Análise das relações superfície-atmosfera na bacia hidrográfica do Rio das Velhas em uma perspectiva multiescalar: proposta de síntese

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Lilian Aline Machado
• Orientador(a): Wellington Lopes Assis
• Banca de defesa: Emerson Galvani, Cássia de Castro Martins Ferreira, Edson Soares Fialho, Carlos Henrique Jardim
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia
• Departamento: IGC - DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Escalas climáticas; Bacia hidrográfica; Modelagem cartográfica
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/42920

A bacia hidrográfica do Rio das Velhas consiste em uma das principais sub-bacias do rio São Francisco, abrigando em seu território a capital do estado de Minas Gerais e sua região metropolitana (RMBH). Por drenar a região mais industrializada e densamente povoada do estado, os trechos da bacia próximos à RMBH passam por um crescente processo de degradação, que também se manifesta na média e baixa bacia onde predominam as atividades agropecuárias que contribuem para a descaracterização das margens dos rios e aporte de agrotóxicos em suas águas. O clima consiste em um dos elementos naturais de maior importância para a organização espacial nas bacias, uma vez que influencia nos processos de modelamento da superfície, bem como a quantidade e distribuição de água. Portanto, o conhecimento científico a respeito do comportamento dos atributos climáticos é oportuno e imprescindível aos planos de desenvolvimento econômico e aos projetos de uso racional dos recursos naturais. Um instrumento fundamental ao planejamento das ações de intervenção espacial consiste no mapeamento das características ambientais, a partir do qual pode-se estabelecer diagnósticos e prognósticos para ações antrópicas que melhor estabeleçam a balança entre qualidade ambiental e qualidade de vida. Assim, este trabalho tem como objetivo realizar uma análise das relações entre controles climáticos de superfície e a resposta atmosférica a eles na bacia hidrográfica do Rio das Velhas. O principal produto da pesquisa foi a elaboração de um mapa de unidades climáticas da bacia, visando contribuir com as ações de planejamento e gestão de recursos hídricos e recuperação dos cursos d’agua realizadas pelo Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH-Velhas). Os resultados mostraram que a variação espacial dos atributos meteorológicos no Velhas é fortemente condicionada pelo relevo em níveis escalares diferentes, enquanto no tempo, o clima da bacia hidrográfico do Rio das Velhas varia de forma mensal sob influência da posição latitudinal da bacia, e de forma anual sob influência de mecanismos e fenômenos complexos do macroclima. Em uma escala zonal, a bacia está inserida no Clima Tropical Brasil Central, caracterizado pela sazonalidade da precipitação, verões quentes e chuvosos e invernos secos e amenos. A superfície da bacia divide-se entre terras altas e rugosas do Quadrilátero Ferrífero ao sul, e da Serra do Espinhaço na borda oeste, e as terras baixas e onduladas a planas da depressão do Rio São Francisco na região central e leste da bacia, e estas seccionam o clima zonal em duas unidades regionais: o Clima Tropical de Altitude e o Clima Tropical Típico. Essas unidades diferenciam-se pelos totais pluviométricos elevados e temperatura do ar reduzida na primeira, em oposição a totais pluviométricos reduzidos e temperatura elevada na segunda. No entanto, essas unidades apresentam características distintas de altitude, rugosidade e posição latitudinal em seu interior que influem sobre a intensidade das características térmicas e pluviométricas gerando a configuração de unidades sub-regionais e locais. Os processos climáticos envolvidos na discretização das unidades climáticas foram ilustrados em perfis esquemáticos, bem como as relações escalares identificadas na área.