Residir em área urbana ou rural e fatores sociodemográficos associados aos distúrbios do sono em crianças de 3 a 5 anos

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Mirian Fernandes de Castro-Braga
• Orientador(a): Júnia Maria Cheib Serra-Negra
• Banca de defesa: Maria Letícia Ramos Jorge, Ana Cristina Borges de Oliveira
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
• Departamento: FAO - DEPARTAMENTO DE ODONTOPEDIATRIA E ORTODONTIA
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Criança; Distúrbios do sono; Área rural; Área urbana
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/57963; https://orcid.org/0000-0002-6872-9987

Distúrbios do sono (DS) designam um conjunto de diferentes condições capazes de afetar pessoas que mesmo após uma noite dormida, podem não conseguir descansar e isto pode afetar sua saúde. DS podem estar presentes em crianças. Este estudo buscou identificar a prevalência de DS entre crianças de três a cinco anos de idade residentes no município de Belo Vale, Minas Gerais e sua associação com área de residência (rural/urbana), fatores sociodemográficos, peso ao nascer e tempo de gestação. Participaram deste estudo transversal pais/responsáveis de crianças de três a cinco anos de idade residentes em áreas urbanas e rurais de Belo Vale, no sudeste do Brasil. Os pais responderam a questões sociodemográficas da família e dos filhos (sexo, idade, renda, escolaridade), perguntas sobre a gestação e parto da criança e a versão brasileira da Sleep Disturbance Scale for Children (SDSC). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas da Universidade Federal de Minas Gerais. Foram realizadas análises descritivas, teste Mann-Whitney e Regressão de Poisson com variância robusta (p<0,05). Um total de 154 pais/responsáveis foram incluídos no estudo, sendo 77,3% residentes na área rural. A maioria das crianças eram meninas (53,2%) e não-brancas (57,1%). DS foram identificados em 48% das crianças, com uma média de 41,9 pontos do escore total (±12,8) na SDSC, sendo os distúrbios respiratórios do sono o domínio mais prevalente (15,1%). Crianças da área urbana apresentaram maiores escores para o distúrbio de iniciação e manutenção do sono (p=0,009) e hiperidrose do sono (p=0,045). Crianças não-brancas apresentaram maiores escores para os distúrbios iniciação e manutenção do sono (p=0,021) e transição sono e vigília (p=0,003). Crianças nascidas pré-termo apresentaram maiores escores para o distúrbio hiperidrose do sono (p=0,020). Na análise de regressão ajustada, crianças da área urbana (RP=1,169; 95%IC=1,043–1,310), não-brancas (RP=1,197; 95%IC=1,096–1,307) e nascidas pré-termo (RP=1,117; 95%IC=1,016–1,228) apresentaram maiores escores totais na SDSC. Concluiu-se que maiores escores de DS foram mais prevalentes entre crianças residentes em área urbana, cor da pele não-branca e com baixo peso ao nascer.