Posição socioeconômica no curso de vida e comportamentos de risco relacionados à saúde: ELSA-BRASIL

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Jéssica Costa Faleiro
Orientador(a): Luana Giatti Goncalves
Banca de defesa: Deborah Carvalho Malta, Adriane Mesquita de Medeiros
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AJJMJP
Resumo: As Doenças Crônicas não transmissíveis (DCNT) contribuem com a maior carga global de doenças sendo a principal causa de morte no país e no mundo. Estas mortes prematuras são largamente evitáveis pela redução dos seus principais fatores de risco modificáveis, como alimentação inadequada, inatividade física e tabagismo. Sabe-se que a adoção destes comportamentos é dependente das circunstâncias socioeconômicas em que os indivíduos nascem, crescem e trabalham, e não apenas de uma escolha individual. Esse tem sido um dos mecanismos que explica a relação entre a exposição à adversidade socioeconômica e maior morbimortalidade por DCNT. Além da importância da posição socioeconômica (PSE) na vida adulta, circunstâncias socioeconômicas ao longo da vida têm se mostrado importante para diferentes desfechos em saúde e pouco se sabe da sua influencia na determinação dos comportamentos na vida adulta em homens e mulheres. O objetivo deste estudo foi investigar se a pior PSE no curso de vida (infância, juventude e na vida adulta) estão associadas com baixo consumo de frutas e hortaliças, inatividade física e tabagismo em homens e mulheres participantes da linha de base do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Adicionalmente, verificamos se a mobilidade intrageracional na classe sócio-ocupacional está associada a estes comportamentos. Foram elegíveis para a análise todos os 13216 servidores públicos com idade entre 35 a 74 anos que participaram da linha de base do ELSA-Brasil, realizada entre 2008 e 2010. O ELSA é uma coorte multicêntrica desenvolvida em instituições de ensino superior e pesquisa em seis estados brasileiros: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Rio Grande do Sul. As variáveis resposta do presente estudo foram baixa ingestão de frutas e hortaliças (< 1 vez ao dia), inatividade física (< 150 minutos/semana de atividade física moderada ou < 75 minutos/semana de atividade física forte) e tabagismo (nunca, ex-tabagista, tabagista). Os indicadores de PSE foram escolaridade materna, classe sócio-ocupacional da primeira ocupação e atual, e trajetória social obtida por meio da comparação da classe sócio-ocupacional dos jovens com a idade adulta. Regressão logística binomial e multinomial foram utilizadas para estimar associação independente entre cada uma das variáveis explicativas e variáveis resposta estratificados por sexo. A prevalência de comportamentos de risco foi maior entre os homens, exceto a inatividade física. Desvantagens sociais na vida adulta foram consistentemente associadas à maior prevalência de baixa ingestão de frutas e hortaliças em ambos os sexos (homens OR: 2,17; IC95%: 1,84-2,57; mulheres OR: 1,69; IC95%: 1,40-2,04), inatividade física (homens OR: 2,25; IC95%: 1,91-2,66; mulheres OR: 4,57; IC95%: 3,23-6,49) e tabagismo (homens OR: 3,80; IC95%: 2,85-5,06; mulheres OR: 2,82; IC95%: 2,02-3,94). Entretanto, a PSE na juventude e infância foram associadas aos comportamentos de forma menos consistente. Por exemplo, enquanto a baixa escolaridade materna reduziu a chance de tabagismo passado em mulheres (OR: 0,66; IC95%: 0,52-0,85) e atual em homens (OR: 0,58; IC95%: 0,42-0,81) e mulheres (OR: 0,62; IC95%: 0,45-0,85), também foi associada a maior chance de inatividade física no lazer entre as mulheres (OR: 1,59; IC95%: 1,25-2,03). Já a exposição à baixa PSE na juventude aumentou a chance de tabagismo passado em homens (OR: 1,40; IC95%: 1,00-1,96) e mulheres (OR: 1,43; IC95%: 1,03-1,99) e atual em mulheres (OR: 1,72; IC95%: 1,08-2,75). As análises das trajetórias sociais deram suporte adicional a maior importância das desvantagens na vida adulta para comportamentos de risco, já que apenas indivíduos que ascenderam para a classe sócio-ocupacional alta não apresentaram maior chance desses comportamentos quando comparado aos participantes que sempre pertenceram à classe sócio-ocupacional alta. Nossos resultados acrescentam evidências que comportamentos de risco expressam as circunstâncias sociais em que os indivíduos vivem e crescem. Há uma maior prevalência de comportamentos de risco nos homens do que em mulheres. Desvantagens socioeconômicas na vida adulta parecem exercer maior influência sobre os comportamentos relacionados à saúde do que as desvantagens socioeconômicas na infância e na juventude. As desvantagens socioeconômicas na infância foram mais relevantes para as mulheres, mas de forma contraditória, visto que se associou a menor chance de tabagismo e a maior chance de inatividade física. Apenas os ascendentes para a classe alta não apresentaram maiores chances de comportamentos de risco, reforçando a relevância da PSE na vida adulta para os comportamentos relacionados à saúde. Compreender esses mecanismos é essencial para identificar alvos de intervenção em saúde pública que visam à redução das iniquidades sociais em saúde e consequentemente a morbimortalidade por doenças crônicas.
