Efeito do nível de memória de trabalho na aprendizagem motora de idosos.

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Paula Carolina Leite Walker
• Orientador(a): Guilherme Menezes Lage
• Banca de defesa: Rodolfo Novellino Benda, Daniela Godoi Jacomassi
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências do Esporte
• Departamento: EEFFTO - ESCOLA DE EDUCAÇÃO FISICA, FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Aprendizagem motora; Envelhecimento; Idosos
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/35487; https://orcid.org/0000-0003-2409-2096

Ser capaz de aprender novas habilidades motoras ao longo da vida é essencial para manter a autonomia no dia-a-dia. O processo de envelhecimento é caracterizado por alterações que ocorrem ao longo do ciclo da vida, levando a mudanças sensoriais, cognitivas e motoras que modificam a forma como se dá o processo de aprendizagem de uma habilidade motora. Tem sido relatado na literatura que o processo de envelhecimento geraria modificações funcionais e estruturais em regiões associadas às funções cognitivas como o córtex pré-frontal dorsolateral, que é uma área relacionada à memória de trabalho (MT) e aquisição de novas habilidades motoras. Diferenças individuais no nível de MT poderiam modular a qualidade do desempenho motor, visto que este tipo de memória de curto prazo apresenta grande importância no sucesso da aprendizagem motora, pois permite ao indivíduo manter e manipular mentalmente as informações advindas de diferentes vias sensoriais, enquanto uma tarefa está sendo realizada, além de fazer a ligação com a memória de longo prazo. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi investigar se o nível de MT dos idosos alteraria o desempenho e a aprendizagem motora. Participaram do estudo sessenta idosos sem comprometimento cognitivo, destros, de ambos os sexos, com média de idade 69,08 ± 3,51, fisicamente ativos e inexperientes na tarefa. Após a identificação do nível de MT visuoespacial (MTVi) e verbal (MTVe), os quarenta participantes que foram classificados como maiores (33,3%) ou menores escores (33,3%) para o nível de MTVi e MTVe formaram os grupos separados pelos escores da MTVi (G20+Vi e G20-Vi) e outro grupo separado pelos escores da MTVe (G20+Ve e G20-Ve). A tarefa de sequência motora consistiu no pressionamento de quatro teclas em tempos total e relativos pré-determinados. As variáveis dependentes motoras avaliadas foram os erros absoluto e relativo e aprendizagem on-line e off-line. Os resultados encontrados indicaram que um maior nível de MTVi e Ve tem um efeito diferencial no desempenho dos indivíduos ao longo de toda a prática da habilidade nas metas absoluta e relativa, porém este efeito não se refletiu em ganhos duradouros nos testes de aprendizagem para nenhuma das metas. Quando se observa o resultado das medidas on-line e off-line, percebe-se que os grupos que apresentaram menores níveis de MTVi e MTVe, apresentaram maior modificação do desempenho na medida on-line. Na análise das medidas off-line foram encontrados piores ganhos em consolidação da informação do final da fase de aquisição para os testes de aprendizagem para os grupos com maiores níveis de MTVi e Ve. Através destes achados conclui-se que as diferenças individuais na MT modulam o desempenho ao longo da fase de aquisição, mas este efeito não se reverte em melhor aprendizagem motora.