“A tortura de Estela contada por Dilma”: memórias e discursos no jornal “Estado de Minas”

• Ano de defesa: 2015
• Autor(a) principal: Navarro, Daniella Lisieux de Oliveira
• Orientador(a): Musse, Christina Ferraz
• Banca de defesa: Silva, Marco Antônio Roxo da , Thome, Claudia de Albuquerque
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Comunicação
• Departamento: Faculdade de Comunicação Social
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Comunicação; Jornalismo impresso; Análise do discurso; Memória; Ditadura militar do Brasil; Communication; Print journalism; Discourse analysis; Memory; Military dictatorship in Brazil
• Área do conhecimento CNPq: Comunicação e Sociedade
• Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/173

Em junho de 2012 o jornal “Estado de Minas” iniciou a publicação da série de reportagens que deu origem a esta pesquisa. “A tortura de Estela contada por Dilma” foi publicada durante nove dias por este jornal e resgatou a memória da tortura em Minas Gerais. Além disso, a série revelou a existência de tais práticas na cidade de Juiz de Fora, fato nunca antes revelado oficialmente. Buscou-se, neste trabalho, compreender, por meio da Análise do Discurso Pecheutiana, como a imprensa discursa sobre a ditadura militar e como a rememoração deste período em Juiz de Fora reconstrói significados na memória do leitor. Detectou-se que há uma reafirmação do compromisso do jornalismo com a revelação de fatos ocultos da história do país por meio do resgate da memória. Além disso, verificou-se que há uma radicalização no discurso bem versus mal, onde a militância ativa contra a ditadura é retratada como totalmente boa, enquanto os militares aparecem como figuras exclusivamente más. Como a série apresenta como personagem principal a figura política de Dilma Rousseff, também foi possível detectar a existência de um olhar positivo do sujeito do discurso sobre a atual presidente do país, uma vez que ele entende que uma boa militante poderá ser uma boa governante. Por fim, evidenciou-se a dificuldade de se resgatar a memória do país por meio de depoimentos de sobreviventes, uma vez que a rememoração provoca o revivamento das dores do passado e, muitas vezes, aquelas pessoas que poderiam contribuir para o resgate de determinados períodos preferem não se sujeitar a certas emoções. Dessa forma, observou-se que o jornalismo, manifesto pelo gênero reportagem, é capaz de levar as memórias do país até os leitores de forma leve e, ao mesmo tempo, profunda. Temas não antes discutidos são apresentados aos leitores e conduzem à reflexão acerca do passado do país. Além disso, quando o jornalismo revela fatos não publicados por meios oficiais, ele instiga a abertura de discussões sobre determinados temas, seja por meio da repercussão em outras mídias, seja no cenário político.