O retorno do discurso religioso em Arthur Schopenhauer como expressão da limitação metafísica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Petrich, Lademir Renato lattes
Orientador(a): Dreher, Luís Henrique lattes
Banca de defesa: Araújo, Paulo Afonso de lattes, Pires, Frederico Pieper lattes, Souza, Jose Carlos Aguiar de lattes, Staudt, Leo Afonso lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1601
Resumo: A filosofia pós-kantiana viu-se no desafio de solucionar as dualidades oriundas da Crítica da Razão Pura e dar ao projeto crítico um aspecto positivo. Arthur Schopenhauer está inserido neste contexto, considerando a si mesmo o genuíno herdeiro de Kant e o único capaz de dar continuidade ao projeto crítico. Apoiando-se na primeira edição da Crítica, Schopenhauer se utiliza da distinção kantiana entre fenômeno e coisa-em-si para decifrar o “enigma do mundo”. A conclusão a que chega é a de que o mundo somente é compreendido a partir de duas verdades complementares: do ponto de vista gnosiológico, o mundo é representação; do ponto de vista metafísico, o mundo é Vontade. A Vontade se espelha no mundo objetivandose em inúmeros graus na natureza, dos quais o ser humano é sua cópia mais perfeita. É também no ser humano que a Vontade toma consciência de si e se descobre como fonte infindável de desejos, sendo a raiz de todo conflito e de todo sofrimento (é o pessimismo metafísico). É preciso haver uma redenção! A libertação é possível naqueles que têm o “conhecimento melhor”, de forma parcial na contemplação estética e definitivamente na negação da Vontade. No processo de descrição de seu sistema filosófico, Schopenhauer define o que pensa sobre as religiões e suas doutrinas. As religiões somente existem porque a maioria esmagadora da humanidade não tem capacidade filosófica. A estas pessoas é preciso uma linguagem mitológica e alegórica, típica das religiões. Neste sentido, as religiões se justificam em seu aspecto prático-consolatório, ficando em aberto a pergunta se seus benefícios compensam seus malefícios. Algo inusitado, no entanto, acontece quando Schopenhauer descreve o estado da negação da Vontade. Ao se chegar ao “nada”, Schopenhauer diz que é melhor remeter à linguagem dos santos e místicos do que elaborar um discurso filosófico com palavras fracas e débeis. Por que novamente recorrer à linguagem mitológica e alegórica? A explicação mais recorrente afirma que a metafísica de Schopenhauer, por se tratar de uma metafísica imanente (metafísica hermenêutica ou hermenêutica da existência), fica sem qualquer ponto de referência para elaborar um discurso no estado da negação da Vontade, pois para além do ser é impossível qualquer descrição da coisa-em-si. Apesar desta explicação ser bastante consistente, esta tese defende a hipótese de que a ausência de linguagem na negação da Vontade não é decorrente do ponto de chegada, o “nada”, mas sim do ponto de partida, que é o acesso metafísico. Schopenhauer chega ao conceito metafísico da Vontade através da autoconsciência do sujeito volitivo que se percebe como “querer”, sendo o desejo toda a sua essência. Porém, para as religiões o querer, tal qual descrito por Schopenhauer, é apenas a expressão do “ego” e não do “eu”. O “eu” em sua plenitude absorve todas as dualidades: querer/não querer; bem/mal; egoísmo/compaixão; etc. Desta forma, a porta de acesso à coisa-em-si está fragmentada em Schopenhauer, de maneira que a redenção precisou entrar “voando” em seu sistema filosófico e o tradicional problema do mal se transformou no “problema do bem”.
