud focused on attempting to explain the symptoms in the Hysterical structure as well as possible treatment methods. As of 1980, with the publication of DSM-III, the concept of Hysterical disease changed greatly, developing a new nosology from a psychiatric point of view in which it lost its original meaning and formed different disorders. Although the word Hysteria remains popular, the official diagnostics with its specific symptoms disappeared along the 20th. Century. The disease may have disappeared, however the symptoms are still present, being described as part of dissociative and somatoform disorders until the fourth edition of DSM and tenth edition of CID. Currently, some authors argue that Hysteria may be related to different diagnostics and otherwise presented. The hysterical symptoms are considered as part of psychogenic non-epileptic seizures, Fibromyalgia, Anorexia, Bulimia and many others.porUniversidade Federal de Juiz de ForaPrograma de Pós-graduação em PsicologiaUFJFBrasilICH – Instituto de Ciências HumanasCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIAHisteriaPsicopatologiaManuais de PsiquiatriaHysteriaPsychopathologyPsychiatric ManualsModificações no conceito de histeria: de Freud aos manuais de psiquiatriainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTEXTmariliabarrosodepaula.pdf.txtmariliabarrosodepaula.pdf.txtExtracted texttext/plain386085https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1364/3/mariliabarrosodepaula.pdf.txt62e52696cf05ade79abdd08dd6429ef2MD53THUMBNAILmariliabarrosodepaula.pdf.jpgmariliabarrosodepaula.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1263https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1364/4/mariliabarrosodepaula.pdf.jpg8671abbd6673cc4a4a46947cec6b5a11MD54ORIGINALmariliabarrosodepaula.pdfmariliabarrosodepaula.pdfapplication/pdf1050008https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1364/1/mariliabarrosodepaula.pdfb61c23abc36032093ca12fca3c2cf629MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1364/2/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD52ufjf/13642019-11-07 11:13:41.63oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/1364TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2019-11-07T13:13:41Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
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