O diagnóstico tardio e óbito por aids de pacientes internados em 2005 em um hospital de referência para doenças infecciosas em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Maria Tereza da Costa Oliveira
Orientador(a): Dirceu Bartolomeu Greco
Banca de defesa: Maria do Rosário Dias de Oliveira Latorre, José da Rocha Carvalheiro, Ricardo Andrade Carmo, Mariangela Carneiro, Marise Oliveira Fonseca
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7F2QZH
Resumo: Introdução: A terapia anti-retroviral combinada de alta potência (TARC) mudou substancialmente o prognóstico dos portadores de aids no mundo. Neste contexto, o Brasil tem obtido resultados relevantes, devido à assistência prestada no país a toda pessoa vivendo com HIV/aids. Entretanto, muitos pacientes não chegam a se beneficiar destes recursos, pois têm o diagnóstico do HIV estabelecido tardiamente. Material e métodos: Este trabalho faz o seguimento de uma coorte de pacientes, com informação de data de diagnóstico do HIV, internados pela primeira vez para tratamento de aids, no hospital Eduardode Menezes, durante o ano de 2005. Este hospital está localizado em Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, e é o maior complexo estadual para o atendimento de portadores de HIV/aids. Recebe mais de 500 hospitalizações para tratar aids anualmente, o que representa aproximadamente 25% destas internações realizadas em todo o Estado. Esta coorte é seguida desde a primeira internação em 2005 até 31 de dezembro de 2006. São verificados os óbitos ocorridos no período e seus fatores associados, o uso de serviços para portadores de HIV/aids e a ocorrência de diagnóstico tardio. É estimada a sobrevida acumulada após 12 meses de uma primeira internação para tratar aids e os seus fatores prognósticos. Resultados e discussão: Esta coorte é composta de 250 pacientes. Falecem 99 pessoas (39,4%) durante o período de seguimento, sendo que 75 (75,8%), durante a primeira internação. Quase a metade (44,8%) dos pacientes teve o diagnóstico do HIVrealizado em intervalo de tempo inferior a um mês da primeira internação para tratar aids. A maioria deles (60,0%) não estava sendo acompanhada em um serviço para portadores de HIV/aids antes da internação. Para mais da metade dos pacientes falecidos (53,5%)durante o seguimento, o intervalo de tempo entre o diagnóstico do HIV e o óbito é de até três meses e para cerca de 1 4 destes pacientes este intervalo é inferior a um mês. Dois diferentes modelos de regressão logística múltipla são ajustados para encontrar os fatores associados ao óbito por aids. No modelo 1, estes fatores são os seguintes: ser do sexo masculino e residir no interior do Estado (OR=4,15 IC95%=1,49; 11,56) e não ter registro de contagem de LT CD4+ (OR=6,95 IC95%=3,25; 14,86). No modelo 2, eles são os seguintes: ser do sexo masculino e residir no interior do Estado (OR=3,87 IC95%=1,46;10,22), não uso de ARV (OR=3,24 IC95%=1,01; 10,44), sua utilização anterior, mas não durante a internação (OR=3,23 IC95%=1,10; 9,48) e anemia grave à internação (OR=4,16 IC95%=1,34; 12,92). A probabilidade de sobrevida acumulada após 12 meses de umaprimeira internação desta coorte é estimada em 61,2%. Entretanto, os pacientes diagnosticados durante a internação têm mediana de sobrevida de quatro meses. Esta mediana de sobrevida é inferior à que foi estimada para os portadores de aids na época anterior à introdução da TARC. A análise múltipla de riscos proporcionais encontra como fatores prognósticos significativos de óbito por aids os mesmos fatores verificados nos modelos de regressão logística múltipla. Conclusões e recomendações: Em síntese, os dados desta pesquisa realizada no hospital Eduardo de Menezes em Belo Horizonte confirmam a ocorrência do diagnóstico tardio da infecção pelo HIV e sua associação com alta mortalidade por aids. Os profissionais e gestores de saúde, assim como a população, devem ser informados da ocorrência do diagnóstico tardio e de suas conseqüências. É imprescindível facilitar o diagnóstico da infecção pelo HIV, com o devido aconselhamento, e ampliar oacesso a serviços de saúde para que estes realmente atinjam a população que deles necessitem.