id UFJF_2f80ad982c19c9ab9a68dd990867f8fb
oai_identifier_str oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/1601
network_acronym_str UFJF
network_name_str Repositório Institucional da UFJF
repository_id_str
spelling Dreher, Luís Henriquehttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766247H2Araújo, Paulo Afonso dehttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766262Z6Pires, Frederico Pieperhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4777248H7Souza, Jose Carlos Aguiar dehttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767325P0Staudt, Leo Afonsohttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4778332J3http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4715713T1Petrich, Lademir Renato2016-07-01T19:25:45Z2016-05-192016-07-01T19:25:45Z2012-02-28https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1601A filosofia pós-kantiana viu-se no desafio de solucionar as dualidades oriundas da Crítica da Razão Pura e dar ao projeto crítico um aspecto positivo. Arthur Schopenhauer está inserido neste contexto, considerando a si mesmo o genuíno herdeiro de Kant e o único capaz de dar continuidade ao projeto crítico. Apoiando-se na primeira edição da Crítica, Schopenhauer se utiliza da distinção kantiana entre fenômeno e coisa-em-si para decifrar o “enigma do mundo”. A conclusão a que chega é a de que o mundo somente é compreendido a partir de duas verdades complementares: do ponto de vista gnosiológico, o mundo é representação; do ponto de vista metafísico, o mundo é Vontade. A Vontade se espelha no mundo objetivandose em inúmeros graus na natureza, dos quais o ser humano é sua cópia mais perfeita. É também no ser humano que a Vontade toma consciência de si e se descobre como fonte infindável de desejos, sendo a raiz de todo conflito e de todo sofrimento (é o pessimismo metafísico). É preciso haver uma redenção! A libertação é possível naqueles que têm o “conhecimento melhor”, de forma parcial na contemplação estética e definitivamente na negação da Vontade. No processo de descrição de seu sistema filosófico, Schopenhauer define o que pensa sobre as religiões e suas doutrinas. As religiões somente existem porque a maioria esmagadora da humanidade não tem capacidade filosófica. A estas pessoas é preciso uma linguagem mitológica e alegórica, típica das religiões. Neste sentido, as religiões se justificam em seu aspecto prático-consolatório, ficando em aberto a pergunta se seus benefícios compensam seus malefícios. Algo inusitado, no entanto, acontece quando Schopenhauer descreve o estado da negação da Vontade. Ao se chegar ao “nada”, Schopenhauer diz que é melhor remeter à linguagem dos santos e místicos do que elaborar um discurso filosófico com palavras fracas e débeis. Por que novamente recorrer à linguagem mitológica e alegórica? A explicação mais recorrente afirma que a metafísica de Schopenhauer, por se tratar de uma metafísica imanente (metafísica hermenêutica ou hermenêutica da existência), fica sem qualquer ponto de referência para elaborar um discurso no estado da negação da Vontade, pois para além do ser é impossível qualquer descrição da coisa-em-si. Apesar desta explicação ser bastante consistente, esta tese defende a hipótese de que a ausência de linguagem na negação da Vontade não é decorrente do ponto de chegada, o “nada”, mas sim do ponto de partida, que é o acesso metafísico. Schopenhauer chega ao conceito metafísico da Vontade através da autoconsciência do sujeito volitivo que se percebe como “querer”, sendo o desejo toda a sua essência. Porém, para as religiões o querer, tal qual descrito por Schopenhauer, é apenas a expressão do “ego” e não do “eu”. O “eu” em sua plenitude absorve todas as dualidades: querer/não querer; bem/mal; egoísmo/compaixão; etc. Desta forma, a porta de acesso à coisa-em-si está fragmentada em Schopenhauer, de maneira que a redenção precisou entrar “voando” em seu sistema filosófico e o tradicional problema do mal se transformou no “problema do bem”.The post-Kantian philosophy found itself at the challenge of solving the dualities arising from the Critique of Pure Reason and give the project a critical positive. Arthur Schopenhauer is inserted in this context, considering himself the true heir of Kant and the only one capable of continuing the critical project. Building on the first edition of the Critique, Schopenhauer uses the Kantian distinction between phenomenon and thing in itself to crack the "enigma of the world." The conclusion reached is that the world is understood only from two complementary truths: the epistemological point of view, the world is representation, from the metaphysical point of view, the world is Will. Will you look to the objective world into numerous degrees in nature, of which the human being is more perfect your copy. It is also the human being that Will becomes conscious of itself and unfolds as a source of endless desires, being the root of all conflict and all suffering (it is the metaphysical pessimism). There must be a redemption! The release is possible in those who have the "know better", partially in aesthetic contemplation and definitely in denial of the Will. In the process of describing his philosophical system, Schopenhauer defines what you think about religions and their doctrines. Religions