Biocerâmicas com 166Ho e 153Sm: síntese, caracterização e avaliação dosimétrica em Radiovertebroplastia

• Ano de defesa: 2012
• Autor(a) principal: Blanda Alves Donanzam
• Orientador(a): Tarcisio Passos Ribeiro de Campos
• Banca de defesa: Ilza Dalmázio, Bruno Machado Trindade, Eduardo Sarmento Valente, Arno Heeren de Oliveira
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Palavras-chave em Português: 153Sm; Biocerâmica; 166Ho; Cimento ósseo radioativo; Vertebroplastia; Ortofosfato de cálcio
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8ZRQ2D

Em função da alta incidência de metástases vertebrais em pacientes com câncer existe uma preocupação em oferecer tratamentos que primem pela qualidade de vida deste paciente. Mesmo com todos os avanços nas técnicas de tratamento desta patologia, os resultados nem sempre são efetivos e duradouros em termos da redução da dor e do controle tumoral local. A radiovertebroplastia surge com a proposta de unir a vertebroplastia e a radioterapia através da inserção de cimento ósseo radioativo na vértebra. Com isso, pode-se atingir o controle tumoral local, a diminuição da dor e a estabilização vertebral através de um procedimento cirúrgico minimamente invasivo, levando a ganhos consideráveis na qualidade de vida do paciente. Tendo em vista o potencial terapêutico da radiovertebroplastia, este trabalho envolveu a síntese e caracterização de biocerâmicas de ortofosfatos de cálcio incorporadas com hólmio e samário visando aplicação em cimento ósseo radioativo, e também a realização de dosimetria computacional em modelo de vértebra da radiovertebroplastia com 166Ho. Na síntese das biocerâmicas foi implementada uma rota sol-gel de etapas simples, que gerou principalmente as fases bioativas -fosfato tricálcio e hidroxiapatita, sendo que o Ho e o Sm foram incorporados na forma de fosfato. A atividade estimada após ativação no reator de pesquisa IPR1/CDTN foi de 32,5 MBq.mg-1 na biocerâmica com 166Ho, e de 14,5 MBq.mg-1 na biocerâmica com 153Sm. A avaliação dosimétrica via código Monte Carlo do cimento ósseo com 166Ho, mostrou que é possível depositar doses terapêuticas no sítio da lesão chegando menos de 10% da dose na medula espinhal. Dessa forma, se comparada aos diversos protocolos de radioterapia para metástase vertebral, a radiovertebroplastia com 166Ho deverá promover maior controle tumoral local com menor incidência de danos tardios na medula espinhal. Os resultados sugerem que a radiovertebroplastia com 166Ho é segura e eficaz no tratamento de metástase vertebral, e as biocerâmicas com Ho e Sm podem ser usadas para compor o cimento ósseo radioativo e viabilizar estudos in vivo. Contudo, somente os estudos clínicos irão comprovar os reais benefícios, riscos e indicações desta nova proposta terapêutica.