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Este hospital está localizado em Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, e é o maior complexo estadual para o atendimento de portadores de HIV/aids. Recebe mais de 500 hospitalizações para tratar aids anualmente, o que representa aproximadamente 25% destas internações realizadas em todo o Estado. Esta coorte é seguida desde a primeira internação em 2005 até 31 de dezembro de 2006. São verificados os óbitos ocorridos no período e seus fatores associados, o uso de serviços para portadores de HIV/aids e a ocorrência de diagnóstico tardio. É estimada a sobrevida acumulada após 12 meses de uma primeira internação para tratar aids e os seus fatores prognósticos. Resultados e discussão: Esta coorte é composta de 250 pacientes. Falecem 99 pessoas (39,4%) durante o período de seguimento, sendo que 75 (75,8%), durante a primeira internação. Quase a metade (44,8%) dos pacientes teve o diagnóstico do HIVrealizado em intervalo de tempo inferior a um mês da primeira internação para tratar aids. A maioria deles (60,0%) não estava sendo acompanhada em um serviço para portadores de HIV/aids antes da internação. Para mais da metade dos pacientes falecidos (53,5%)durante o seguimento, o intervalo de tempo entre o diagnóstico do HIV e o óbito é de até três meses e para cerca de 1 4 destes pacientes este intervalo é inferior a um mês. Dois diferentes modelos de regressão logística múltipla são ajustados para encontrar os fatores associados ao óbito por aids. No modelo 1, estes fatores são os seguintes: ser do sexo masculino e residir no interior do Estado (OR=4,15 IC95%=1,49; 11,56) e não ter registro de contagem de LT CD4+ (OR=6,95 IC95%=3,25; 14,86). No modelo 2, eles são os seguintes: ser do sexo masculino e residir no interior do Estado (OR=3,87 IC95%=1,46;10,22), não uso de ARV (OR=3,24 IC95%=1,01; 10,44), sua utilização anterior, mas não durante a internação (OR=3,23 IC95%=1,10; 9,48) e anemia grave à internação (OR=4,16 IC95%=1,34; 12,92). A probabilidade de sobrevida acumulada após 12 meses de umaprimeira internação desta coorte é estimada em 61,2%. Entretanto, os pacientes diagnosticados durante a internação têm mediana de sobrevida de quatro meses. Esta mediana de sobrevida é inferior à que foi estimada para os portadores de aids na época anterior à introdução da TARC. A análise múltipla de riscos proporcionais encontra como fatores prognósticos significativos de óbito por aids os mesmos fatores verificados nos modelos de regressão logística múltipla. Conclusões e recomendações: Em síntese, os dados desta pesquisa realizada no hospital Eduardo de Menezes em Belo Horizonte confirmam a ocorrência do diagnóstico tardio da infecção pelo HIV e sua associação com alta mortalidade por aids. Os profissionais e gestores de saúde, assim como a população, devem ser informados da ocorrência do diagnóstico tardio e de suas conseqüências. É imprescindível facilitar o diagnóstico da infecção pelo HIV, com o devido aconselhamento, e ampliar oacesso a serviços de saúde para que estes realmente atinjam a população que deles necessitem.Introduction: The highly active antiretroviral therapy (HAART) has substantially changed the prognostic of aids patients worldwide. In that sense, Brazil has obtained relevant results due to the assistance given in the country to every person living with HIV/AIDS. However, many patients do not get to benefit from these resources because they have the HIV diagnosis made late. Methodology: This study follows a cohort of AIDS patients, who are hospitalized for the first time during the year of 2005 in Eduardo de Menezes Hospital, with information about their HIV diagnosis date. This hospital is located in the city of Belo Horizonte, State of Minas Gerais, and is the biggest AIDS attending complex in the state. It hasmore than 500 AIDS hospitalizations annually, which represents 25% of these hospitalizations in the whole State. The patients are followed since their first hospitalization in 2005 until 31st December 2006. The