Substituição de milho por glicerina bruta na dieta de bovinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Lima, Ronaldo Francisco de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS
DZO - Programa de Pós-graduação
UFLA
BRASIL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufla.br/jspui/handle/1/9533
Resumo: Tese apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, área de concentração em Nutrição e Produção Animal, para obtenção do título de Doutor.
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spelling Substituição de milho por glicerina bruta na dieta de bovinosBiodieselBovinosGlicerolGlicoseMetanolBiodieselBovineGlucoseGlycerolMethanolCNPQ_NÃO_INFORMADOTese apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, área de concentração em Nutrição e Produção Animal, para obtenção do título de Doutor.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)Nutrição e Produção de RuminantesO glicerol na glicerina de biodiesel pode substituir o amido de milhocomo substrato energéticopara ruminantes. Avaliou-se a glicerina bruta, rica em metanol (7,3% de metanol e 70,2% de MS na MN), na alimentação de bovinos. No Experimento 1, 36 novilhas mestiças Holandês-Zebu (177±56 kg)foram alimentadas com 0% (T0), 5,6% (T6) ou 11,9% (T12) de glicerina bruta na MS da dieta, e 15,2%, 7,8% ou 0%de milho finamente moído, respectivamente. A composição das dietas foi (% da MS): 69,6±1,3 de silagem de cana de açúcar, 14,2±0,3 de farelo de soja,1,0 de ureia,12,6±0,4 de PB e 49,0±0,7 de FDN.As novilhasforam blocadas pelo peso vivo e receberam um tratamento por 91 d, após um período de padronização de 14 d. Os dados foram obtidos ao longo do tempo e o valor da mesma variável no final do período de padronização foi usado como covariável no modelo estatístico. Contrastes linear (T0 vs. T12) e quadrático (T6 vs. T0+T12) compararam tratamentos. Aumento no teor de glicerina na dieta induziu queda linear no consumo de MS (CMS) nos dois primeiros dias do período experimental (P<0,05), e tendência de queda quadrática no CMS (P=0,13) e no consumo de MO digestível (P=0,10) ao longo do experimento.A glicerina reduziu de forma quadrática o peso vivo ajustado para o peso no final do período de padronização (P=0,03), o perímetro torácico (P=0.09) e o escore de condição corporal (P=0.02), mas não houve efeito detectável sobre o ganho de peso (P>0,38):306 g/d no T0, 343 g/d no T6 e 254 g/d no T12. Houve tendências de variação quadrática (0,10<P<0,15) nas digestibilidades aparentes no trato digestivo total da MS, MO e FDN, maioresno T6 e menores no T0. O pH ruminal aumentou (P<0,01) e o teor de protozoários no fluído foi reduzido (P=0,07) pela glicerina, ambos de forma linear. Não houve efeito de tratamento sobre a relação entre o teor de alantoína e o de creatinina na urina (P>0,49). O menor teor de N-ureico no plasma foi observado no T6 e o maior no T0 (P=0,05 para contraste quadrático). A glicerina reduziu linearmente o teor de glicose no plasma sanguíneo (P=0,02) e aumentou os teores de metanol (P=0,02) e formato (P<0,01). Houve tendência de queda linear no teor plasmático da enzima aspartatoaminotransferase com maior teor de glicerina na dieta (P=0,13), sem afetar a gamaglutamiltransferase (P>0,26). Os tempos diários de ruminação e de mastigação foram maiores no T6 e menores no T0 (P<0,05 para contraste quadrático), mas a atividade mastigatória por unidade de CMS não diferiu entre tratamentos (P>0,35). Houve variação linear em parâmetros descrevendo o balanço ácido-básico do sangue venoso, sugerindo que a glicerina induziu acidose metabólica. O Experimento 2 avaliou parâmetros ruminais e sanguíneos de vacas não lactantes após a infusão matinal pela cânula ruminal (0,5% do peso vivo) de milho finamente moído (M), milho moído, reidratado e ensilado (MR), glicerol puro (G) ou glicerol com 7,2% de metanol (GM). Glúten de milho foi acrescido aos tratamentos G e GM para obter o mesmo teor de N de M e MR. Quatro vacas mestiças Holandês-Zebu (576±35 kg) receberam uma sequência dos tratamentos em Quadrado Latino 4 x 4 com períodos de 5 d. Amostras do sangue jugular e do fluído ruminal foram obtidas simultaneamente a intervalos de 2 h por 24 h após as infusões. Contrastes avaliaram tratamentos: C1=M+MR vs. G+GM, C2= G vs. GM,e C3=M vs. MR. O CMS foi 17,6 kg/d no M, 17,0 kg/d no MR, 15,2 kg/dno G e 15,2 kg/d no GM (P=0,03 para C1). A degradação ruminal in situda MS de alfafa, silagem de milho, silagem de cana e tiftonem 6, 12 e 24 hde incubação foi inibida pela glicerina (P<0,01 para C1). O pH ruminalmédio (P=0,12 para C1) e máximo (P=0,04 para C1) foram menores no milho do que no glicerol. O glicerol aumentou os teores de amônia no rúmen 6 e 8 h após a infusão e o de N-ureico no plasma 8, 12, 14, 16 e 20 h, mas o glicerol reduziu a amôniaruminal 2 h após a infusão (P<0,01 para C1). O teor de glicose no plasma foi aumentado pelo glicerol, devido ao maior teor 2, 4 e 6 h após as infusões (P<0,01 para C1).Não houve efeito sobre parâmetros sanguíneos descrevendo o balanço ácido-básico do sangue venoso (P>0,25). A substituição de milho por glicerina bruta na dieta de novilhas reduziu o teor plasmático de glicose, enquanto a infusão de glicerol no rúmen de vacasaumentou a glicose no plasma. Não foram observados sintomas clínicos de intoxicação por metanol quando novilhas foram alimentadas com glicerina bruta por 91 dias (224 mg de metanol/kg