Produção e caracterização de biossurfactantes por novas espécies de leveduras do gênero starmerella.

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Yasmim Senden dos Santos
• Orientador(a): Carlos Augusto Rosa
• Banca de defesa: Fatima de Cássia Oliveira Gomes, Beatriz Martins Borelli
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
• Departamento: ICB - INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: biossurfactantes; leveduras; fermentação
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/52855

Biossurfactantes são moléculas tensoativas produzidas por microrganismos, com potencial para a substituição dos surfactantes derivados do petróleo, que geram prejuízos ecológicos significativos para o meio ambiente. Os biossurfactantes têm vantagens em relação aos surfactantes sintéticos por serem biodegradáveis, menos tóxicos e mais estáveis em condições variáveis de temperatura, pH e salinidade. Além disso, apresentam boa atividade de superfície, possuindo várias aplicações industriais. Dentre os vários tipos existentes de biossurfactantes, os soforolipídios estão entre os mais conhecidos e estudados, sendo pertencentes à classe dos glicolipídios. Um obstáculo enfrentado na produção de biossurfactantes é que os custos de produção ainda são altos se comparados com os surfactantes sintéticos, uma vez que os substratos utilizados possuem alto custo e os métodos de recuperação ainda são pouco eficientes. Tendo em vista isso, o sucesso da produção dos biossurfactantes em escala industrial depende do uso de substratos alternativos e de baixo custo, bem como da escolha de microrganismos. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar e a caracterizar a produção de soforolípidios a partir de novas espécies de leveduras do gênero Starmerella utilizando substratos de baixo custo. Para o desenvolvimento deste trabalho foram selecionadas 10 novas espécies de leveduras do gênero Starmerella isoladas a partir ecossistemas brasileiros e do Equador. Essas leveduras foram submetidas a um processo de triagem, utilizando o teste do Índice de Emulsificação (E24) como critério de seleção das melhores produtoras. As leveduras com os maiores índices de emulsificação foram selecionadas para a etapa seguinte de fermentação, utilizando um meio contendo 50g/L de glicose, 50g/L de glicerol e 40g/L de farelo de arroz. Para confirmar a produção de glicolipídios foi realizado o teste do ágar-azul e os biossurfactantes produzidos foram submetidos a testes para avaliar a estabilidade em diversas condições de pH, salinidade e temperatura. Além disso, a propriedade tensoativa também foi analisada em um tensiômetro digital por meio do método de pressão máxima de bolha, com valores expressos em mN/M. A extração dos soforolipídios produzidos foi realizada com acetato de etila (1:1) e os valores expessos em g/L. A partir dos conjuntos de dados obtidos, foi identificado que os isolados TMY12.2 e TOC03_80.2 analisados no presente estudo foram capazes de produzir soforolipídios com excelentes propriedades emulsificantes, estáveis nos valores de pH entre 6-10 e nas temperaturas 0ºC, 25ºC e 40ºC. Com relação à concentração de NaCl, o isolado TMY12.2 obteve emulsões estáveis nas concentrações de 2% e 6% e o isolado TOC03_80.2 na concentração de 2%, possuindo portanto, grande potencial para aplicações biotecnológicas.