Trabalho com grupos na Saúde da Família: concepções, estrutura e estratégias para o cuidado transcultural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Maria Teresinha de Oliveira Fernandes
Orientador(a): Sonia Maria Soares
Banca de defesa: Denize Bouttelet Munari, Juliane Correa
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/GCPA-756QT2
Resumo: Este estudo objetivou desvelar estratégias para o cuidado transcultural imanentes da prática de grupo na perspectiva da Saúde da Família. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, fundamentada na Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado de Madeleine Leininger. Os sujeitos foram os profissionais das equipes de Saúde da Família, coordenadores de grupos para portadores de diabetes e hipertensão das Unidades Básicas de Saúde de um Distrito Sanitário de Belo Horizonte. Para a coleta de dados, utilizou-se a observação participante e a entrevista aberta. As informações foram coletadas de junho a novembro de 2006, respeitando-se os aspectos éticos. Na interpretação dos dados, empregou-se a análise de conteúdo proposta por Bardin. Os núcleos temáticos identificados foram: o grupo na perspectiva transcultural, como o grupo é estruturado, estratégias do trabalho com grupos de portadores de diabetes e hipertensão, a tecnologia do trabalho com grupos na perspectiva transcultural e desafios e avanços da prática de grupo na Saúde da Família. Os resultados apontam para a prática de grupo ainda pouco inovadora, com necessidade de ampliar a multidisciplinaridade, sendo que as atuais metodologias enfatizam a cultura da doença, cronificação de processos pedagógicos, como as abordagens que permanecem centradas na transmissão de conhecimento. Cabe salientar que alguns profissionais, como enfermeira, fisioterapeuta e assistente social têm uma prática diferenciada, centrada na cultura do sujeito e na valorização das suas vivências. O olhar para o portador de diabetes e hipertensão vai além das vigilâncias relacionadas ao uso dos medicamentos e ao avanço da atenção para os aspectos que influenciam o tratamento e o controle, no sentido de conhecer o contexto de vida desse usuário. Na prática foi possível reconhecer e confirmar a dificuldade técnica-teórica do profissional para coordenar grupos e a crença de que recursos e apoio logístico tornam o grupo mais interessante e efetivo. Desde que esses profissionais se inseriram na Saúde da Família, começaram os grupos e o descobriram como ferramenta de enfrentamento da demanda dos diabéticos e hipertensos, prática que se tornou indispensável ao cotidiano das equipes. Porém já desenvolvido o seu modus operandi, constitui-se numa metodologia a ser apropriada, uma vez que essa é uma realidade em todas as unidades básicas de saúde e já se consegue trabalhar bem com os grupos em geral. As atividades com grupos vêm, contudo, com uma possibilidade de transformar o trabalho de equipe e dirigir-se na busca de uma relação mais horizontalizada entre os agentes presentes nesse processo, o que quer dizer negociar e partilhar poder/autonomia profissional, possibilitando, então, compartilhar saberes e decisões.
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Os núcleos temáticos identificados foram: o grupo na perspectiva transcultural, como o grupo é estruturado, estratégias do trabalho com grupos de portadores de diabetes e hipertensão, a tecnologia do trabalho com grupos na perspectiva transcultural e desafios e avanços da prática de grupo na Saúde da Família. Os resultados apontam para a prática de grupo ainda pouco inovadora, com necessidade de ampliar a multidisciplinaridade, sendo que as atuais metodologias enfatizam a cultura da doença, cronificação de processos pedagógicos, como as abordagens que permanecem centradas na transmissão de conhecimento. Cabe salientar que alguns profissionais, como enfermeira, fisioterapeuta e assistente social têm uma prática diferenciada, centrada na cultura do sujeito e na valorização das suas vivências. 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As atividades com grupos vêm, contudo, com uma possibilidade de transformar o trabalho de equipe e dirigir-se na busca de uma relação mais horizontalizada entre os agentes presentes nesse processo, o que quer dizer negociar e partilhar poder/autonomia profissional, possibilitando, então, compartilhar saberes e decisões.This paper aims to investigate strategies of transcultural care emerging from group work in Family Health programs. It is a qualitative study based on Madeleine Leiningers theory of the diversity and universality of care. Subjects were health professionals participating in Family Health teams, all of whom were group coordinators for diabetics and hypertensive patients in basic health care units within a sanitary district of Belo Horizonte. Participative observation and open interviews were used for data collection. Information was collected between June and November 2006, respecting ethical issues. Data interpretation was based on Bardins proposal for content analysis. The themes we found were as follows: the group in a transcultural perspective, how the group is structured, work strategies with diabetic and hypertensive groups, the technology of work with groups in a transcultural perspective, and the challenges and advances of group work in Family Health programs. Results indicate that group work is still poorly innovative, with a need to increase multidisciplinarity; current methodologies emphasize a culture of disease and recurrent pedagogic processes such as approaches still focused on the transmission of knowledge. It is worth noting that certain professionals, such as nurses, physical therapists and social workers, practice a differentiated approach centered on the culture of subjects and on the validation of their experiences. The gaze on diabetic and hypertensive patients goes beyond surveillance for medication use, reaching out to those aspects that influence the treatment and control of the disease, within the context in which such patients live. In practice, we were able to recognize and confirm the technical and theoretical difficulties that professionals face when coordinating groups, and to check the belief that resources and logistical support make it possible for groups to become more interesting and effective. Groups were started after these professionals joined the Family Health program, and became a tool to deal with the demands of diabetic and hypertensive patients, becoming an indispensable tool for the daily work of health teams. With its modus operandi the method needs to be recognized, having become a reality in all of the Basic Health Units where, generally speaking, group work is well developed. Group work raises the possibility of transforming teamwork to reach a more horizontal relation between participating agents, meaning that professional power/autonomy needs to be negotiated and subdivided so that knowledge and decisions become shared.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEnfermagem transculturalHipertensão/prevenção & controleSaúde da FamíliaTeoria da enfermagemEquipe de Assistência ao PacienteGrupos de Auto-Ajuda eCSDiabetes Mellitus/prevenção & controleEnfermagemQuestionáriosEntrevistasaúde Holística eCSSaúde da FamíliaEstratégiasTecnologiaEnfermagemMetodologiaCuidado TransculturalGruposTrabalho com grupos na Saúde da Família: concepções, estrutura e estratégias para o cuidado transculturalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALmaria_teresinha_de_oliveira_fernandes.pdfapplication/pdf1264682https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/GCPA-756QT2/1/maria_teresinha_de_oliveira_fernandes.pdf3ae6064b8d96390cc5a58ff06912dca8MD51TEXTmaria_teresinha_de_oliveira_fernandes.pdf.txtmaria_teresinha_de_oliveira_fernandes.pdf.txtExtracted texttext/plain310779https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/GCPA-756QT2/2/maria_teresinha_de_oliveira_fernandes.pdf.txt8957fed666de3bdf22a9fbbb5da3f904MD521843/GCPA-756QT22019-11-14 03:56:22.777oai:repositorio.ufmg.br:1843/GCPA-756QT2Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T06:56:22Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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