de peso vivo) ou vacas receberam infusões de glicerol e metanol no rúmen (207 mg de metanol/kg de peso vivo). A substituição parcial de milho por glicerina bruta foi uma alternativa viável, mas a substituição completa deprimiu o consumo e o desempenho de novilhas.Glycerol in glycerin from biodiesel can substitute corn starch as an energy source for ruminants. We evaluated methanol rich, crude glycerin (7.3% methanol and 70.2% DM, as fed basis) as bovine feed. In Experiment 1, 36 Holstein-Zebu crossbred heifers (177 ± 56 kg) were fed 0% (T0), 5.6% (T6), or 11.9% (T12) of crude glycerin in diet DM, and 15.2%, 7.8% or 0% of finely ground corn, respectively. Diets composition were (% of DM): 69.6 ± 1.3 of sugarcane silage, 14.2 ± 0.3 of soybean meal, 1.0of urea, 12.6 ± 0.4 of CP, and 49.0 ± 0.7 of NDF. Heifers were blocked by body weight and received a treatment for 91 d, after a 14-dstandardization period. Data were obtained over time and the value of the same variable at the end of the standardization period was used as covariate in the statistical model. Linear (T0 vs. T12) and quadratic (T6 vs. T0 + T12) contrasts compared treatments. Increasing dietary glycerin content induced a linear decrease in DM intake (DMI) in the first two days of the experimental period (P<0.05), and a quadratic trend for decline in DMI (P=0.13) and digestible OM intake (P=0.10) throughout the experiment. Glycerin quadratically reduced body weight adjusted for the weight at the end of the standardization period (P=0.03), girth circumference (P=0.09), and body condition score (P=0.02), but had no detectable effect on weight gain (P>0.38): 306 g/d on T0, 343 g/d on T6, and 254 g/d on T12. There were trends for quadratic variation (0.10<P<0.15)in total tract apparent digestibility of DM, OM, and NDF, highest on T6 and lowest on T0. Ruminal pH increased (P<0.01) and the content of protozoa in the fluid was reduced (P=0.07) by glycerin, both linearly. There was no effect of treatment on the ratio between the content of allantoin and creatinine in urine (P>0.49). The lowest content of plasma urea-N was observed on T6 and the highest was on T0 (P=0.05 for quadratic contrast). Glycerin linearly reduced the content of blood plasma glucose (P=0.02) and increased the contents of methanol (P=0.02) and formate (P<0.01). There was a trend fora linear decrease in the plasma content of the enzyme aspartate aminotransferase with increased content of glycerin in the diet (P=0.13), with no effect on gamma glutamyltransferase (P>0.26). Rumination and chewing time per day were highest on T6 and lowest on T0 (P<0.05 for quadratic contrast), but chewing activity per unit of DMI did not differ among treatments (P>0.35). There were linear variations in parameters describing the acid-base balance in venous blood, suggesting that glycerin induced metabolic acidosis. Experiment 2 evaluated ruminal and blood parameters of non-lactating cows after the morning infusion through rumen cannula (0.5% of body weight) of finely ground corn (C), rehydrated and ensiled ground corn (MR), pure glycerol (G), or glycerol with 7.2% methanol (GM). Corn gluten meal was added to treatments G and GM to achieve similar N content to M and MR. Four crossbred Holstein-Zebu cows (576 ± 35 kg) received a sequence of the treatments in a 4 x 4 Latin Square with 5-d periods. Samples of jugular blood and rumen fluid were obtained simultaneously at 2-h intervals for 24 h after infusions. Contrasts evaluated treatments: C1 = M + MR vs. GM + G, C2 = G vs. GM, and C3 = M vs. MR. The DMI was 17.6 kg/d on M, 17.0 kg/d on MR, 15.2 kg/d on G, and 15.2 kg/d on GM (P=0.03 for C1). Ruminal in situ degradation of DM from alfalfa, corn silage, sugarcane silage, and Tifton at6, 12, and 24 h of incubation was inhibited by glycerol (P<0.01 for C1). Mean (P=0.12 for C1) and maximum (P=0.04 for C1) ruminal pH on corn were lower than on glycerol. Glycerol increased the contents of ruminal ammonia6 and 8 h post-infusions and plasma urea-N 8, 12, 14, 16, and 20 h, but glycerol reduced ruminal ammonia 2 h post-infusion (P<0.01 for C1). Plasma glucose content was increased by glycerol, due to the increased concentrations 2, 4, and 6 h after infusions (P<0.01 for C1). There were no treatment effects on blood parameters describing the acid-base balance in venous blood (P>0.25). The replacement of crude glycerin for corn in the diet of heifers reduced plasma glucose content, while the infusion of glycerol in the rumen of cows increased plasma glucose. Clinical symptoms of methanol toxicity were not observed when heifers were fed crude glycerin for 91 days (224 mg of methanol/kg of bodyweight) or cows received glycerol infusions in the rumen (207 mg of methanol/kg of bodyweight). The partial replacement of corn by crude glycerin was a viable alternative, but complete replacement depressed intake and heifer performance.UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRASDZO - Programa de Pós-graduaçãoUFLABRASILPereira, Marcos NevesAndrade, Gustavo AugustoSousa, Raimundo Vicente dePereira, Renata Apocalypse NogueiraSalvador, Sandro CésarLima, Ronaldo Francisco de2015-05-13T17:26:35Z2015-05-13T17:26:35Z2015-05-132014-09-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfLIMA, R. F. de. Substituição de milho por glicerina bruta na dieta de bovinos. 2014. 119 p. 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