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Além da importância da posição socioeconômica (PSE) na vida adulta, circunstâncias socioeconômicas ao longo da vida têm se mostrado importante para diferentes desfechos em saúde e pouco se sabe da sua influencia na determinação dos comportamentos na vida adulta em homens e mulheres. O objetivo deste estudo foi investigar se a pior PSE no curso de vida (infância, juventude e na vida adulta) estão associadas com baixo consumo de frutas e hortaliças, inatividade física e tabagismo em homens e mulheres participantes da linha de base do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Adicionalmente, verificamos se a mobilidade intrageracional na classe sócio-ocupacional está associada a estes comportamentos. Foram elegíveis para a análise todos os 13216 servidores públicos com idade entre 35 a 74 anos que participaram da linha de base do ELSA-Brasil, realizada entre 2008 e 2010. O ELSA é uma coorte multicêntrica desenvolvida em instituições de ensino superior e pesquisa em seis estados brasileiros: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Rio Grande do Sul. As variáveis resposta do presente estudo foram baixa ingestão de frutas e hortaliças (< 1 vez ao dia), inatividade física (< 150 minutos/semana de atividade física moderada ou < 75 minutos/semana de atividade física forte) e tabagismo (nunca, ex-tabagista, tabagista). Os indicadores de PSE foram escolaridade materna, classe sócio-ocupacional da primeira ocupação e atual, e trajetória social obtida por meio da comparação da classe sócio-ocupacional dos jovens com a idade adulta. Regressão logística binomial e multinomial foram utilizadas para estimar associação independente entre cada uma das variáveis explicativas e variáveis resposta estratificados por sexo. A prevalência de comportamentos de risco foi maior entre os homens, exceto a inatividade física. Desvantagens sociais na vida adulta foram consistentemente associadas à maior prevalência de baixa ingestão de frutas e hortaliças em ambos os sexos (homens OR: 2,17; IC95%: 1,84-2,57; mulheres OR: 1,69; IC95%: 1,40-2,04), inatividade física (homens OR: 2,25; IC95%: 1,91-2,66; mulheres OR: 4,57; IC95%: 3,23-6,49) e tabagismo (homens OR: 3,80; IC95%: 2,85-5,06; mulheres OR: 2,82; IC95%: 2,02-3,94). Entretanto, a PSE na juventude e infância foram associadas aos comportamentos de forma menos consistente. Por exemplo, enquanto a baixa escolaridade materna reduziu a chance de tabagismo passado em mulheres (OR: 0,66; IC95%: 0,52-0,85) e atual em homens (OR: 0,58; IC95%: 0,42-0,81) e mulheres (OR: 0,62; IC95%: 0,45-0,85), também foi associada a maior chance de inatividade física no lazer entre as mulheres (OR: 1,59; IC95%: 1,25-2,03). Já a exposição à baixa PSE na juventude aumentou a chance de tabagismo passado em homens (OR: 1,40; IC95%: 1,00-1,96) e mulheres (OR: 1,43; IC95%: 1,03-1,99) e atual em mulheres (OR: 1,72; IC95%: 1,08-2,75). As análises das trajetórias sociais deram suporte adicional a maior importância das desvantagens na vida adulta para comportamentos de risco, já que apenas indivíduos que ascenderam para a classe sócio-ocupacional alta não apresentaram maior chance desses comportamentos quando comparado aos participantes que sempre pertenceram à classe sócio-ocupacional alta. Nossos resultados acrescentam evidências que comportamentos de risco expressam as circunstâncias sociais em que os indivíduos vivem e crescem. Há uma maior prevalência de comportamentos de risco nos homens do que em mulheres. Desvantagens socioeconômicas na vida adulta parecem exercer maior influência sobre os comportamentos relacionados à saúde do que as desvantagens socioeconômicas na infância e na juventude. As desvantagens socioeconômicas na infância foram mais relevantes para as mulheres, mas de forma contraditória, visto que se associou a menor chance de tabagismo e a maior chance de inatividade física. Apenas os ascendentes para a classe alta não apresentaram maiores chances de comportamentos de risco, reforçando a relevância da PSE na vida adulta para os comportamentos relacionados à saúde. Compreender esses mecanismos é essencial para identificar alvos de intervenção em saúde pública que visam à redução das iniquidades sociais em saúde e consequentemente a morbimortalidade por doenças crônicas.Non-communicable chronic diseases (NCDs) contribute to the global burden of disease and leading cause of death in the country and the world. These premature deaths are largely preventable by reducing their major modifiable risk factors such as unhealthy diet, physical inactivity, and smoking. It is known that the adoption of these behaviors is dependent on socioeconomic circumstances in which people are born, grow and work, and not just an individual choice. This has been one of the mechanisms explaining the relationship between exposure to socioeconomic adversity and increased morbidity and mortality from NCDs. Besides the importance of socioeconomic position (SEP) in adulthood, socioeconomic