Encefalite de Saint Louis: caracterização dos papéis dos interferons em um modelo de infecção em camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Rafael Elias Marques Pereira Silva
Orientador(a): Mauro Martins Teixeira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AAPEYQ
Resumo: As ultimas decadas foram marcadas pela emergencia e reemergencia de virus pertencentes ao genero Flavivirus no Brasil e no mundo. Este genero inclui virus capazes de causar encefalite, uma manifestacao grave que pode levar ao obito ou a sequelas neurologicas, dentre os quais ha o virus da encefalite de Saint (St.) Louis (SLEV). A patogenese da encefalite de St. Louis e pouco compreendida, o que prejudica o desenvolvimento de tratamentos especificos e vacinas, uma limitacao em comum com outros flavivirus como o virus Zika e o virus da dengue. Para tal, desenvolvemos um modelo animal de infeccao pelo SLEV em camundongos a fim de investigar mecanismos envolvidos na resistencia a infeccao e doenca. O modelo animal e baseado nainoculacao da linhagem BeH 355964, um SLEV isolado de uma paciente no Brasil, que quando inoculado pela via intracranial (i.c) causa a morte de camundongos. Esse fenomeno e acompanhado de replicacao viral, inflamacao e dano tecidual no cerebro, caracterizando encefalite. A associacao da replicacao viral com mortalidade pos-infeccao nos levou ao estudo dos interferons (IFNs), que sao tradicionalmente associados ao controle de infeccoes virais. De forma inesperada, a infeccao de camundongos deficientes no receptor de IFN do tipo I (ABR-/-) ou deficientes para IFN do tipo II (IFN-/-) resultou em fenotipos distintos. Camundongos ABR-/- sao muito susceptiveis a infeccao, enquanto camundongos IFN-/- sao moderadamente resistentes. A investigacao dos parametros de doenca indicou que IFNs do tipo I sao essenciais para o controle da replicacao de SLEV ao induzir a expressao de ISGs, dentre os quais RIG-I, uma molecula associada as respostas imunes inatas contra virus de RNA. Em contrapartida, a ausencia de IFN em camundongos resultou na reducao da replicacao viral no cerebro, em associacao a uma expressao alterada de ISGs. Camundongos IFN-/- possuem uma alta expressao de RIG-I no cerebro em condicoes basais, que indicando que RIG-I pode estar relacionado ao controle da replicacao de SLEV. A infeccao por SLEV induziu a expressao de INF tipo III somente nos cerebros de camundongos IFN-/-, indicando IFNs tipo II e III interagem de maneiras ainda desconhecidas no contexto de infeccao. Por fim, concluimos que o modelo de infeccao por SLEV e uma ferramenta util para o estudo da encefalite de St. Louis. Ainda, este modelo pode contribuir para a geracao de conhecimento aplicavel, tais como o delineamento de respostas antivirais no cerebro, aplicavel para infeccoes por SLEV e outros flavivirus, como Zika.
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Ainda, este modelo pode contribuir para a geracao de conhecimento aplicavel, tais como o delineamento de respostas antivirais no cerebro, aplicavel para infeccoes por SLEV e outros flavivirus, como Zika.Flaviviruses are a genre of closely-related viral pathogens, which emerged or reemerged in the last decades in Brazil and in the world. Flaviviruses such as St. Louis encephalitis virus (SLEV) can cause encephalitis, a severe disease that may lead to death or neurological sequelae. St. Louis encephalitis pathogenesis is poorly understood, which delays the development of a specific treatment or vaccine, in similar way to Zika and Dengue. To address this problem, we developeda mice model of SLEV infection to study mechanisms involved in resistance to infection and disease. The model consists in the intracranial (i.c.) inoculation of the SLEV strain BeH 355964in mice, a strain isolated from a human patient in Brazil. Inoculated mice die from infection, presenting with SLEV replication, inflammation and brain damage, which are consistent with encephalitis. The correlation of SLEV replication and mortality after infection brought us to the study of IFNs, which are typically associated to the control of viral replication. We infected ABR-/- and IFN-/- mice, which lack type I IFN receptors or lack type II IFN, respectively, to find that ABR-/- mice are very susceptible to infection, in contrast to IFN-/- mice, which are slightly resistant. Further study of disease parameters showed that type I IFNs are essential for the control of SLEV replication, through the increase of ISG expression in the brain, notably RIG-I. RIG-I is a molecule known to participate in innate immune responses to RNA viruses. In contrast, absence of IFN (type II IFN) resulted in the reduction of viral load in the brain, due to high basal levels of RIG-I expression presented by IFN-/- mice in the brain. SLEV caused the expression of type III IFN only in the brains of IFN-/- mice, indicating that IFN type II and III interact in ways that are not yet understood, in the context of infection. We conclude that our SLEV infection model is a useful tool for the study of St. Louis encephalitis. This infection model allows for the study of mechanisms of disease pathogenesis and or resistance, such as antiviral responses against a flavivirus in the brain. Thus, this animal model will help to generate applicable knowledge to St. Louis encephalitis and to related flaviviral diseases, such as Zika.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGBioquímica e imunologiaBioquímica e ImunologiaEncefalite de Saint Louis: caracterização dos papéis dos interferons em um modelo de infecção em camundongosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_doutorado_rem_impress_o_corrigida_final.pdfapplication/pdf26296665https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AAPEYQ/1/tese_doutorado_rem_impress_o_corrigida_final.pdf00df6d0d39d582becdc932da1b58e35aMD51TEXTtese_doutorado_rem_impress_o_corrigida_final.pdf.txttese_doutorado_rem_impress_o_corrigida_final.pdf.txtExtracted texttext/plain204105https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AAPEYQ/2/tese_doutorado_rem_impress_o_corrigida_final.pdf.txt75034e2d76a5f3022cb51afe97b5b1f1MD521843/BUBD-AAPEYQ2019-11-14 11:18:40.142oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-AAPEYQRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T14:18:40Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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Bioquímica e Imunologia
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