Padrões de comportamento sedentário e atividade física: o efeito combinado associado aos fatores de risco cardiovascular em adolescentes do sexo feminino

• Ano de defesa: 2017
• Autor(a) principal: Karina Lúcia Ribeiro Canabrava
• Orientador(a): Sylvia do Carmo Castro Franceschini
• Banca de defesa: Maicon Rodrigues Albuquerque, Joel Alves Lamounier, Silvia Eloiza Priore, Jair Sindra Virtuoso Júnior
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Palavras-chave em Português: Estilo de vida sedentário; Doenças cardiovasculares; Atividade física; Adiposidade; Adolescentes; Fatores de risco
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AS2HAY

Contemporaneamente tem-se destacado o potencial efeito deletério do comportamento sedentário, independente da atividade física. Porém, a combinação do comportamento sedentário com atividade física pode originar padrões comportamentais com efeitos exclusivos e diferentes implicações à saúde. Portanto, objetivou-se identificar padrões habituais de comportamento sedentário e atividade física e a associação com marcadores de adiposidade e fatores de risco cardiovascular em adolescentes. Trata-se de um estudo transversal que avaliou 405 adolescentes (14-19 anos), do sexo feminino, de Viçosa-MG. Aferiu-se o peso corporal, estatura e perímetro da cintura. Calculou-se o índice de massa corporal e relação cintura/estatura. A composição corporal foi avaliada pela Absortometria de Raio X de Dupla Energia. Aferiu-se a pressão arterial (PA) e amostras de sangue foram coletadas para as dosagens do colesterol total (CT), lipoproteína de baixa densidade (LDL), lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL), lipoproteína de alta densidade (HDL), triglicerídeos (TG), glicemia e insulina de jejum. Calculou-se o Homeostasis Model Assessment Insulin Resistance (HOMA-IR). Diário de atividades de 24 horas foi utilizado para avaliar os comportamentos em um continuum de intensidade. Avaliou-se o tempo de tela. A medida objetiva da atividade física foi realizada utilizando pedômetro. A participação das adolescentes foi voluntária e mediante assinatura dos Termos de Consentimento e Assentimento. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos. A análise dos dados foi realizada nos softwares IBM SPSS® e STATA® utilizando estatística descritiva, bivariada e multivariada. Adotou-se nível de significância =0,05. Observou-se elevada prevalência de sobrepeso/obesidade (23,7%), obesidade abdominal (16,9%), PA sistólica e/ou diastólica alterada (17,5%) e alterações no CT (46,0%), HDL (31,8%), LDL (20,5%) e TG (16,2%) entre as adolescentes. A maioria não cumpre as recomendações de comportamento sedentário baseado no tempo de tela (72,0%) e atividade física (83,1%). Observou-se maior prevalência de sobrepeso/obesidade em adolescentes com maior tempo de tela (p<0,05). Clusters com baixos níveis de atividade física, independentemente do comportamento sedentário, apresentaram maiores chances de sobrepeso/obesidade, obesidade abdominal e PA alterada (p<0,05). A substituição do tempo sedentário ou tempo de tela por atividade física moderada à vigorosa (AFMV) reduz progressivamente as chances de PA alterada (p<0,05). A integração dos comportamentos em um continuum de intensidade num período de 24 horas resultou em quatro padrões: Fisicamente Ativo, Levemente Ativo, Sono Elevado e Sedentário. A prevalência de sobrepeso/obesidade no padrão Sedentário foi mais elevada em relação ao Fisicamente Ativo. E a prevalência de PA alterada foi menor no Fisicamente Ativo (p<0,05). Não aderir a nenhuma das recomendações representou maior probabilidade de sobrepeso/obesidade e obesidade abdominal (p<0,05). Os resultados demonstram os efeitos deletérios do comportamento sedentário e os benefícios da AFMV para a saúde, além da importância da atividade física de leve intensidade (AFL) e da atividade física total, de maneira combinada e integrada ao longo do dia. O acúmulo de AFMV continua a ser a meta desejável, sendo recomendada em substituição ao comportamento sedentário. No entanto, entre adolescentes com padrão Sedentário, a substituição de atividades sedentárias por AFL parece ser uma interessante alternativa para o controle do peso corporal e o início da desejada mudança comportamental, sendo um complemento benéfico à AFMV.