Ativismo juvenil e políticas públicas: o caso do Centro de Referência da Juventude de Belo Horizonte

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Bruno Vieira dos Santos
• Orientador(a): Claudia Andrea Mayorga Borges
• Banca de defesa: Lisandra Espindula Moreira, Jaileila de Araújo Menezes
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Palavras-chave em Português: Políticas públicas; Pesquisa situada; Epistemologia feminista; Juventude; Ativismo juvenil
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AXXEK8

A despeito de estudos e pesquisas que dicotomizam a participação política juvenil em dois polos opostos ora participação plena e cidadã, ora apatia e alheamento , o que podemos enxergar além dessa polarização a respeito da participação política juvenil? Uma questão que tem sido colocada em segundo plano no que tange à ação política no campo da juventude é a reflexão da possibilidade do próprio jovem ser caracterizado como sujeito da ação política. A experiência da participação representa, sem dúvidas, uma forma na qual os jovens podem vivenciar a construção de pautas, agendas e ações coletivas. Dentro dessa perspectiva não binária / não dicotômica de percepção do ativismo juvenil, analisamos o processo de implementação do Centro de Referência da Juventude (CRJ) em Belo Horizonte, uma política pública cuja formulação se inicia formalmente em 2006 e ainda se encontra em andamento. A pesquisa segue o caminho de tentar entender as tensões e articulações promovidas por grupos juvenis no âmbito do que se chama controle social de políticas públicas, a fiscalização e o monitoramento das ações do poder público. Dentro desse conceito, tento apontar elementos dessa fiscalização que motivam a articulação política dos coletivos de juventude para o acompanhamento da execução da política pública. Este trabalho tem por objetivo geral compreender a relação entre ativismo juvenil e políticas públicas de juventude a partir da análise do processo de implementação do Centro de Referência da Juventude de Belo Horizonte/MG, no período de 2006 a 2016. Como objetivos específicos, pretende-se compreender o debate acerca do Centro de Referência da Juventude na construção do ativismo juvenil em Belo Horizonte no período de 2006 a 2016; observar a relação entre movimentos juvenis e a delimitação de políticas públicas de juventude em Belo Horizonte; e analisar a dinâmica da participação juvenil no processo de interlocução com o poder público no que tange à implementação do Centro. Lanço mão da epistemologia feminista para poder compor um escopo metodológico cujos métodos utilizados foram a entrevista semiestruturada, o levantamento documental, diário de campo e observação participante. Compõe o escopo de métodos o uso de um diário de reminiscências, que consiste em um caderno de lembranças sobre a minha participação no contexto de debate acerca do Centro de Referência. Como principais resultados, aponto a intensa presença feminina/feminista nos processos políticos de juventude e destaco a necessidade de compreender as políticas públicas de juventude em um âmbito geracional.