Mercantilização da linguagem no ensino de inglês
Ano de defesa: | 2022 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
|
Departamento: |
Faculdade de Letras
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15071 |
Resumo: | Este trabalho tem o objetivo de avaliar elementos norteadores de minha prática docente no ensino de língua inglesa em cursos livres, tendo como problema central a constatação de que reflexões pertinentes à nossa realidade local são negligenciadas ou francamente apagadas do trabalho em sala de aula. Partindo da premissa de que, no contexto socioeconômico neoliberal da atualidade, recursos linguísticos podem ser comercializados como um produto em troca de capital (HELLER, 2010; PARK, 2010; 2011; 2015), busco compreender quais características constroem a língua inglesa como um produto passível de ser mercantilizado, tomando como evidências minhas experiências em cursos de idiomas locais. Os dados empíricos para estas reflexões são apresentados através de narrativas autoetnográficas (ANDERSON, 2006) em cada capítulo. Em primeiro lugar, através das lentes da Filosofia da linguagem ordinária de L. Wittgenstein (1999[1953]), investigo como o ensino de inglês tem seus entendimentos sobre a natureza da linguagem e sobre o que seria aprender e usar uma língua fundamentados em uma ideologia de linguagem (BLOMMAERT, 2006) sistêmica, representacionista e essencialista. Em seguida, verifico como tais crenças e discursos (FOUCAULT, 2008a[1969]) que reproduzimos sobre a língua inglesa como um sistema simbólico e competência natural de determinado povo em determinado território, e sobre como ensiná-la e como aprendê-la denunciam uma colonialidade do saber (LANDER, 2005; MIGNOLO, 2005; QUIJANO, 2005; 2010), haja vista que todos os materiais que usamos no ensino, assim como cursos de treinamento de professores e certificações legitimadoras de proficiência linguística, são produções da indústria linguística europeia que consumimos ávida e acriticamente. Finalmente, no contexto da modernidade recente em que relações profissionais e sociais são orientadas pela ideologia neoliberal (FOUCAULT, 2008b; HAN, 2020; HARVEY, 2005), observo como a língua inglesa é construída discursivamente como uma habilidade valorizada para a elevação do capital humano dos indivíduos (PARK, 2015; URCIUOLI, 2008) e quais contribuições são dadas pelo ensino de inglês para a formação dos sujeitos (FREIRE, 2021[1968]; PENNYCOOK, 2001; 2017). Como resultado dessas análises, defendo que a mercantilização da língua inglesa atende exclusivamente a objetivos econômicos imediatistas, dissimula as reais condições de aprendizagem do idioma e seu papel nas relações sociais, culturais, profissionais e econômicas, e contribui para a formação de sujeitos individualistas e competitivos; sustento, de modo mais geral, que um ensino orientado por princípios mercadológicos, que privilegia uma prática de aprendizagem pela qual o conhecimento é visto como descontextualizado das relações socioculturais e políticas em que existe, não contribuipara a formação de sujeitos críticos (PENNYCOOK, 2001; 2017), isto é, indivíduos que, mediante constantes problematizações e reavaliações de suas crenças e de relações de poder e de conhecimento, poderiam agir em coesão com os grupos sociais aos quais pertencem para transformar sua realidade. |
id |
UFJF_3328e591a807e65346649a2bdd1bf7c2 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/15071 |
network_acronym_str |
UFJF |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFJF |
repository_id_str |
|
spelling |
El-Jaick, Ana Paulahttps://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.doCadilhe, Alexandre Joséhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.doSalgado, Ana Cláudia Petershttps://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.doSilva, Daniel do Nascimento ehttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.dohttps://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.doServelati, Fabrício Côrtes2023-02-13T14:20:32Z2023-02-132023-02-13T14:20:32Z2022-12-14https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15071Este trabalho tem o objetivo de avaliar elementos norteadores de minha prática docente no ensino de língua inglesa em cursos livres, tendo como problema central a constatação de que reflexões pertinentes à nossa realidade local são negligenciadas ou francamente apagadas do trabalho em sala de aula. Partindo da premissa de que, no contexto socioeconômico neoliberal da atualidade, recursos linguísticos podem ser comercializados como um produto em troca de capital (HELLER, 2010; PARK, 2010; 2011; 2015), busco compreender quais características constroem a língua inglesa como um produto passível de ser mercantilizado, tomando como evidências