exist only because the overwhelming majority of humanity has no philosophical capacity. These people need a mythological and allegorical language, typical of religions. In this sense, religion justified in its practical aspect, consolatory, leaving open the question whether their benefits outweigh their harms. Something unusual, however, happens when Schopenhauer describes the state of denial of the will. When you get to "nothing," Schopenhauer says it is better to refer to the language of the saints and mystics that elaborating a philosophical discourse with words weak and feeble. Why again resort to mythological and allegorical language? The applicant contends that explanation of Schopenhauer's metaphysics, because it was an immanent metaphysics (hermeneutics metaphysics or hermeneutics of existence) is no point of reference for preparing a speech on the state of denial of the will, because beyond being is impossible for any description of the thing in itself. Although this explanation is quite consistent, this thesis is the hypothesis that the absence of language in the denial of the will is not due to the arrival point, "nothing", but the starting point, that access is metaphysical. Schopenhauer comes to the metaphysical concept of the Will through the subject's volitional self that is perceived as "wanting", and desire all its essence. However, for religions to will, as described by Schopenhauer, is just the expression of "self" and not "I". The "I" in its fullness absorbs all dualities: wanting/not wanting, good/evil, egoism/compassion, etc.. Thus, the access door to the thing in itself is fragmented in Schopenhauer, so that redemption had come "flying" in his philosophical system and the traditional problem of evil has become the "good problem".porUniversidade Federal de Juiz de ForaPrograma de Pós-graduação em Ciência da ReligiãoUFJFBrasilICH – Instituto de Ciências HumanasCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::TEOLOGIAMetafísica da vontadePessimismoRedençãoReligiãoLinguagemMetaphysics of the willPessimismRedemptionReligionLanguageO retorno do discurso religioso em Arthur Schopenhauer como expressão da limitação metafísicainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTHUMBNAILlademirrenatopetrich.pdf TESE.pdf.jpglademirrenatopetrich.pdf TESE.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1142https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1601/4/lademirrenatopetrich.pdf%20TESE.pdf.jpg579d286bf624d8e8bc73d09fbc9d5f62MD54ORIGINALlademirrenatopetrich.pdf TESE.pdflademirrenatopetrich.pdf TESE.pdfapplication/pdf753889https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1601/1/lademirrenatopetrich.pdf%20TESE.pdf53aab563f1e0f89e474c1d19f93544e6MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1601/2/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD52TEXTlademirrenatopetrich.pdf TESE.pdf.txtlademirrenatopetrich.pdf TESE.pdf.txtExtracted texttext/plain406736https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1601/3/lademirrenatopetrich.pdf%20TESE.pdf.txtfa97a97907c81530c83b18a3a5c5b148MD53ufjf/16012019-11-07 11:13:13.624oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/1601TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2019-11-07T13:13:13Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O retorno do discurso religioso em Arthur Schopenhauer como expressão da limitação metafísica
title O retorno do discurso religioso em Arthur Schopenhauer como expressão da limitação metafísica
spellingShingle O retorno do discurso religioso em Arthur Schopenhauer como expressão da limitação metafísica
Petrich, Lademir Renato
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::TEOLOGIA
Metafísica da vontade
Pessimismo
Redenção
Religião
Linguagem
Metaphysics of the will
Pessimism
Redemption
Religion
Language
title_short O retorno do discurso religioso em Arthur Schopenhauer como expressão da limitação metafísica
title_full O retorno do discurso religioso em Arthur Schopenhauer como expressão da limitação metafísica
title_fullStr O retorno do discurso religioso em Arthur Schopenhauer como expressão da limitação metafísica
title_full_unstemmed O retorno do discurso religioso em Arthur Schopenhauer como expressão da limitação metafísica
title_sort O retorno do discurso religioso em Arthur Schopenhauer como expressão da limitação metafísica
author Petrich, Lademir Renato
author_facet Petrich, Lademir Renato
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Dreher, Luís Henrique
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766247H2
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Araújo, Paulo Afonso de
dc.contributor.referee1Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766262Z6
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Pires, Frederico Pieper
dc.contributor.referee2Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4777248H7
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Souza, Jose Carlos Aguiar de
dc.contributor.referee3Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767325P0
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Staudt, Leo Afonso
dc.contributor.referee4Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4778332J3
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4715713T1
