A proposta curricular para o ensino fundamental de nove anos e a prática docente: um estudo sobre a Rede Municipal de Juiz de Fora

• Ano de defesa: 2017
• Autor(a) principal: Mendonça, Márcia Cristina Meneghin
• Orientador(a): Moreira, Antonio Flávio Barbosa
• Banca de defesa: Garcia, Pedro Benjamim , Oliveira, Carlos Eduardo Rebuá , Carvalho, Marlene Alves de Oliveira , Souza, Maria Inês Marcondes de
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Católica de Petrópolis (UCP)
• Programa de Pós-Graduação: -
• Departamento: -
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Currículo; Análises de políticas; Trabalho docente; Curriculum; Policy analysis; Teaching practice
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
• Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6570

Esta pesquisa busca analisar as repercussões da Proposta Curricular da Rede Municipal de Juiz de Fora no trabalho dos professores do segundo segmento do Ensino Fundamental, indagando como esse trabalho está se configurando, se organizando e se concretizando no interior de uma escola da rede, em especial uma escola de qualidade. Seu objetivo é identificar as transformações e permanências ocorridas no exercício docente, após a elaboração e publicação da nova Proposta Curricular. Realiza um estudo de caso que utiliza na coleta de dados a observação da rotina escolar dentro e fora da sala de aula, a análise documental e entrevista. Esta pesquisa discute a problemática anunciada com base nos estudos sobre currículo e políticas educacionais. Para esta análise utiliza os contextos primários da abordagem do ciclo de políticas desenvolvida por Richard Bowe, Stephen Ball e Anne Gold, ou seja, o contexto de influência, o contexto da produção de texto e, em especial, o contexto da prática. Como referencial teórico, utilizou-se das contribuições de Chevallard, Giroux, Gimeno Sacristán, Moreira, Nóvoa, Silva e Young. As análises indicam que a Proposta Curricular contou com a colaboração dos professores para sua elaboração aos moldes de outras instâncias governamentais. No entanto, por não haver outras medidas que colaborassem com a implementação da Proposta Curricular, foi observada grande vulnerabilidade na garantia de sua utilização, o que acabou por influenciar ainda mais na forma como os professores interpretam e constroem significados sobre o texto curricular. Destacam-se, no documento da Proposta Curricular, suas potencialidades, bem como fragilidades. Identifica-se a naturalização de estratégias de controle voltadas ao monitoramento dos resultados das avaliações externas. Ainda assim, os dados apontam que o planejamento pedagógico tem sido o principal recurso para as reflexões a cerca da Proposta Curricular e este tem sido também o processo que mais tem fortalecido a autonomia docente e o que mais tem subsidiado ações de mudança na prática educativa. A autonomia dos professores tem sido preservada, alimentando-se de conhecimentos curriculares pré-existentes e das suas experiências educacionais anteriores, permitindo que seja muito mais o professor e muito menos a Proposta Curricular e o livro didático (nesta ordem) os grandes influenciadores da prática da sala de aula. Ainda assim há necessidade de reelaboração da proposta curricular e um empenho maior da Secretaria de Educação no sentido de auxiliar os professores no trabalho com a Proposta Curricular, tendo em vista a complexidade do ambiente da sala de aula.