deaths which took place in the period and its associated factors are verified, as well as the use of HIV/AIDS treatment services and the occurrenceof late diagnosis. The accumulated survival probability after 12 months from the first hospitalization to treat AIDS and the prognostic factors are estimated. Results and discussion: 250 patients are followed up. A total of 99 people (39.4%) died during the follow-up period, from these 75 (75.8%) died during the first hospitalization. Almost half the patients (44.8%) had their HIV diagnosis made in less than a month before their hospitalization to treat AIDS. Most of the patients (60.0%) were not being followed by a HIV/AIDS treatment service prior to their hospitalization. The time frame between the HIV diagnosis and the death is up to three months in more than half of the cases (53.5%) and about 1 4 of the patients died in less than a month after being diagnosed. Two different multivariate logistic regression models are adjusted to find the factors associated to death due to AIDS. The associated factors found in the model 1 are: being a male and living in the countryside (OR=4.15 CI95%1.49; 11.56) and not having any registration of CD4+ cell count (OR=6.95 CI95%=3.25; 14.86). In the second model they are: being a male and living in the countryside (OR=3.87 CI95%=1.46; 10.22); not having used ARV (OR=3.24 CI95%=1.01; 10.44), in case of its previous use, not during hospitalization (OR=3.23 CI95% 1.10; 9.48); and presenting severeanemia at the time of hospitalization (OR=4.16 CI95%=1.34; 12.92). The accumulated survival probability after 12 months from the first hospitalization in this group is estimated in 61.2%. However, patients diagnosed during hospitalization have a survival median of four months. This survival median is inferior to that one estimated to AIDS patients before HAART was introduced. The multivariate hazard ratio models verify the same factors of the multivariate logistic regression models as prognostic of death due to AIDS. Conclusions and recommendations: In sum, the data of this work done in Eduardo de Menezes hospital in Belo Horizonte confirms the occurrence of late diagnosis of HIV infection andits association with a high mortality due to AIDS. Health professionals and managers, as well as the population, must be informed of late HIV diagnosis and its consequences. It is essential to facilitate HIV infection diagnosis, with the appropriate counseling, and increase access to health services so these can actually reach the population in need.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGSíndrome de imunodeficiência adquirida/mortalidadeDiagnóstico precoceAcesso aos serviços de saúde/tendênciasSíndrome de imunodeficiência adquirida/quimioterapiaQuimioterapia combinadaPrognósticoEstudos de coortesFatores de riscoSobrevidaEducação em saúde/tendênciasSíndrome de imunodeficiência adquirida/diagnósticoSorodiagnóstico da AIDS/tendênciasMedicina tropicalTerapia anti-retroviral de alta atividade/utilizaçãoAconselhamentoAids e sobrevidaAids e mortalidadeAids e óbitos pós TARCO diagnóstico tardio e óbito por aids de pacientes internados em 2005 em um hospital de referência para doenças infecciosas em Belo Horizonte, Minas Gerais.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALmaria_tereza_costa_oliveira.pdfapplication/pdf5430410https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-7F2QZH/1/maria_tereza_costa_oliveira.pdf8a33a11311d6883c1c44353d92fb8085MD51TEXTmaria_tereza_costa_oliveira.pdf.txtmaria_tereza_costa_oliveira.pdf.txtExtracted texttext/plain138640https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-7F2QZH/2/maria_tereza_costa_oliveira.pdf.txt227edf3bfea8dba30d6ddda5e408c289MD521843/ECJS-7F2QZH2019-11-14 16:26:49.139oai:repositorio.ufmg.br:1843/ECJS-7F2QZHRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T19:26:49Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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Maria Tereza da Costa Oliveira
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