minhas experiências em cursos de idiomas locais. Os dados empíricos para estas reflexões são apresentados através de narrativas autoetnográficas (ANDERSON, 2006) em cada capítulo. Em primeiro lugar, através das lentes da Filosofia da linguagem ordinária de L. Wittgenstein (1999[1953]), investigo como o ensino de inglês tem seus entendimentos sobre a natureza da linguagem e sobre o que seria aprender e usar uma língua fundamentados em uma ideologia de linguagem (BLOMMAERT, 2006) sistêmica, representacionista e essencialista. Em seguida, verifico como tais crenças e discursos (FOUCAULT, 2008a[1969]) que reproduzimos sobre a língua inglesa como um sistema simbólico e competência natural de determinado povo em determinado território, e sobre como ensiná-la e como aprendê-la denunciam uma colonialidade do saber (LANDER, 2005; MIGNOLO, 2005; QUIJANO, 2005; 2010), haja vista que todos os materiais que usamos no ensino, assim como cursos de treinamento de professores e certificações legitimadoras de proficiência linguística, são produções da indústria linguística europeia que consumimos ávida e acriticamente. Finalmente, no contexto da modernidade recente em que relações profissionais e sociais são orientadas pela ideologia neoliberal (FOUCAULT, 2008b; HAN, 2020; HARVEY, 2005), observo como a língua inglesa é construída discursivamente como uma habilidade valorizada para a elevação do capital humano dos indivíduos (PARK, 2015; URCIUOLI, 2008) e quais contribuições são dadas pelo ensino de inglês para a formação dos sujeitos (FREIRE, 2021[1968]; PENNYCOOK, 2001; 2017). Como resultado dessas análises, defendo que a mercantilização da língua inglesa atende exclusivamente a objetivos econômicos imediatistas, dissimula as reais condições de aprendizagem do idioma e seu papel nas relações sociais, culturais, profissionais e econômicas, e contribui para a formação de sujeitos individualistas e competitivos; sustento, de modo mais geral, que um ensino orientado por princípios mercadológicos, que privilegia uma prática de aprendizagem pela qual o conhecimento é visto como descontextualizado das relações socioculturais e políticas em que existe, não contribuipara a formação de sujeitos críticos (PENNYCOOK, 2001; 2017), isto é, indivíduos que, mediante constantes problematizações e reavaliações de suas crenças e de relações de poder e de conhecimento, poderiam agir em coesão com os grupos sociais aos quais pertencem para transformar sua realidade.This study aims to evaluate guiding elements of my English teaching practice in language schools, having as a central problem the observation that assessments of our local reality are neglected or altogether omitted from the work in the classroom. Starting from the premise that, in the current neoliberal socioeconomic context, linguistic resources can be marketed as a product in exchange for capital (HELLER, 2010; PARK, 2010; 2011; 2015), I seek to understand which characteristics construct the English language as a product or commodity, having my teaching experiences in local language courses as empirical evidence. The data to be analyzed here are presented through autoethnographic narratives (ANDERSON, 2006) in each chapter. Firstly, from the theoretical perspective of L. Wittgenstein's Philosophy of Ordinary Language (1999[1953]), I investigate how the teaching of English has its understanding of the nature of language and of what it would be like to learn and to use a language based on a systemic, representationalist and essentialist language ideology (BLOMMAERT, 2006). Secondly, I examine how such beliefs and discourses (FOUCAULT, 2008a[1969]) that we reproduce about the English language as a symbolic system and a natural competence of a certain people and territory, along with the discourses about how to teach it and how to learn it, reveal fundamental characteristics of coloniality of knowledge (LANDER, 2005; MIGNOLO, 2005; QUIJANO, 2005; 2010), given that all the materials we use in teaching, as well as teacher training courses and certifications that legitimize language proficiency, are productions of the European language industry that we consume avidly and uncritically. Finally, in the context of recent modernity in which professional and social relations are guided by the neoliberal ideology (FOUCAULT, 2008b; HAN, 2020; HARVEY, 2005), I observe how the English language is discursively constructed as a valuable skill for raising human capital of individuals (PARK, 2015; URCIUOLI, 2008) and what contributions are made by English language teaching to the formation of subjects (FREIRE, 2021[1968]; PENNYCOOK, 2001; 2017). As a result of these analyses, I contend that the commodification of English exclusively serves immediate economic objectives, conceals