Homens que fazem sexo com homens e participação em ONG's em Belo Horizonte entre 2007 - 2009

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Anibal Fabiao Murure
Orientador(a): Mark Drew Crosland Guimaraes
Banca de defesa: Mariangela Leal Cherchiglia, Marcelo Ricardo de Andrade
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8R8KMG
Resumo: O perfil da epidemia do HIV indica que na atualidade, a infecção predomina entre homens que fazem sexo com homens (HSH), ou seja, o HIV está mais concentrado em homens com práticas sexuais não aceitas na sociedade. Ações contra a epidemia, discriminação, violência e outros males que afetam os HSH ultrapassam as iniciativas individuais e necessitam de uma luta formada pelo coletivo. O principal objetivo deste estudo foi descrever e analisar a participação de homens que fazem sexo com homens em ONGs em Belo Horizonte entre 2007 a 2009. Estudo de corte transversal com 265 homens que fazem sexo com homens em Belo Horizonte. Utilizou-se a técnica amostral RDS (Respondent Driven Sampling) para recrutar os elementos da rede social dos HSH. Esta técnica RDS é um tipo de amostragem por cadeia e é utilizada para constatar a população de difícil acesso, onde o recrutamento é efetuado por indicação dos próprios participantes. O recrutamento começou com participantes (sementes) provenientes de uma ONG de Belo Horizonte, receberam cupons de incentivo e foram orientados por sua vez a recrutar outros membros elegíveis. Por cada novo voluntário, o participante era ressarcido um valor em Reais. Tiveram uma entrevista basal para coleta de dados sócio-demográficos, epidemiológicos e comportamentais. Dentre 265 participantes, a minoria (17,7%) de homens que fazem sexo com homens participou de ONGs em Belo Horizonte. Cerca de 72,8% tem alta escolaridade, maior proporção (56,7%) de indivíduos relataram ser de cor não branca. Mais de 41,5% dos participantes têm idade menor ou igual a 24 anos, 205 indivíduos (77,4%) referiram que tem uma renda superior a R$500,00. Quanto à identidade sexual verificou-se que uma grande maioria (90,2%) dos indivíduos se identificou como HSH e somente 9,8% como bissexuais ou heterossexuais. No que refere ao estado civil, 87,1% relataram que são solteiros, a maioria (61,5%) tem conhecimentos suficientes sobre a transmissão das DST/HIV. Verificou-se que uma maioria (62,3%) tem consumido álcool mais de duas vezes por semana. Verifica-se altas proporções quanto ao uso irregular do preservativo no sexo anal receptivo (41,1%) e no insertivo (44,5%). Foram altas as proporções daqueles que se sentiram discriminados pela orientação sexual em qualquer local (41,5%) e os que tiveram uma história de ter sofrido agressão sexual, física ou verbal pela orientação sexual (67,2%). Foi baixa a proporção da participação (17,7%) de homens que fazem sexo com homens que participam em ONGs em Belo Horizonte. Com essa baixa participação pode-se dizer que é provável que nem todos os HSH sabem sobre a importância e benefícios da participação em ONG. As seguintes variáveis estiveram associadas com maior participação em ONG: cor de pele não branco, ser solteiro, sentir-se discriminado pela orientação sexual, história de ter sofrido agressão sexual, física ou verbal devido à orientação sexual, receber preservativos gratuitos nos últimos 12 meses, ter feito teste anti-sífilis, ter risco moderado ou grande de se infectar pelo HIV, ter história de DST nos últimos 12 meses. A associação entre ter história de DST nos últimos 12 meses e participação em ONGs pode indicar o uso irregular de preservativo no sexo anal receptivo e insertivo respectivamente. É pertinente estimular a participação dos HSH em ONGs para promover o uso regular do preservativo e práticas sexuais seguras com vista à redução de riscos de transmissão das DST/HIV. É urgente expandir-se a distribuição de preservativos gratuitos em todos locais de concentração e lazer de público HSH. Não se constatou diferenças significativas entre suficiência e insuficiência de conhecimentos sobre a transmissão de DST/HIV e participação em ONGs. No entanto, deve-se melhorar as estratégias de prevenção do HIV para esta grupo populacional para melhorar o conhecimento, corrigir a falsa impressão de baixo risco de transmissão de DST e HIV. É preocupante o estudo evidenciar que sofrer discriminação pela orientação sexual, ter história de agressão verbal, sexual ou física e ter história de DST nos últimos 12 meses está associado com participar em ONGs. Sendo assim, as ONGs devem cooperar com todas as instâncias governamentais, a mídia e outros setores da sociedade civil para dar visibilidade à questão da discriminação com vista a uma advocacia para disseminação de informações sobre a criminalização a todas as formas de discriminação, violência com base na orientação sexual e sobre os direitos dos HSH que em casos destes atos ocorrerem, para esse grupo populacional viver sem medo. Deve-se ampliar os meios de comunicação e aprofundar sobre a sensibilização do uso consistente do preservativo e das consequências do vírus HIV.
