A materialidade do espaço-tempo na formação de professores de Ciências da Vida e da Natureza no âmbito da licenciatura em Educação do Campo: um estudo a partir da teoria ator-rede

• Ano de defesa: 2017
• Autor(a) principal: Ana Paula da Silva
• Orientador(a): Francisco Angelo Coutinho
• Banca de defesa: Luiz Alberto Oliveira Goncalves, Juarez Melgaco Valadares, Sandra de Fátima Pereira Tosta, Marcelo Diniz Monteiro de Barros
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Palavras-chave em Português: Teoria ator-rede; Educação e ciências; Materialidade; Espaço-tempo; Formação de professores do campo
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AWGNLD

O presente trabalho buscou compreender as redes de atores envolvidas na performance de espaços-tempos formativos de professores de Ciências da Vida e da Natureza (CVN) no âmbito da Educação do Campo. Esses espaços-tempos foram concebidos a partir de relações sociomateriais e de emergências em redes complexas, tendo-se como referencial teóricometodológico a Teoria Ator-Rede, a qual teve sua origem na década de 1980, com estudos da sociologia da ciência e tecnologia. A performance dos espaços-tempos formativos no curso de Licenciatura em Educação do Campo da UFMG (LECampo), na área de CVN, foi analisada tanto no período do Tempo Escola quanto em períodos do Tempo Comunidade. Durante o Tempo Escola de janeiro de 2016, a turma de CVN foi acompanhada em todas as disciplinas cursadas, com o intuito de analisar como a materialidade das aulas (e de outras atividades) performam diferentes espaços-tempos de formação. Ainda no âmbito do Tempo Escola, foi realizado um grupo de discussão com sete estudantes da turma para investigar questões mais amplas acerca da formação no LECampo. Sabendo-se que o regime de alternância visa à conexão entre a universidade e as comunidades de origem dos estudantes, investigou-se a performance de espaços-tempos formativos no âmbito de uma jornada socioterritorial que ocorreu no município de Almenara (MG), onde grupos de licenciandos de todas as áreas atuaram em escolas do campo, e no âmbito da rotina de dois estudantes da CVN em suas comunidades. Os resultados apontam que a performance do Tempo Escola se dá por meio de redes complexas capazes de performar espaços-tempos de vivência-aprendizagem-docência, de formação crítica e de reflexão sobre sistemas de conhecimento. Já a performance do Tempo Comunidade também envolve redes complexas, mas que estão fortemente ligadas às problemáticas das escolas do campo. Foi possível constatar que o Tempo Escola e o Tempo Comunidade são híbridos que envolvem questões políticas, pedagógicas, sociais, ambientais, dentre outros e que constantemente ocorrem translações entre eles.