the real conditions of language learning and its role in social, cultural, professional and economic relations, and contributes to the formation of individualistic and competitive subjects; broadly speaking, I claim that an education grounded on market principles, which privileges learning practices whereby knowledge is perceived as disconnected from the sociocultural and political context in which it exists, does not contribute to the formation of critical subjects (PENNYCOOK, 2001; 2017), that is, individuals who, upon constant re-assessments of theirbeliefs and of relations of power and knowledge, would be able to take informed action in coherence with the social groups to which they belong in order to transform their reality.FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Letras: LinguísticaUFJFBrasilFaculdade de LetrasAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICAMercantilização da linguagemEnsino de inglêsNeoliberalismoFilosofia da linguagem ordináriaColonialidade do saberCommodification of languageEnglish language teachingNeoliberalismPhilosophy of ordinary languageColoniality of knowledgeMercantilização da linguagem no ensino de inglêsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFORIGINALfabriciocortesservelati.pdffabriciocortesservelati.pdfapplication/pdf1123187https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15071/1/fabriciocortesservelati.pdf503191308d3f6e122f4e9f63f2097872MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15071/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15071/3/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD53TEXTfabriciocortesservelati.pdf.txtfabriciocortesservelati.pdf.txtExtracted texttext/plain255516https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15071/4/fabriciocortesservelati.pdf.txt13e7f3d8ad1795d0cbe0e5333879387cMD54THUMBNAILfabriciocortesservelati.pdf.jpgfabriciocortesservelati.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1175https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15071/5/fabriciocortesservelati.pdf.jpge173d77b30df37d621ce2d0c64ffb47aMD55ufjf/150712023-02-14 04:15:11.834oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/15071Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2023-02-14T06:15:11Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Mercantilização da linguagem no ensino de inglês |
title |
Mercantilização da linguagem no ensino de inglês |
spellingShingle |
Mercantilização da linguagem no ensino de inglês Servelati, Fabrício Côrtes CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA Mercantilização da linguagem Ensino de inglês Neoliberalismo Filosofia da linguagem ordinária Colonialidade do saber Commodification of language English language teaching Neoliberalism Philosophy of ordinary language Coloniality of knowledge |
title_short |
Mercantilização da linguagem no ensino de inglês |
title_full |
Mercantilização da linguagem no ensino de inglês |
title_fullStr |
Mercantilização da linguagem no ensino de inglês |
title_full_unstemmed |
Mercantilização da linguagem no ensino de inglês |
title_sort |
Mercantilização da linguagem no ensino de inglês |
author |
Servelati, Fabrício Côrtes |
author_facet |
Servelati, Fabrício Côrtes |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
El-Jaick, Ana Paula |
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv |
https://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do |
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv |
Cadilhe, Alexandre José |
dc.contributor.advisor-co1Lattes.fl_str_mv |
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Salgado, Ana Cláudia Peters |
dc.contributor.referee1Lattes.fl_str_mv |
https://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Silva, Daniel do Nascimento e |
dc.contributor.referee2Lattes.fl_str_mv |
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do |
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv |
https://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Servelati, Fabrício Côrtes |
contributor_str_mv |
El-Jaick, Ana Paula Cadilhe, Alexandre José Salgado, Ana Cláudia Peters Silva, Daniel do Nascimento e |
dc.subject.cnpq.fl_str_mv |
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA |
topic |
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA Mercantilização da linguagem Ensino de inglês Neoliberalismo Filosofia da linguagem ordinária Colonialidade do saber Commodification of language English language teaching Neoliberalism Philosophy of ordinary language Coloniality of knowledge |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Mercantilização da linguagem Ensino de inglês Neoliberalismo Filosofia da linguagem ordinária Colonialidade do saber Commodification of language English language teaching Neoliberalism Philosophy of ordinary language Coloniality of knowledge |