circumstances throughout life have been shown to be important for different health outcomes and little is known of their influence in the determination of behavior in adulthood in men and women. The aim of this study was to investigate the association of low SEP across the life course (childhood, youth and adulthood) with low consumption of fruits and vegetables, physical inactivity and smoking in men and women participating in the baseline of the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil). Additionally, we evaluated whether intra-generational social mobility was associated with health-risk behaviors. Were analyzed baseline data of 13216 civil servants between 35 and 74 years of age participants from ELSA-Brasil (20082010). ELSA-Brasil is a multicenter cohort developed in universities and research institutions in six Brazilian states: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Rio Grande do Sul. The response variables were low fruit and vegetable consumption (< 1/day), physical inactivity (<150 minutes/week of moderate physical activity or <75 minutes/week of strong physical activity) and smoking (never, former smoker, current smoker). SEP indicators were maternal education, youth occupational social class, adulthood occupational social class and social trajectory (youth vs adulthood occupational social class). Binomial and multinomial logistic regressions were used to estimate the independent association between each explanatory and response variables stratified by sex. The prevalence of risk behaviors was higher among men, except physical inactivity. Social disadvantages in adulthood were consistently associated with higher prevalence of low intake of fruit and vegetables in both sexes (men: OR: 2.17; 95%CI: 1.84 -2.57; women: OR: 1.69; 95%CI: 1.40-2.04), physical inactivity (men: OR: 2.25; 95%CI: 1.91-2.66; women: OR: 4.57; 95%CI: 3.23-6.49) and smoking (men: OR: 3.80; 95%CI: 2.85-5.06; women: OR: 2.82; 95%CI: 2.02-3.94). However, the SEP in youth and childhood were associated with behaviors less consistently. For example, while the low maternal education reduced the chance of past smoking in women (OR: 0.66; 95%CI: 0.52-.085) and current smoking in men (OR: 0.58; 95%CI: 0,42-0.81) and women (OR: 0.62; 95%CI: 0.45-0.85), it was associated with a higher chance of physical inactivity among women (OR: 1.59; 95%CI : 1.25-2.03). Low SEP at youth increased the chance of past smoking in men (OR: 1.40; 95%CI: 1.00-1.96) and women (OR: 1.43; 95%CI: 1,03-1.99) and either increased the chance of current smoking in women (OR: 1.72; 95%CI: 1.08-2.75). The social trajectories analysis gave additional support to the greater relevance of the adult life disadvantages to health-risk behavior, as only individuals who have ascended to the high socio-occupational class showed no larger chance of these behaviors compared to participants who always was at high social class. Our results add to evidence that health-risk behaviors express the social circumstances in which individuals live and grow. Indicate a higher prevalence of risk behaviors in men than in women. Socioeconomic adversity in adulthood seems to have a greater influence on the risk behaviors than childhood and youth socioeconomic disadvantages. Childhood social adversity seems more relevant for women health behaviors, but in a contradictory manner, since it is associated with the lower chance of smoking and the greater chance of physical inactivity. Only ascendants to the high class do not have a greater chance of health-risky behaviors, reinforcing the importance of adulthood socioeconomic position relevance to health-risk behaviors. Improve the socioeconomic inequalities can impact on health-related behaviors and consequently the morbidity and mortality from chronic diseases.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGSaúde públicaEstilo de vida sedentárioMobilidade socialSaúde do adultoHábitos alimentaresFatores socioeconômicosComportamentos saudáveisEstudos longitudinaisFatores de riscoHábito de fumarMobilidade socialClasse socialComportamentos saudáveisELSA-BrasiPosição socioeconômicaPosição socioeconômica no curso de vida e comportamentos de risco relacionados à saúde: ELSA-BRASILinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_jessica_costa_faleiro.pdfapplication/pdf2213428https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AJJMJP/1/disserta__o_jessica_costa_faleiro.pdf7752a385bd42b25ac73ed063c4cd4268MD51TEXTdisserta__o_jessica_costa_faleiro.pdf.txtdisserta__o_jessica_costa_faleiro.pdf.txtExtracted texttext/plain153751https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AJJMJP/2/disserta__o_jessica_costa_faleiro.pdf.txtc7383149c42869da8f36e4e5a2b50d4dMD521843/BUOS-AJJMJP2019-11-14 20:40:03.404oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-AJJMJPRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T23:40:03Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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