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Esta técnica RDS é um tipo de amostragem por cadeia e é utilizada para constatar a população de difícil acesso, onde o recrutamento é efetuado por indicação dos próprios participantes. O recrutamento começou com participantes (sementes) provenientes de uma ONG de Belo Horizonte, receberam cupons de incentivo e foram orientados por sua vez a recrutar outros membros elegíveis. Por cada novo voluntário, o participante era ressarcido um valor em Reais. Tiveram uma entrevista basal para coleta de dados sócio-demográficos, epidemiológicos e comportamentais. Dentre 265 participantes, a minoria (17,7%) de homens que fazem sexo com homens participou de ONGs em Belo Horizonte. Cerca de 72,8% tem alta escolaridade, maior proporção (56,7%) de indivíduos relataram ser de cor não branca. Mais de 41,5% dos participantes têm idade menor ou igual a 24 anos, 205 indivíduos (77,4%) referiram que tem uma renda superior a R$500,00. Quanto à identidade sexual verificou-se que uma grande maioria (90,2%) dos indivíduos se identificou como HSH e somente 9,8% como bissexuais ou heterossexuais. No que refere ao estado civil, 87,1% relataram que são solteiros, a maioria (61,5%) tem conhecimentos suficientes sobre a transmissão das DST/HIV. Verificou-se que uma maioria (62,3%) tem consumido álcool mais de duas vezes por semana. Verifica-se altas proporções quanto ao uso irregular do preservativo no sexo anal receptivo (41,1%) e no insertivo (44,5%). Foram altas as proporções daqueles que se sentiram discriminados pela orientação sexual em qualquer local (41,5%) e os que tiveram uma história de ter sofrido agressão sexual, física ou verbal pela orientação sexual (67,2%). Foi baixa a proporção da participação (17,7%) de homens que fazem sexo com homens que participam em ONGs em Belo Horizonte. Com essa baixa participação pode-se dizer que é provável que nem todos os HSH sabem sobre a importância e benefícios da participação em ONG. As seguintes variáveis estiveram associadas com maior participação em ONG: cor de pele não branco, ser solteiro, sentir-se discriminado pela orientação sexual, história de ter sofrido agressão sexual, física ou verbal devido à orientação sexual, receber preservativos gratuitos nos últimos 12 meses, ter feito teste anti-sífilis, ter risco moderado ou grande de se infectar pelo HIV, ter história de DST nos últimos 12 meses. A associação entre ter história de DST nos últimos 12 meses e participação em ONGs pode indicar o uso irregular de preservativo no sexo anal receptivo e insertivo respectivamente. É pertinente estimular a participação dos HSH em ONGs para promover o uso regular do preservativo e práticas sexuais seguras com vista à redução de riscos de transmissão das DST/HIV. É urgente expandir-se a distribuição de preservativos gratuitos em todos locais de concentração e lazer de público HSH. Não se constatou diferenças significativas entre suficiência e insuficiência de conhecimentos sobre a transmissão de DST/HIV e participação em ONGs. No entanto, deve-se melhorar as estratégias de prevenção do HIV para esta grupo populacional para melhorar o conhecimento, corrigir a falsa impressão de baixo risco de transmissão de DST e HIV. É preocupante o estudo evidenciar que sofrer discriminação pela orientação sexual, ter história de agressão verbal, sexual ou física e ter história de DST nos últimos 12 meses está associado com participar em ONGs. Sendo assim, as ONGs devem cooperar com todas as instâncias governamentais, a mídia e outros setores da sociedade civil para dar visibilidade à questão da discriminação com vista a uma advocacia para disseminação de informações sobre a criminalização a todas as formas de discriminação, violência com base na orientação sexual e sobre os direitos dos HSH que em casos destes atos ocorrerem, para esse grupo populacional viver sem medo. Deve-se ampliar os meios de comunicação e aprofundar sobre a sensibilização do uso consistente do preservativo e das consequências do vírus HIV.The profile of the HIV epidemic indicates that currently the predominant infection among men who have sex with men (MSM), in other words, HIV is more prevalent in men with sexual practices not accepted in society. Actions against the epidemic, discrimination, violence and other diseases that affect MSM are beyond individual initiatives and require a struggle formed by the union. The main objective of this study was to describe and analyze the participation of men who have sex with men in NGOs in Belo Horizonte from 2007 to 2009. It is a cross-sectional study with 265 men who have sex with men in Belo Horizonte. It was used the sampling technique RDS (Respondent Driven Sampling) to recruit elements of the social network of MSM. This RDS technique is a type of sampling