description |
Este trabalho tem o objetivo de avaliar elementos norteadores de minha prática docente no ensino de língua inglesa em cursos livres, tendo como problema central a constatação de que reflexões pertinentes à nossa realidade local são negligenciadas ou francamente apagadas do trabalho em sala de aula. Partindo da premissa de que, no contexto socioeconômico neoliberal da atualidade, recursos linguísticos podem ser comercializados como um produto em troca de capital (HELLER, 2010; PARK, 2010; 2011; 2015), busco compreender quais características constroem a língua inglesa como um produto passível de ser mercantilizado, tomando como evidências minhas experiências em cursos de idiomas locais. Os dados empíricos para estas reflexões são apresentados através de narrativas autoetnográficas (ANDERSON, 2006) em cada capítulo. Em primeiro lugar, através das lentes da Filosofia da linguagem ordinária de L. Wittgenstein (1999[1953]), investigo como o ensino de inglês tem seus entendimentos sobre a natureza da linguagem e sobre o que seria aprender e usar uma língua fundamentados em uma ideologia de linguagem (BLOMMAERT, 2006) sistêmica, representacionista e essencialista. Em seguida, verifico como tais crenças e discursos (FOUCAULT, 2008a[1969]) que reproduzimos sobre a língua inglesa como um sistema simbólico e competência natural de determinado povo em determinado território, e sobre como ensiná-la e como aprendê-la denunciam uma colonialidade do saber (LANDER, 2005; MIGNOLO, 2005; QUIJANO, 2005; 2010), haja vista que todos os materiais que usamos no ensino, assim como cursos de treinamento de professores e certificações legitimadoras de proficiência linguística, são produções da indústria linguística europeia que consumimos ávida e acriticamente. Finalmente, no contexto da modernidade recente em que relações profissionais e sociais são orientadas pela ideologia neoliberal (FOUCAULT, 2008b; HAN, 2020; HARVEY, 2005), observo como a língua inglesa é construída discursivamente como uma habilidade valorizada para a elevação do capital humano dos indivíduos (PARK, 2015; URCIUOLI, 2008) e quais contribuições são dadas pelo ensino de inglês para a formação dos sujeitos (FREIRE, 2021[1968]; PENNYCOOK, 2001; 2017). Como resultado dessas análises, defendo que a mercantilização da língua inglesa atende exclusivamente a objetivos econômicos imediatistas, dissimula as reais condições de aprendizagem do idioma e seu papel nas relações sociais, culturais, profissionais e econômicas, e contribui para a formação de sujeitos individualistas e competitivos; sustento, de modo mais geral, que um ensino orientado por princípios mercadológicos, que privilegia uma prática de aprendizagem pela qual o conhecimento é visto como descontextualizado das relações socioculturais e políticas em que existe, não contribuipara a formação de sujeitos críticos (PENNYCOOK, 2001; 2017), isto é, indivíduos que, mediante constantes problematizações e reavaliações de suas crenças e de relações de poder e de conhecimento, poderiam agir em coesão com os grupos sociais aos quais pertencem para transformar sua realidade. |
publishDate |
2022 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2022-12-14 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2023-02-13T14:20:32Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2023-02-13 2023-02-13T14:20:32Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15071 |
url |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15071 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFJF |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
Faculdade de Letras |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFJF instname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) instacron:UFJF |
instname_str |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) |
instacron_str |
UFJF |
institution |
UFJF |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFJF |
collection |
Repositório Institucional da UFJF |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15071/1/fabriciocortesservelati.pdf https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15071/2/license_rdf https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15071/3/license.txt https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15071/4/fabriciocortesservelati.pdf.txt https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/15071/5/fabriciocortesservelati.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
503191308d3f6e122f4e9f63f2097872 e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 13e7f3d8ad1795d0cbe0e5333879387c e173d77b30df37d621ce2d0c64ffb47a |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1793962453713813504 |