dc.contributor.author.fl_str_mv Petrich, Lademir Renato
contributor_str_mv Dreher, Luís Henrique
Araújo, Paulo Afonso de
Pires, Frederico Pieper
Souza, Jose Carlos Aguiar de
Staudt, Leo Afonso
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::TEOLOGIA
topic CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::TEOLOGIA
Metafísica da vontade
Pessimismo
Redenção
Religião
Linguagem
Metaphysics of the will
Pessimism
Redemption
Religion
Language
dc.subject.por.fl_str_mv Metafísica da vontade
Pessimismo
Redenção
Religião
Linguagem
Metaphysics of the will
Pessimism
Redemption
Religion
Language
description A filosofia pós-kantiana viu-se no desafio de solucionar as dualidades oriundas da Crítica da Razão Pura e dar ao projeto crítico um aspecto positivo. Arthur Schopenhauer está inserido neste contexto, considerando a si mesmo o genuíno herdeiro de Kant e o único capaz de dar continuidade ao projeto crítico. Apoiando-se na primeira edição da Crítica, Schopenhauer se utiliza da distinção kantiana entre fenômeno e coisa-em-si para decifrar o “enigma do mundo”. A conclusão a que chega é a de que o mundo somente é compreendido a partir de duas verdades complementares: do ponto de vista gnosiológico, o mundo é representação; do ponto de vista metafísico, o mundo é Vontade. A Vontade se espelha no mundo objetivandose em inúmeros graus na natureza, dos quais o ser humano é sua cópia mais perfeita. É também no ser humano que a Vontade toma consciência de si e se descobre como fonte infindável de desejos, sendo a raiz de todo conflito e de todo sofrimento (é o pessimismo metafísico). É preciso haver uma redenção! A libertação é possível naqueles que têm o “conhecimento melhor”, de forma parcial na contemplação estética e definitivamente na negação da Vontade. No processo de descrição de seu sistema filosófico, Schopenhauer define o que pensa sobre as religiões e suas doutrinas. As religiões somente existem porque a maioria esmagadora da humanidade não tem capacidade filosófica. A estas pessoas é preciso uma linguagem mitológica e alegórica, típica das religiões. Neste sentido, as religiões se justificam em seu aspecto prático-consolatório, ficando em aberto a pergunta se seus benefícios compensam seus malefícios. Algo inusitado, no entanto, acontece quando Schopenhauer descreve o estado da negação da Vontade. Ao se chegar ao “nada”, Schopenhauer diz que é melhor remeter à linguagem dos santos e místicos do que elaborar um discurso filosófico com palavras fracas e débeis. Por que novamente recorrer à linguagem mitológica e alegórica? A explicação mais recorrente afirma que a metafísica de Schopenhauer, por se tratar de uma metafísica imanente (metafísica hermenêutica ou hermenêutica da existência), fica sem qualquer ponto de referência para elaborar um discurso no estado da negação da Vontade, pois para além do ser é impossível qualquer descrição da coisa-em-si. Apesar desta explicação ser bastante consistente, esta tese defende a hipótese de que a ausência de linguagem na negação da Vontade não é decorrente do ponto de chegada, o “nada”, mas sim do ponto de partida, que é o acesso metafísico. Schopenhauer chega ao conceito metafísico da Vontade através da autoconsciência do sujeito volitivo que se percebe como “querer”, sendo o desejo toda a sua essência. Porém, para as religiões o querer, tal qual descrito por Schopenhauer, é apenas a expressão do “ego” e não do “eu”. O “eu” em sua plenitude absorve todas as dualidades: querer/não querer; bem/mal; egoísmo/compaixão; etc. Desta forma, a porta de acesso à coisa-em-si está fragmentada em Schopenhauer, de maneira que a redenção precisou entrar “voando” em seu sistema filosófico e o tradicional problema do mal se transformou no “problema do bem”.
publishDate 2012
dc.date.issued.fl_str_mv 2012-02-28
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2016-07-01T19:25:45Z
dc.date.available.fl_str_mv 2016-05-19
2016-07-01T19:25:45Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1601
url https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1601
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Juiz de Fora
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFJF
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv ICH – Instituto de Ciências Humanas
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Juiz de Fora
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFJF
instname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
instacron:UFJF
instname_str Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
instacron_str UFJF
institution UFJF
reponame_str Repositório Institucional da UFJF
collection Repositório Institucional da UFJF
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1601/4/lademirrenatopetrich.pdf%20TESE.pdf.jpg
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1601/1/lademirrenatopetrich.pdf%20TESE.pdf
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1601/2/license.txt
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1601/3/lademirrenatopetrich.pdf%20TESE.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 579d286bf624d8e8bc73d09fbc9d5f62
53aab563f1e0f89e474c1d19f93544e6
43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9b
fa97a97907c81530c83b18a3a5c5b148
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1798039784237563904