chain and it is used to contact populations difficult to reach, where recruitment is made by indication of participants themselves. Recruitment began with participants (seeds) from an NGO in Belo Horizonte, they received incentive coupons and were instructed to recruit other eligible members. For each new volunteer, the participant was reimbursed an amount in Reais. They had a baseline interview to collect socio-demographic, epidemiological and behavioral. Among 265 participants, a minority (17.7%) of men who have sex with men participated in NGOs in Belo Horizonte. About 72.8% have high education, a higher proportion (56.7%) individuals reported being non-white. More than 41.5% of participants were aged less than or equal to 24 years, 205 individuals (77.4%) said they have an income greater than R$ 500.00. In accordance with sexual identity was found that a large majority (90.2%) individuals of identified themselves as MSM and only 9.8% as bisexual or heterosexual. In terms of marital status, 87.1% reported that they are single, most (61.5%) have sufficient knowledge about the transmission of STD / HIV. It was found that a majority (62.3%) have consumed alcohol more than twice a week. There are high proportions on the irregular use of condoms in anal receptive intercourse (41.1%) and insertive (44.5%). The proportions of those who felt discriminated due to sexual orientation in any place (41.5%) were high and those who had a history of having suffered sexual assault, verbal or physical due to sexual orientation (67.2%). The percentage of participation (17.7%) of men who have sex with men participating in NGOs in Belo Horizonte were low. With this low participation can be said that is likely that not all MSM know about the importance and benefits of participation in NGOs. The following variables were associated with greater participation in NGO: non-white skin color, being single, feeling discriminated due to sexual orientation, history of having suffered sexual assault, physical or verbal due to sexual discrimination, receive free condoms in the last 12 months, have made testing anti-syphilis, have a moderate- high chance of becoming infected with HIV, have a history of STD in the last 12 months. The association between having a history of STD in the last 12 months and participation in NGOs may indicate the irregular use of condoms in anal receptive and insertive respectively. It is pertinent to stimulate the participation of MSM in NGOs to promote the regular use of condoms and safe sex practices 14 to reduce the risk of transmission of STD / HIV. It is urgent to expand the distribution of free condoms in all places of public entertainment concentration and MSM. There was no significant difference between sufficiency and insufficiency of knowledge about the transmission of STD / HIV and participation in NGOs. However, it should be improved strategies for HIV prevention for this population group to improve the knowledge and correct the false impression low risk of transmission of STDs and HIV. It is worrying the study show that suffer discrimination based on sexual orientation, have a history of verbal, sexual or physical and history of STD in the last 12 months are associated with participating in NGO. Therefore, NGOs should cooperate with all government bodies, the media and other sectors of civil society to give visibility to the issue of discrimination with a view to advocating for the dissemination of information about the criminalization of all forms of discrimination-based in violence due to sexual orientation and the rights of MSM for when these acts occur, for this population group live without fear.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGComportamento de redução de riscoHomossexualidadeHIVConhecimentos, atitudes e prática em saúdeHomensHomossexualismoEstilo de vidaHomossexualidade masculinaCoitoOrganização não-governamental(ONG)HIVOrganização NãoHomens que fazem sexo com homensParticipaçãoGovernamentalHomens que fazem sexo com homens e participação em ONG's em Belo Horizonte entre 2007 - 2009info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALan_bal_fabi_o_murure.pdfapplication/pdf391892https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8R8KMG/1/an_bal_fabi_o_murure.pdf574d0c5a22f0fcc542cf22bab7a7430aMD51TEXTan_bal_fabi_o_murure.pdf.txtan_bal_fabi_o_murure.pdf.txtExtracted texttext/plain151815https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8R8KMG/2/an_bal_fabi_o_murure.pdf.txt326a7cb25eb5565256560a7a91639549MD521843/BUOS-8R8KMG2019-11-14 19:42:16.399oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8R8KMGRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T22:42:16Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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